segunda-feira, julho 28, 2008

São Paulo, 1 de julho, 4 horas da manhã.

Caçamba cheia, estrada vazia. Plena terça-feira, início de férias, vontade de respirar novos ares, de simplesmente parar para respirar sem pensar em nada.

A Anhanguera é uma reta só, do início ao fim. Estrada gostosa de dirigir, você anda, anda, e não vê o fim, só o horizonte largo. Às vezes é assim mesmo: a gente anda e não consegue nem quer ver aonde vai parar. E as horas passam, e as paisagens passam.

E o sol nasceu lá pros lados do interior, e eu lembrei da menina dos textos bonitos que disse uma vez que os primeiros raios de sol escapando pelas nuvens eram parte de Deus, e senti Deus se manifestando por entre as montanhas.

De reta em reta, cruzamos o Estado e, com o fim de São Paulo, terminaram também os resquícios de cinza e os pedágios. Minas passou rápido: percorremos o triângulo mineiro em poucas horas, quando atingimos a divisa com Goiás.

Doze horas de viagem, avistei a capital do país. Muito prazer, senhor céu azul. Meu nome é Mariana e estou feliz em estar aqui. Logo ao entrar na cidade, duas placas me chamaram a atenção:

“Senhores visitantes: em Brasília, os pedestres são respeitados.”

“Senhores visitantes: procurem não buzinar.”

Pouco depois, o carro na minha frente para: uma garota estava passando. Não havia farol nem nada além da educação do rapaz. Fiquei pasma, era verdade. Os pedestres são respeitados.

Confesso que achei que a cidade fosse mais bonita. Não estou falando dos monumentos e cenários de Niemeyer que só tinha visto no Jornal Nacional até então, mas da vista da cidade como um todo. Não sei explicar.

É fato que é organizada, chega-se a qualquer lugar pegando o “eixão” ou o “eixinho” – fazendo a tal da tesoura –, e qualquer um que esteja familiarizado com a disposição das ruas encontra facilmente um endereço sem nenhuma indicação.

No Plano Piloto os prédios não têm mais de 6 andares, todos com o mesmo estilo arquitetônico. Eles têm cara de prédio antigo, todos. Taí uma característica de São Paulo à qual me acostumei. No alto de seus 454 anos, os prédios são modernos, espelhados, enquanto que desde a década de 50, quando da fundação de Brasília, parece que a paisagem da cidade não mudou muito.

Mas não se pode negar o conforto das avenidas largas e do trânsito organizado mesmo com grande volume de carros.

Instalados, resolvemos descansar. À noite, um passeio pelos principais pontos turísticos revelaria mais belezas e novas experiências.