domingo, agosto 24, 2008

Vale da Lua, 3 de julho, 9 horas da manhã.



Walking on the moon...

Prepare-se para conhecer um dos lugares mais lindos da sua vida.

Sempre que eu comentava sobre a viagem com alguém que já conhecesse a Chapada dos Veadeiros, a pessoa falava: “não deixe de conhecer o Vale da Lua, é um lugar único”. Por isso, não quis perder a oportunidade e, logo no segundo dia de passeio, resolvemos ir pra lá.

Fica a poucos quilômetros do centro de Alto Paraíso, você pega a estrada e logo vê a placa: Vale da Lua – 4 km. Uma estradinha de terra adentrando o cerrado, e estacionamos ao lado da casa de Paulo Roberto, o simpático dono da propriedade. Ele contou que o Vale da Lua era de seu pai, falecido recentemente, e agora era ele quem cuidava de tudo por lá.

Cobrou a simbólica taxa de R$ 5,00 por pessoa, e indicou: “caso queiram ficar mais à vontade, sigam pela esquerda depois da bifurcação. As pessoas costumam ir à direita e já chegam direto no último poço, mas se vocês forem à esquerda conhecerão os outros dois poços”.

E foi o que fizemos. Seguimos por uma breve trilha até avistarmos o início de uma formação rochosa simplesmente espetacular. Dizem que, há bilhões e bilhões de anos, por ali havia um vulcão, e o magma endurecido resultou naquele tipo de rocha. Com o passar dos anos, as águas que começaram a correr por ali moldaram a rocha, e o resultado vocês podem ver nas belas fotos tiradas pelo PH! :)

Eram três poços – para variar, geladíssimos. Você andava pelas pedras (vez ou outra encontrava pedaços de cristais incrustados, como na foto ao lado), e aos poucos ouvia o barulho da água que passava lá em baixo. Chegamos ao primeiro poço e arriscamos um breve mergulho (até porque, estávamos a sós por lá, e poderíamos gritar à vontade caso a água gelasse a alma, como de costume).

Mais uma breve caminhada pelas rochas exóticas, e outro poço de água verdinha e transparente. Este, com uma particularidade: havia uma passagem que levava a uma queda pequena, mas maravilhosa. Fomos até lá, e, desbravando tudo, descobrimos uma galeria silenciosa através de um buraco na rocha. Não tivemos coragem de entrar, porque cada piscina natural que encontrávamos possuía uma aranha como zeladora, e o tamanho da piscina era proporcional ao de sua guardiã! Já pensou?

Extasiados, chegamos ao último poço, este sim, com algumas pessoas se banhando. Saltamos de um ponto não muito alto (cerca de 4 metros), e pudemos aproveitar muito as belezas daquele lugar.

Como o passeio não tomou o dia todo, ainda conseguimos finalizar a tarde na cachoeira Morada do Sol, que inclui o passeio para o Vale das Andorinhas – um cânion lindíssimo – de onde vimos o sol se pôr na Chapada.

domingo, agosto 03, 2008

Alto Paraíso de Goiás, 2 de julho, meio-dia.

Após duas horas e meia adentrando o cerrado brasileiro pela GO-118, avistamos os portais de pedra mineira que anunciavam a chegada à pequena e charmosa cidade de Alto Paraíso de Goiás. Alto, para os íntimos.

A avenida principal concentra grande parte dos serviços do local: o eficiente CAT (Centro de Atendimento ao Turismo), diversos restaurantes, bares e lojas de artesanato e cristais nativos com artigos de se apaixonar.

Estacionamos o carro em frente à Pousada Alfa & Ômega por volta do meio-dia, e fomos recepcionados por Luís Paulo, o dono de lá, e por seu cachorro, da raça American Indian (parece um lobo, porém muito dócil).

Luís chamou Melissa, que nos levou ao quarto Rubi. Assim como todos os outros, ficava em bangalôs com cristais na ponta, entre as árvores. Com o objetivo de aproveitar a tarde para fazer algum passeio, corremos para retirar os muitos quilos de bagagem que nos acompanhavam e partimos para tomar um lanche.

Mel nos indicou o Barracão 3, lanchonete que fica em frente à Rodoviária. Ficamos assustados com o tamanho do sanduíche, e principalmente com seu sabor. Peito de peru com mussarela derretida, pasta de azeitona e alface na ciabatta. Perfeito.

Ainda dava tempo de visitar o ponto mais próximo da cidade, a Cachoeira das Loquinhas. “Vão tomar banho de esmeralda”, é como dizem por lá. E pude ver que era verdade assim que chegamos ao Poço do Curumim, primeiro dos sete de água cristalina e muito gelada que viriam pela frente.

A trilha das Loquinhas é apropriada para crianças e pessoas de idade: toda de madeira, com escadas e plaquinhas indicativas que levam às quedas. Um verdadeiro “resort adventure”.

O momento mágico da tarde ficou por conta do poço da Xamã (foto) que, devido ao sol fortíssimo, tinha água morna na superfície. Ah sim, e o principal: em todos os poços, não havia mais ninguém. Sabe o que é conseguir ficar em absoluto silêncio e escutar só os barulhos da natureza? Mais sossego impossível.

Com a sensação de energia renovada que só a água corrente traz, finalizamos o dia no tradicional restaurante Massas da Mamma. É pedir pra cair na cama e desmaiar!

sábado, agosto 02, 2008

Brasília, 1 de julho, nove horas da noite.

Era apenas o primeiro dia das férias, e eu já havia passado por várias cidades até parar na capital do país. À noite, fomos visitar Pedro, um médico recém-formado que, assim como todos os colegas de sua classe, foi chamado para trabalhar no exército. "Eles estavam precisando de gente lá. O trabalho é cansativo, mas eu não acho ruim porque paga-se bem."

Por sinal, a impressão que se tem é que - com algumas exceções - ganha-se muito bem em Brasília. Os apartamentos (como a Joyce citou em comentário no post anterior) são caros, mas ao mesmo tempo amplos, e é fundamental ter carro para se locomover pela cidade. O transporte público é fraco.

O restaurante japonês foi a feliz escolha para matar a fome. Chamava-se Nipon e oferecia um farto rodízio com direito a camarões grelhados e todo tipo de peixe. O suficiente para que o cansaço do dia caísse de vez sobre nossas costas. Fica na SCLS 403, bloco A, loja 28. Não me peça pra explicar o caminho. Tel: (61) 3224-0430.

Pedro foi muito gente boa e ainda nos levou para dar uma volta pela cidade. Foi muito interessante ter finalmente um contato visual com aqueles famosos monumentos, passar pelos ministérios, o Itamaraty, a lindíssima Catedral de Brasília e até a ponte Juscelino Kubitchek, que você vê na bela foto acima de Juca Filho.

De um modo geral, achei as pessoas inteligentes e politizadas, a cidade organizada e limpa. Fui dormir pensando que Brasília é uma enorme exposição a céu aberto. E era apenas o primeiro dia das férias.