domingo, dezembro 20, 2009

É o tempo da travessia


Barra Grande, Janeiro de 2006 . ₢ PH Schneider

Sempre que busco solução pra qualquer problema que seja, recebo uma luz. Seja uma música que serve como uma porrada na cara, seja uma frase vinda aleatoriamente pelas ruas ou um conselho da faxineira que nunca havia visto antes... Hoje, entretanto, isso aconteceu de outra forma: através de textos de dois dos meus escritores preferidos. Um deles, lembrei de uma postagem antiga deste mesmo blog; a outra, apareceu repentinamente colada no mural da cozinha de casa, como um bilhete do anjo da guarda que sussurra que "tudo dará certo!"

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente"
Carlos Drummond de Andrade

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas,
que já têm a forma do nosso corpo,
e esquecer os nossos caminhos,
que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia:
e, se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre,
à margem de nós mesmos.
Fernando Pessoa

sábado, dezembro 19, 2009

Sobre como a gente se lasca, mas se diverte - uma quinta-feira difícil

07h30 - ligo para o Jone no horário combinado, nosso vôo sairia em 1 hora. Descubro que acabo de o acordar e, um pouco preocupada, faço o check-in para ambos. Afinal, o moço mora nos Jardins.
08h20 - Jone salta do táxi a la Daiane dos Santos e esquece de pedir a notinha. Dá um duplo carpado e sai no brasileirinho, ao meu encontro.
08h30 - partimos rumo ao Galeão, repassamos a pauta durante o vôo e desembarcamos, lindos, num sol de 29º.
11h00 - um pouco de trânsito e chegamos ao cliente. Ainda com o pensamento positivo, concluo que se é pra pegar trânsito, que seja olhando o mar. Jone reclama que sua pedra nos rins não para de caminhar por dentro dele, e combinamos de virar estrela na praia de sapato, pra fotografar e enviar pros amiguinhos.
11h10 - somos recebidos sem água e com um café ruim. Não havia sala reservada, por isso fizemos a reunião em uma sala em reforma, suja e com o chão grudento. Modéstia à parte, arrasamos na apresentação.
13h00 - pegamos um táxi rumo à Confeitaria Colombo, centro do Rio. O taxista - de que planeta ele veio?? - não sabia do que se tratava o lugar, e ligou para um colega - gente, da onde é esse povo? - que brilhantemente informou: "a Colombo do Centro fechou". Meu amigo, ela existe desde 1800, vai fechar agora que estamos aqui? "É, agora, só no Forte de Copacabana." Trânsito e mais trânsito, durante todo o percurso. 
14h30 - descobrimos que a Colombo não havia fechado e que o taxista realmente estava mal informado. Pagamos para entrar no Forte de Copacabana e ter acesso à Colombo falsa. "Não chega nem aos pés da oficial", diz Jone, reclamando sem parar até a chegada da clássica coxinha.
16h00 - muito, muito trânsito e ameaça de chuva. Tentamos mudar nossa passagem para o Santos Dumont, e a atendente informa que a multa ficaria em R$ 600,00. Claro, vamos de trânsito mesmo.
18h00 - chegamos ao Galeão, finalmente. O vôo atrasa e as únicas 4 tomadas disponíveis estão ocupadas. Acaba a bateria do notebook. Ótimo!
19h00 - adentramos o vôo e, repentinamente, começa a chover. Não uma chuva qualquer, mas aquelas com rajadas de vento... as escadas com rodinhas embaixo que ficam nas pistas dos aeroportos começam a voar e bater no avião. Enviamos mensagens de despedida aos entes queridos.
20h00 - nada do avião subir. Passamos a ler atentamente as instruções do cartão que se encontra bem em frente ao nosso assento, e damos risada das instruções de não pular no fogo, nem nos destroços.
20h10 - finalmente levantamos vôo. A chuva aparentemente sossegou.
20h30 - entramos numa área de turbulência. No início, fiquei admirando os raios que caíam ao lado da aeronave, mas logo em seguida veio a sensação de pânico com o tanto que chacoalhava tudo aquilo. Jone utiliza o cordão do saquinho de vômito e amarra seu RG ao blazer, na esperança de ser identificado.
22h00 - o comandante piadista anuncia: "pessoal, embananou tudo no ar. Congonhas está fechado por causa da chuva, e todo mundo foi pra Guarulhos. Estamos com pouco combustível... mas vou administrando aqui e em breve aviso vocês". Ótimo! Agora é o momento de ligar para os parentes e se despedir, certo?
22h40 - novamente o comandante - ele devia investir no humor! - anuncia: "pessoal, acho que vocês vão me matar quando chegarmos no solo. Teremos que pousar em Campinas, ok? Mas pensem pelo lado positivo: se tivéssemos que voltar pro Galeão, pegaríamos aquela tempestade toooda de novo". Que boa notícia!
23h00 - descemos em Campinas e descobrimos que nenhum dos hotéis da cidade tem vagas. Aguardamos por mais 1h15 até que chegasse o segundo ônibus da Gol para nos levar a Congonhas.
00h15 - quem diria, pegando a estrada a essa hora. Relembramos a odisséia do dia todo, rindo sem parar da própria desgraça, e concluímos que tratava-se na verdade de uma gincana, um verdadeiro teste de paciência.
1h30 - sã, salva e em casa. Sobrevivemos à gincana. Pergunta se eu consegui dormir depois de tudo isso?

