sexta-feira, janeiro 30, 2009

Diário de Mariana

Quem leu o post anterior soube que a minha avó fez uma viagem ao sul do Brasil com minha mãe em 1983, a qual rendeu até um livrinho em sua homenagem. Aproveitando o gancho, no final do ano passado tive a oportunidade de percorrer parte deste mesmo trajeto, rumo à Ilha do Mel.

Os meios de transporte foram muitos: metrô até o Tietê, ônibus até Curitiba, trem até Morretes, van até Pontal do Sul, barco até a ilha... ufa! Mas deu tudo certo, mais certo impossível. Vamos por partes:

Chegamos à rodoferroviária de Curitiba por volta das 6h da manhã. Nosso trem sairia às 08h15, então deu tempo de tomarmos um café e retirarmos as passagens com calma. Existem algumas categorias de viagem: a executiva sai por R$ 36,00, a turística (que foi a que escolhemos) custa R$ 58,00 e inclui guia e lanche, e o camarote custa R$ 85,00. Ainda é possível fechar um camarote exclusivo para até 6 pessoas por R$ 503,00.

Pontualmente às 08h15, nosso trem partiu. Beatriz Barbosa, mais conhecida como BB (à direita), foi a nossa guia, e não parou de falar um minuto sobre as belezas da região da serra e os fatos históricos que envolveram a construção da ferrovia, como a Ponte São João, na foto abaixo, que foi totalmente construída sem porcas ou parafusos. Diz a lenda que quem encosta na ponte tem 7 anos de prosperidade na vida. Na dúvida, encostamos.

Mesmo com o trem a no máximo 15km/hora, totalizando 4 horas de passeio, a viagem passou rápido e foi excelente. As paisagens são espetaculares: trechos forrados de hortênsias, o belo Rio Ipiranga, túneis de pedra escuros e misteriosos, o dia (como em raras ocasiões) ensolarado...

Algumas antigas estações (como esta à direita) foram transformadas em cafés, um charme só. Porém, a maioria delas encontra-se em ruínas, prestes a desabar, uma judiação (como esta abaixo). Fica um apelo à ALL (América Latina Logística), empresa que tem a concessão da ferrovia: restaurem essas construções! Aproveitem enquanto ainda há pelo menos as fachadas para que se possa ter uma referência de como foram!

Aos domingos, o trem vai até Paranaguá, com paradas em Marumbi (onde se acampa para escalar o pico de mesmo nome) e Morretes. Nos outros dias, vai somente até Morretes. Pedimos uma orientação sobre o melhor caminho para a Ilha do Mel, e fomos informados de que era melhor descer em Morretes, pegar uma van até Pontal do Sul e, de lá, pegar o barco que em meia hora chegaria à Ilha. Caso optássemos por descer em Paranaguá, pegaríamos o barco direto, que leva duas horas para chegar lá.

Fizemos a primeira opção, e descobrimos depois que foi a melhor, já que o trem demora absurdamente para chegar a Paranaguá e, por lá, não existe paisagem bonita. Por ser uma região portuária, há pouca gente na rua e muito lixo, além do trem parar pra os carros passarem, o que torna o trajeto ainda mais maçante.

Em Pontal do Sul, nos deparamos com uma grande placa que dizia: “Limite de pessoas na Ilha do Mel – 5.000. Estamos em 3.100”. Acho importante ter este domínio, porque a Ilha é composta por muita mata fechada, e há uma preocupação enorme não só com a preservação, mas também com o controle das pessoas em locais inapropriados.

Para chegar à Ilha, é preciso preencher um cadastro e comprar a passagem de barco para ida e volta. Recebe-se uma pulseira, e é solicitado que você se mantenha com ela durante toda a estadia, mas depois do terceiro dia todo mundo já retirou a sua.

Meia hora naquelas águas azuis debaixo de sol forte, e chegamos ao trapiche da praia das Encantadas. Nossa pousada ficava a apenas 50 metros dali, o que dispensou os rapazes que cobravam para levar suas malas de carrinho de mão.

E a brincadeira estava só começando...

2 comentários:

  1. Anônimo1:24 PM

    mais uma trip inesque3cível ao seu lado!! bjos, te amo!

    PH

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  2. Anônimo2:58 PM

    mari, cada vez que vc faz posts de viagens, me dá vontade de abandonar esse ar-condicionado nos 18º do trampo e sair por aí com a roupa do corpo. hahahaha
    mas fique tranqüila...não farei isso.
    o corpo revestido de calça social e blusinha corporativa permanecem na cadeira acolchoada, mas a cabeça...ah...essa vai embora...tá subindo no trem agora. :)
    adorei a experiência...rs

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