quinta-feira, outubro 30, 2008

Neo-Neotix

A Neotix mudou MUITO nos últimos meses. O novo escritório ganhou mais mesas, mais funcionários e até uma nova - e corintianíssima - sócia. A empresa comprou um Wii, a Aninha comprou um R2D2 que projeta DVDs na parede, e isso tem gerado noites mais que divertidas ao pessoal.

Profissionalmente, a agência mudou muito também. Deixamos de ser uma "empresa que faz sites" e nos tornamos uma verdadeira agência interativa, com especialização em estratégias online, criação de campanhas, além de importantes parcerias com outras empresas.

Como a Humex, que promove formatos diferenciados de mídia (tela e chão interativos e até o divertido ad-walker), e a Real Media, com expertise em track-it - para os leigos, basicamente é inserir códigos que permitam rastrear o comportamento dos usuários na internet, verificando quais as páginas visitadas e o caminho percorrido por cada usuário depois de clicar em um banner... enfim, fornecer resultados reais das campanhas realizadas. Nas palavras de um cliente nosso, "colocar o sininho no pescoço dos bichanos".

Por essas e outras mudanças, o nosso site estava ultrapassado, recebíamos muitos contatos de pessoas interessadas nos serviços que oferecíamos lá atrás, mas que agora já não eram mais interessantes. Por isso, resolvemos substitui-lo temporariamente por um blog. Mudamos o formato, a linguagem e, principalmente, o conteúdo.

Agora todo mundo colabora, escrevemos sobre os assuntos mais recentes de tecnologia e, é claro, divulgamos tudo de mais legal que acontece por aqui. Se você se interessa por tecnologia, design ou ainda quer saber de todas as baboseiras que aprontamos, clique aqui.

domingo, outubro 26, 2008

Uma noite especial


Carlos foi meu chefe durante dois anos, quando trabalhei na Terroir. Divertido, era muito amigo das doze meninas que dividiam o escritório, o que garantia respeito mútuo.

Adriana era uma das minhas melhores amigas nesta época. Trabalhávamos juntas, nos ajudávamos nos estudos e voltávamos juntas todos os dias, de ônibus. Isso garantiu horas e horas de conversa no ponto de ônibus, bastante união e histórias hilárias pra contar.

Carlinhos e Drica fizeram parte do meu dia-a-dia em uma fase muito importante da vida: o início da vida profissional. Era só o segundo ano de faculdade, explodia a curiosidade para conhecer tudo e mais um pouco sobre a empresa, o mundo dos vinhos, a arte das vendas...

O fato é que, nesta época, fiz algumas amizades muito sinceras mas, com o passar do tempo e com a saída de muitas delas da empresa, acabamos nos afastando quase por completo. As desculpas da vida moderna: correria, trânsito... está tudo uma loucura!

Na noite do último dia 24, Drica e Carlinhos se casaram. A cerimônia foi um misto de emoções. Reencontrar as amigas que eram tão intensas durante aquele período, e sentir que, passe o tempo que for, aquela base que criamos lá atrás se mantém até hoje.

Ver os noivos, lindos, transbordando felicidade entre seus parentes e amigos. Minha amiga arrasando nos votos – de Dante Alighieri a Shakespeare em 20 segundos – e meu ex-chefe-amigo tremendo nas bases antes da entrada da sua noiva. Os filhos das minhas amigas, cada vez maiores e mais falantes... A constatação de que algumas coisas nunca mudam, mesmo.

Uma cerimônia diferente, com lambada no lugar de valsa, muita comida boa e um clima delicioso de reencontro. Ah, sim, regada a prosecco italiano.

quarta-feira, outubro 15, 2008

Trancendence, 9 a 14 de julho (e o fim das férias)

Com Paulo Henrique Schneider (texto e fotos)

Após três anos de muita saudade e boas lembranças, os núcleos Solar Flares e Tranceformation se uniram para realizar a sexta edição da Trancendence, um dos principais festivais alternativos do Brasil.

Cerca de 4 mil pessoas (incluindo a produção e convidados) participaram do evento. Ônibus escolares foram utilizados para levar as pessoas do estacionamento/portaria até a entrada da festa (foto acima). O público tinha duas opções de camping: um deles ficava ao lado da pista alternativa e o outro, com maior volume de barracas, ficava próximo à Oca (chill out da festa).