Agora, imagina como estou ótema hoje =)

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Heineken Experience - Amsterdam

"Nós não somos o museu da Heineken, nós somos a Heineken Experience". É assim que se apresenta este museu interativo que funciona na antiga fábrica da cervejaria em Amsterdam. A estrutura permite uma verdadeira imersão no conceito e na história da Heineken, desde quando era uma cervejaria regional, até a padronização mundial das garrafas e o famoso patrocínio a eventos esportivos (há um espaço enorme sobre isso).

Lá, é possível “ser a cerveja”, uma projeção que te coloca no lugar de uma garrafa e mostra todo o trajeto que a bebida percorre, da fermentação ao engarrafamento. Além disso, é oferecida uma degustação orientada, em que te ensinam a ouvir, ver e sentir a cerveja, e você pode criar um rótulo personalizado com seu nome para a famosa garrafa verde.



Descobri, também, que os “es” de Heineken estão levemente curvados, sorrindo subliminarmente (como não havia percebido antes?), fiz um vídeo hilário cantando uma música tradicional holandesa e ainda pude assistir a todas as propagandas da Heineken, separadas por ano (foto acima)

Passando por Amsterdam, vale muito a pena conhecer!
Mais informações aqui.

domingo, novembro 29, 2009

Manaus 2009

O grupo animado aguardava o embarque no Aeroporto de Guarulhos. A maioria já se conhecia. Eu, no caso, não conhecia ninguém, com exceção das pessoas que me acompanhavam. Engraçado pensar que naquela hora, pessoas que se tornaram tão queridas eram apenas alguns dos integrantes da turma.

Três horas e meia de vôo depois, desembarcamos no aeroporto de Manaus. O bafo quente que aquele lugar possui é algo que jamais vou conseguir descrever por aqui, um calor e umidade incomparáveis. Mas a sensação não durou muito: logo entramos no ônibus com ar condicionado e com uma guia muito simpática de nome Isa, que foi nos explicando um pouco do que nos esperava.

Contou que o hotel ficava num canal, lá chamado de Igarapé, e que nesta época da seca era preciso pegar um barco menor pra chegar até lá. As chuvas duram de maio a setembro, mais ou menos, e nesta época o rio Amazonas chega a subir mais de 13 metros. O hotel, no caso, sobe junto.

Do ônibus, passamos para um barco bastante confortável, dentro do qual comemos, bebemos e escutamos um pouco sobre Manaus e sua história. O guia, cujo nome esqueci mas que falava muito, muito, muito, contou que o primeiro nome de Manaus foi São José da Barra mas que, devido à presença dos índios Manaós na região, a cidade passou a se chamar Manaus em 1669.

Pouco mais de uma hora neste barco, e finalmente avistamos o hotel Amazon Jungle Palace. Os funcionários guiaram cada pessoa à sua suíte, e nos preparamos para um almoço delicioso, oferecido por um chef paulista do qual também não me recordo o nome. Todos os dias, muitas opções de saladas, carne, frango e, como não poderia deixar de ser, peixes de várias espécies e feitos de diversas formas.

