sexta-feira, agosto 21, 2009

A Iberia esquece bagagens

No embalo do mais novo hit do YouTube ("A United quebra violões", criação de um músico que teve seu instrumento quebrado pela United Airlines e resolveu protestar através deste hilário vídeo), estou pensando em criar uma nova música: "A Iberia esquece bagagens".

Sempre tive medo de que alguma companhia aérea perdesse ou esquecesse minhas malas em algum lugar. A cada viagem, ficava olhando atentamente para a esteira, para as malas de todas as cores e formatos passando e sendo retiradas por seus donos satisfeitos... A ansiedade de ver minhas coisas chegando, o alívio de reconhecê-las e pegá-las... era sempre a mesma coisa.

Pois não foi o que ocorreu com a Iberia, principal companhia aérea espanhola, em minha primeira viagem internacional. Afinal, a Iberia esquece bagagens!

Primeira parada, Aeroporto de Schiphol, Amsterdam. Esteira 6, era o que dizia o painel, e rapidamente fomos até ela acompanhar as malas que começavam a ocupar a esteira. A cada nova bagagem que aparecia, a esperança de ver minha mochila novinha, comprada especialmente para a ocasião. Mas nada. Nada de aparecer.

Ao perguntar à mocinha do guichê, descobri que havia sido esquecida em Madrid durante a conexão, mas que seria entregue na mesma noite. Abriram um chamado entregaram a todos os lesados (sim, havia vários) uma necessàire cada um, com produtos bacanas para higiene pessoal - Nivea, L´Occitane - e roupas de baixo bizarras feitas daquele tecido vagabundinho do qual são feitos aventais para se fazer exames.

Felizmente, as malas chegaram no mesmo dia. Mal sabia eu que, um mês depois, na volta pra casa...

No mesmo Aeroporto de Schiphol, despachei dois volumes (a esta altura, já estava com uma mala a mais que continha apenas souvenirs e presentes para a família). Novamente a conexão em Madrid (desta vez, com bastante folga, sem desculpas de falta de tempo para transportar as bagagens de um avião para o outro), e finalmente desembarcamos em Guarulhos por volta das 5 da manhã de domingo.

Um absurdo a forma com que estavam as malas ao chegarmos na esteira indicada. Muitas delas, de um vôo anterior, estavam jogadas no chão e, com a entrada das novas malas, funcionários retiravam-nas sem o menor cuidado. Mala vai, mala vem, um dos dois volumes chegou. Mas e o outro? Justamente o que estava com todos os presentes?

Um pouco mais de ansiedade, mais malas indo e vindo, escuto: Sra. Mariana Camargo, favor comparecer ao balcão da Iberia. Já desconfiava de que algo tivesse acontecido. A funcionária, tentando me acalmar, avisou que a mala não estava perdida, "apenas havia sido esquecida em Madrid durante a conexão".

Desabafei: mas de novo essa história? Como é possível? E ela, com a cara mais lavada do mundo e um sorrisinho que infelizmente não amenizou em nada o meu mau humor (acentuado por 10 horas de vôo), lançou a pérola: "Puxa, aconteceu na ida e na volta? Você foi premiada"! Ficou faltando só o prêmio, né?! - eu quase gritei.

Aliás, recebi o prêmio: minha mala, intacta, três desesperadores dias depois.

terça-feira, agosto 18, 2009

Arte de rua - parte I

Uma das coisas com as quais mais fiquei impressionada durante esta passagem pela Europa foram os diversos grupos e artistas de rua. Começou com uma dupla no Vondelpark em Amsterdam, violino e violão, que me fez chorar logo de cara. Aquele parque lindo, um final de tarde ensolarado em uma das cidades mais charmosas pelas quais já passei, e o som do violino a me arrepiar a espinha.

A partir daí, foram inúmeras apresentações, passando por estátuas vivas, um flautista que tocava duas flautas doces de uma vez só - e com as narinas! -, sanfoneiros, cantores e até marionetes. É engraçado o quanto se aprende sobre a cultura de um país através de seus artistas de rua.

É comum aos passantes deixar uma moeda ou um punhado delas para os instrumentistas, ainda que não parem para assistir à apresentação. Essa não deixa de ser uma forma de manter a arte viva nas ruas, encher as vielas e praças de música e, consequentemente, de alegria.

Abaixo, um vídeo que fiz na Dam Square, em Amsterdam, onde fica o Palácio Real*. Um dos companheiros do grupo, que estava ao lado "gerenciando" a apresentação, me contou que eles eram russos, e fiquei encantada com o quanto eles viajavam na música, improvisavam e se divertiam, sempre liderados pela baixinha que tocava o instrumento mais exótico dos três.

Se alguém souber o nome destes instrumentos, me ajuda!



*Dias depois descobri que a família real não mora mais lá, mas sim em uma cidade menor, próxima à capital. Mas quem se importa?

quarta-feira, agosto 12, 2009

Estamos de volta!

Neste indescritível um mês de férias (como um mês consegue passar tão rápido?) eu tinha duas opções: atualizar os leitores dia a dia, com as novidades e experiências europeias OU me afastar quase por completo de tudo quanto fosse aparelho eletrônico e descansar a cabeça de verdade.

Fiquei com a segunda opção.

Mas, como tudo tem que acabar um dia, estou de volta à vida real. Não lembrava que viver era tão difícil! Pelo menos durante esta primeira semana, ainda estou em choque. Um pouco depressiva, devo dizer. Mas cheia de histórias pra contar.

Aguardem!