quinta-feira, abril 24, 2008

Música até dizer chega (dicas para o final de semana cultural na metrópole)

Será que eu aguento? Um clone, por favor, que não quero perder nada.

SEXTA-FEIRA
Sky Live Multimídia
Com Embolex Live (X), Dj Nepz (Y) e ADDICTIVE TV (EXCELENTE!)

SÁBADO
Virada Cultural com:
Mariana Aydar
Dona Inah
Mundo Livre S/A (PE)
Vanguart (MT)
Gal Costa
Sine Calmon e Morrão Fumegante
Marina De La Riva
Zé Ramalho
Sá, Rodrix e Guarabyra – Passado, Presente, Futuro (1972)

DOMINGO
Virada Cultural com:
Hamilton de Holanda e Danilo Brito - Vibrações de Jacob do Bandolim (1967)
Jair Rodrigues, Fabiana Cozza & Zimbo Trio - O Fino da Bossa (1964)
Mutantes
Osvaldinho da Cuica e Sílvio Modesto
O Teatro Mágico
Overcoming trio: Mallu Magalhães, Helio Flanders e Zé Mazzei
Cachorro Grande
Bruna Caram
Arnaldo Antunes
Orquestra Imperial
Dona Ivone Lara e Nelson Sargento
Lobão
Inezita Barroso - Vamos Falar de Brasil (1958)
Jorge Ben Jor
Ultraje a Rigor - Nós Vamos Invadir Sua Praia (1981)

Mais informações em: http://viradacultural.org/

(Quadro: Music Life, de Gockel)

quarta-feira, abril 16, 2008

Onde eles trabalham e se divertem

Logo na recepção, os tapetes de bolinhas vermelhas, amarelas, verdes e azuis faziam lembrar uma loja de brinquedos.


Fomos recebidos por uma tela LCD, que anunciava: "bem-vindo! Digite seu nome e assine ao lado." Havia uma tablet, em que colocamos nossas assinaturas e, automaticamente, foi impresso um adesivo com nossos nomes. "Colem em algum lugar visível", anunciou a recepcionista.

Sentamos para aguardar o representante comercial da empresa, em confortáveis sofás coloridos. Tudo em vermelho, amarelo, verde e azul. Uma caixinha de madeira, no formato dos chiclet´s, continha muitos deles dentro. À vontade, só pegar.

Alexandre nos recebeu com um belo sorriso no rosto. Possuía uma simpatia natural, não parecia que ele estava forçando, apenas para nos conquistar como clientes. Vai saber, o povo da área comercial é sempre meio suspeito. "Querem um café, um chocolate quente?"

Então, nos levou ao refeitório da empresa, no quinto andar. Além de um buffet farto, mesas brancas contrastavam com as cadeiras coloridas - vermelhas, amarelas e azuis. No canto esquerdo, ao lado das grandes janelas de vidro, toda sorte de jogos: pingue-pongue, pinball, pebolim... Imagina só, acabar de almoçar e disputar um mini-campeonato de pebolim? Sempre fui boa nisso, ser canhota me ajudava a defender os chutes...

"Café, chá, cappuccino?" Aceitamos um café, é claro, porque uma reunião às 13h30 logo após o almoço pedia algo forte para acordar. E descemos para o sexto andar, onde ficavam as salas de reunião.

O saguão do andar de baixo era semelhante ao anterior: potes com balas diversas, sofás e cadeiras coloridos e funcionários sorrindo o tempo todo. "Que vida boa eles devem ter por aqui", supus, e confirmaria mais tarde.

Passamos pelas salas Pense bem, Pogobol e Peteca. "Nossa reunião é na sala Playmobil", disse Alexandre, e despertou boas risadas. "Aqui, cada sala tem um nome de brinquedo. E o mais legal é que, dentro das salas, há o brinquedo que as nomeiam." Fez questão de nos mostrar o Pogobol da sala ao lado, e o pião da sala que ficava no fim do corredor.

Na sala Playmobil, uma mesinha lateral continha copos d´água e uma série de bonequinhos. Divertidíssimo. Durante mais de duas horas, Alexandre nos mostrou as novas ferramentas disponibilizadas pela empresa, sempre muito didático. Contou-nos que chegara do México naquela manhã, pois estava em um congresso, e que estava um pouco gripado. Mas que tudo bem, porque em breve ele iria pra casa.

A reunião terminou por volta das 16h30, e Alexandre nos levou para conhecer o local de trabalho das pessoas de lá. Bom, eu não sei em que horário eles trabalham, mas quando passamos por lá não havia quase ninguém. Somente duas meninas, que baixavam as fotos da viagem para o México pra colocar no Orkut.

Chamou a atenção a quantidade de bonequinhos nas mesas das pessoas, um mais interativo e moderno que o outro. "Nós temos uma verba destinada a comprar miniaturas para as mesas", disse, como se isso fosse a coisa mais normal do mundo. Em que outra empresa isso acontece?, fiquei me perguntando.

E foi então que ele nos levou para conhecer a "sala de descompressão". Eu devo ser meio caipira, porque fiquei completamente deslumbrada com a gigantesca mesa de sinuca com o logo da empresa, e com o sofá de almofadas coloridas, e com a tela de 42 polegadas, e com as guitarras e o controle do wii...

Em um dos cantos da sala, um frigobar cheio de Red Bull. Ao lado dele, uma geladeira com refrigerantes, água, chás gelados de todo tipo. Uma parede forrada de salgadinhos e chocolates, que sonho. "É aqui que fazemos happy hours", Alexandre explicou.

Abobada, fui embora. E assim foi minha tarde no Google Brasil.

domingo, abril 13, 2008

Um dia desses, num desses encontros casuais

- Moça! Moça! Bom dia!
- Bom dia.
- Posso falar com a senhora um minuto?
- Eu não posso perder o ônibus, se você quiser me acompanhar até o ponto pode vir.
- Já que a senhora está falando, então eu vou.
- Não me chama de senhora.
- Tudo bem. É o seguinte, meu nome é Márcio e eu tenho 27 anos. Você mora por aqui?
- Moro.
- Então, eu moro embaixo daquele viaduto. Eu, minha esposa e minha filha Beatriz, de dois anos. Ela é a coisa mais linda do mundo, moça.
- Sei.
- Então, eu já fui até analista na Embraer, mas acabei caindo nas drogas e fui preso.
- Preso por que?
- Assalto à mão armada.
- Hmm.
- Mas agora eu estou solto, e preciso dar de comer pra minha filha.
- É, eu já fui assaltada. Complicado... essas coisas podem traumatizar uma pessoa. Será que você se arrependeu do que fez?
- Muito, moça.
- Então menos mal, pelo menos pagou pelas coisas que fez. Toma - entregando uma nota de R$1.
- Obrigado. Mas, infelizmente, a minha sentença já foi dada - finalizou, triste, mostrando as feridas que se espalhavam pelos braços e pernas, decorrentes do HIV. E saiu.

Chorando, a moça seguiu seu caminho, sem saber a quem culpar.