Todos os campings estavam equipados com chuveiros e banheiros que contavam com equipes de limpeza 24 horas por dia. Próximo ao segundo camping, passava o belo rio Macaco (foto), que oferecia um banho refrescante e silencioso para aqueles que procuravam escapar do agito.

Um local que certamente recebeu uma atenção especial foi a Oca, uma construção circular de madeira e palha com uma abertura no centro, decorada com tecidos, painéis e uma grande borboleta mecânica que parecia ter vida própria. No centro, uma fogueira queimava durante as noites, trazendo uma atmosfera ainda mais especial.

Destaque para a tarde memorável em que tocou o trio Yagé, quando um grupo de artistas vestidas de azul realizava coreografias e convidava os participantes para a formação de uma grande roda no centro da oca (foto).

Com suas lojas coloridas, repletas de roupas e artesanato do Brasil e do mundo, a Feira Mix ficava entre a Oca e Pista Alternativa, que além da diversidade de produtos, contava com um guarda volumes eficiente, uma loja de conveniência e uma exposição em homenagem póstuma ao fotógrafo Carlos Levistrauss.

A consciência ambiental também estava presente neste “corredor artístico”. A organização disponibilizou o Espaço Fotossíntese, idealizado por um grupo de Uberlândia, em que era possível criar mandalas com sementes coloridas gratuitamente (foto à direita). Crianças e adultos se divertiram no espaço, onde também foram distribuídas sementes nativas para plantio.

Havia mais dois espaços culturais em pleno funcionamento no festival: o Espaço Hoffman de Artes Integradas, em que ocorreram diversas oficinas, e o Zen-Dô Multicultural, que durante o dia contava com atividades como pilates, meditação e palestras, e à noite oferecia mostra de filmes.

A Pista Alternativa possuía um design diferenciado, com uma grande lycra branca instalada em formato de serpente, e as inusitadas árvores prateadas (foto à esquerda), que contavam com uma decoração magnética interativa – ímãs permitiam que se mudassem alguns elementos de lugar.

O espaço foi dedicado a vertentes do house, techno e electro. Por ser uma experiência inédita em uma Trancendence, a pista não funcionou o tempo todo e em poucos momentos ficou “lotada”.

Após uma subida, avistavam-se os enormes leques feitos com bambu e estopa do Main Floor, que formavam um círculo perfeito. A arquitetura oferecia bastante sombra e espaço para dançar, além de um palco central no formato de uma estrela em que foram vistas performances artísticas incríveis, que mesclaram artes cênicas e circenses (fotos).

No local, esteve presente o bom trance psicodélico em suas mais variadas vertentes, do progressive ao dark. Foi feito um bom trabalho por parte tanto dos artistas quanto da equipe de som – foram raros os problemas técnicos – e as apresentações reuniram, sem dúvida, um dos melhores line ups do ano.

Assim como em 2005, neste ano o evento foi alvo de mais uma ação da Polícia Civil de Goiás. Surpresa para alguns, previsível para outros, o fato gerou um clima de tensão entre os participantes e houve uma série de “enquadros” nas pistas de dança e campings. Houve relatos de muitas pessoas que haviam sido indiciadas como usuários de drogas.

Mesmo com esta repressão, sem dúvida a Trancendence será lembrada como uma celebração respeitosa, bonita e integrada de forma harmônica ao cerrado. Quase não se via lixo no chão (com exceção das bitucas de cigarro) e os resíduos produzidos foram devidamente separados para reciclagem. Sem dúvida, uma experiência memorável.

segunda-feira, outubro 13, 2008

Fazenda São Bento, 5 de julho, 9 horas da manhã.

Acordei às 6h30 e saí de pijama mesmo pela rua da pousada, como vinha fazendo todos os dias. Quase não passa gente ali naquela hora e, se passar, ninguém vai se preocupar se você está de meias com chinelo ou descabelada. Fiquei um tempo ali, parada, sentindo os primeiros raios do sol e a brisa fresquinha da manhã.

Foi quando escutei o barulho característico dos tucanos, um “croc-croc” que jamais vou conseguir narrar por aqui. No alto de uma árvore, avistei o bico grande e amarelo de um tucano solitário. E olha que é difícil encontrar um tucano sozinho: eles geralmente andam em casais.

Aproximei-me devagarzinho até ficar bem em frente à árvore. E ele desfilou sua beleza pra mim durante alguns minutos, dos mais lindos da minha vida.

Café-da-manhã tomado, fomos ao passeio pela Fazenda São Bento, onde se encontram as cachoeiras de Almécegas I e II. Mas, antes, uma parada no ninho das araras. Será que dessa vez seria possível vê-las?

Não demorou muito para que elas notassem a nossa presença e começassem um verdadeiro show de “aeromodelismo”. Eram cinco, azuis na parte de trás e amarelas no peito, e pareciam querer esquentar suas asas ao sol enquanto se exibiam pra nós.

Voavam em duas, e sempre ficava uma tomando conta de um dos filhotes que parecia ainda não ter coragem o suficiente pra encarar o vôo. Gritavam muito, um barato! Não consegui sair de lá até que todas alçassem vôo em busca de alimento, inclusive o filhote medroso, que depois de muito custo deixou seu lugarzinho no tronco do velho buriti e rasgou o céu ao lado de seus pais.

Lindo, lindo. Emocionante, inesquecível. O sol batendo e elas voando, rodando, bem acima das nossas cabeças.

Um dia que começa assim não tem como ser ruim, né? Seguimos pela estrada até a entrada da fazenda. Atualmente, há uma tiroleza neste local, são 850m de comprimento com uma vista linda da chapada, mas preferimos ficar só (só??) nas quedas, mesmo.

Almécegas I é de longe a cachoeira mais gelada em que já estive. O sol bate ali durante poucas horas do dia, o que, juntamente com a vegetação que cresce entre as pedras, dá um ar selvagem ao local (foto à esquerda). Paulo pulou de uma altura de 12 metros, eu não tive coragem. Depois de gelar a alma, partimos para Almécegas II, uma bela queda com um poço bom de nadar.

Lá, sim, eu saltei, de mais ou menos 6 metros de altura. Que frio na barriga! Nadamos por lá bastante tempo, até resolvermos finalizar com a última parada do dia: São Bento (foto à direita), uma enorme queda que desemboca em um gigantesco poço, onde inclusive ocorrem as etapas brasileiras do mundial de pólo aquático. “É um barato, gente do mundo todo acampando aqui em volta, jogando nessa água gelada”, escutamos por lá.

Por falar em gente do mundo todo, quando entramos n’água avistamos um grupo de mais ou menos 40 indianos (não estou brincando), dentre crianças, homens e mulheres. Uma situação totalmente non-sense, todos vestidos com panos, vestidos e muitos, muitos acessórios. Anéis no pé, pulseiras, brincos... É bonito de ver o quanto são vaidosos. Os homens tiraram as camisas e entraram com as crianças na água. As esposas preferiram molhar só os pés e ficar conversando.

Saímos da água e passamos entre eles, nas pedras, sem entender uma palavra do que diziam, tampouco de onde haviam saído. Coisas que você só vai ver na Chapada dos Veadeiros.

Fotos: PH Schneider

sexta-feira, outubro 03, 2008

Parque Nacional, 4 de julho, 8 horas da manhã.

Até por volta de 1950, a região do Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros era tomada por buracos feitos por garimpeiros em busca de cristais. Com a chegada de Juscelino Kubitschek ao poder, o local tornou-se parque nacional e os buracos foram desativados.

Desde então, os garimpeiros tornaram-se guias turísticos, e formaram a comunidade de São Jorge, vizinha a Alto Paraíso. Hoje, o parque serve de modelo para os outros tantos do Brasil, e estudiosos do mundo todo viajam até lá para conhecer a organização do lugar e também, é claro, para explorar as belezas naturais.

Para desbravar o parque, existem duas trilhas: Saltos e Cânions, com três quedas cada uma. Só se pode escolher uma trilha por dia, já que não se pode ficar no local depois das 17 horas. Também não é possível entrar depois do meio-dia (não dá tempo de fazer a trilha inteira).

Há um número limite de pessoas em cada trilha, e só é permitido fazer quaisquer dos passeios acompanhado por um guia credenciado. Por isso, fomos ao Centro de Atendimento ao Turismo buscar algum guia que tivesse um requisito: caber na cabine estendida do carro. A funcionária nos passou o contato de Hananda, uma menina pequena o suficiente para caber na parte de trás, e esperta o bastante para nos conduzir pela Trilha dos Cânions, a escolhida para aquele dia. Só pra variar, não havia uma nuvem no céu.

Percorremos a espetacular trilha sobre cristais de quartzo branco. Toda a extensão da trilha é forrada por cristais, lindo de se ver. Dizem até que, se olhar uma foto de satélite ali da região, aquele lugar emana uma luz branca lindíssima. Passamos por diversos buracos de garimpo desativados, e por plantas que jamais imaginei conhecer (como essa plantinha carnívora aí do lado).

“O cerrado corresponde a 33% da biodiversidade brasileira”, dizia a placa. E logo em seguida, fomos apresentados a uma espécie de árvore super interessante, da qual infelizmente não lembro o nome. Dela nasce uma frutinha saborosa, mas que se você comer demais causa dor no estômago. Mas não se preocupe: das folhas dessa mesma árvore, faz-se um chá que, curiosamente, é tiro-e-queda para dor de estômago. Pode essa natureza ser mais perfeita?

Passamos também por pedras com uns líquens coloridos: roxo, cor-de-laranja, amarelo (veja foto)... da primeira vez que eu vi, cheguei até a pensar que poderia ser algum tipo de vandalismo, porque as cores eram tão fortes que parecia tinta. Hananda explicou que esses líquens só nascem em locais em que o ar é extremamente puro. Oba, virou regra: toda vez que passava por uma pedra daquelas, respirava fundo...

A primeira queda a que se chega é a Cachoeira das Carioquinhas (foto). Diz a lenda que duas cariocas desbravavam a região quando encontraram esta belíssima queda. E assim ficou o nome. Um mergulho gelado e delicioso, alguns minutos de descanso, e seguimos o passeio até chegar ao Cânion 2.

Era uma grande piscina natural, com duas plataformas para quem se arriscasse a pular (eu pulei das duas – frio na barriga master hehe) e um corredor ladeado por paredões de água que, nessa época da seca, dá pra nadar e ver de baixo, tranquilamente. Fiquei boiando naquela água e pensando no privilégio que é poder fazer pelo menos uma viagem desta por ano.

E seguimos para a terceira e última parada: Cânion 1. Este fica fechado na época das chuvas, mas neste período dá pra sentar na parte de cima e ficar admirando os paredões. Neste último, não há jeito de mergulhar, só de contemplar (foto).

Importante lembrar que cada parada dentro do parque possui dois bombeiros, o que reforça a sensação de segurança e de organização. Ah, sim! E paga-se a simbólica taxa de R$ 3,00 para entrar, além da diária do guia, fixada em R$ 60,00.

Felizes e cansados, chegamos novamente à entrada do parque. Já na volta, conversando com Hananda, demonstramos nossa vontade de ver araras. Então, ela nos contou sobre um casal de araras que se alojou em uns troncos mortos de buriti para ter seus filhotes, e tiveram três mas, em vez de seguir caminho, elas se estabeleceram ali, e de lá não saíram. Passamos em frente, paramos o carro (era bem próximo à estrada), mas nada delas.

Não desistimos. Passaríamos em frente todos os dias, até conseguir vê-las. Mal sabíamos nós das espetaculares surpresas do dia seguinte.

Fotos: PH Schneider

quinta-feira, outubro 02, 2008

Get back to where you once belonged

Mais de um mês sem escrever por aqui. Desculpa, amigo leitor. Se é que ainda tem alguém que passe por aqui, depois de acessar tantas vezes e dar de cara com o mesmo texto. Eu mesma faço muito isso: se acesso um blog durante alguns dias, e não encontro atualização periódica, ele vai aos poucos caindo no esquecimento.



As coisas não têm sido muito fáceis, em quase todos os aspectos em que se pode ter dificuldade na vida. Mas agora (espero) tudo vai ficar menos difícil – já está um pouco, eu diria – e prometo nunca mais demorar tanto para postar. Prometo!

O cúmulo da falta de tempo é aproveitar alguns momentos e traçar, à mão, os três últimos textos sobre as férias – ah! As férias, agora tão distantes – e não conseguir sequer digitá-los, ou chegar em casa tão saturada de olhar para um computador, que aquela máquina do lado da cama causa repulsa.

Ou ainda, o cúmulo da falta de tempo é aproveitar um momento na reunião com o cliente em que ninguém está prestando atenção em você, para rabiscar um pedido público de desculpas aos seus leitores, que é o que eu faço neste exato momento.

Espero sinceramente que vocês não tenham se esquecido deste humilde blog.