A primeira noite foi dedicada à focagem de jacarés. Saímos em canoas pelo meio da escuridão, cada uma com um guia na frente, possuindo uma grande lanterna ou holofote. Os olhos dos jacarés brilham à noite, e não era difícil avistar aqueles pequenos pontos brilhantes por causa do escuro. Confesso que fiquei com um pouco de medo, menos dos jacarés em si, mas principalmente de surgir alguma coisa do rio em meio à escuridão. Como os peixes-voadores, por exemplo, que davam cada susto nas pessoas que a guia falava: gente, cuidado! Senão vai ser peixe pra dentro e vocês pra água! Enfim, sobrevivemos, após conhecer mais de perto um jacaré filhote.

Na manhã seguinte, fizemos a caminhada na mata, saindo às 7h da matina (pode acreditar: já estava muito quente). Foram quase duas horas de mata fechada, explorando árvores, flores, frutas e insetos e, é claro, tomando o maior cuidado com os espinhos e possíveis animais nocivos dali. Isa nos mostrou o breu branco e  breu preto, árvores cuja seiva é altamente inflamável, usada pelos índios pra fazer o fogo e aquecer a chamada maloca. Mostrou também uma outra árvore, da qual não lembro o nome, usada para comunicação entre os índios. Quando se bate nela com um pedaço de pau, faz um barulho alto, que ecoa pela floresta. Assim, os índios podem chamar os outros quando pegaram uma caça ou se há alguém ferido. Lindas paisagens, mas acho que nunca suei tanto na vida.

Isa explicando um pouco mais sobre o breu preto:


De tarde foi a vez da visita à comunidade indígena que habita as regiões próximas. Atravessamos literalmente a ponte do rio que cai (feita totalmente de madeira), e a sensação que tive era de que estava descobrindo o Brasil. Lindas indiazinhas foram nos receber, correndo pela areia branca por entre as árvores e levando o grupo para conhecer seus parentes. Todos nos acomodamos na sauna natural no interior da maloca cujo centro abrigava uma tocha feita com a seiva do breu, e assistimos às apresentações de algumas das belas danças indígenas. Cansados e felizes, voltamos ao hotel.

Sábado foi dia de partir rumo ao Encontro das Águas, um dos passeios mais famosos de Manaus. Seguimos por mais de duas horas naquele barco ultra-confortável, até chegar à junção entre os rios Negro (de água escura) e Solimões (que tem água barrenta). Por causa da densidade dos dois rios, as águas não se misturam, formando essa paisagem no mínimo curiosa. Durante o passeio, curiosamente, encostaram dois barcos em que homens traziam animais para tirarmos fotos: era um jacaré, um bicho-preguiça e duas cobras. Só depois de nos divertirmos muito, o guia explicou que eram ilegais, e que traficavam animais. Um verdadeiro balde de água fria (mas o bicho preguiça é a coisa mais linda do mundo)...

À noite, foi hora de assistir à apresentação do Guia ESPN do fã do esporte, um levantamento muito interessante sobre o perfil dos amantes do esporte no Brasil. Descobri coisas incríveis sobre o basquete, tênis, skate, surf, vôlei e, é claro, sobre o futebol. Dados como: 81% dos amantes do futebol prefere ver seu time ganhando do que a seleção brasileira (!). Informações no mínimo interessantes pra quem quer atingir ao público esportista de todo o Brasil, e ainda mais pra quem ama esportes.

Um churrasco na cobertura do hotel fechou a noite e a viagem. Um encontro fantástico, com muito sol, calor, batidas de coco deliciosas à beira da piscina, banhos noturnos nesta mesma piscina, natureza exuberante (mariposas, muitas!) e, o principal: levo deste encontro pessoas incríveis e lembranças que jamais vou esquecer.

Valeu, ESPN!

Nascer do sol, só boas lembranças...

segunda-feira, outubro 26, 2009

Flores! Flores!

Não tem como não começar a semana feliz, quando todas as plantas da sua casa resolvem florescer no mesmo dia!



Orquídea de Jardim - era uma mudinha tão pequena...



Amarílis - dois anos depois, renasceu.



Flor de Cera - vários pequenos e charmosos buquês

Uma excelente semana a todos!

sexta-feira, outubro 16, 2009

Hoje dei início ao Projeto Carona.

Desde que passei a vir pro trabalho de carro, passo pelos pontos de ônibus lembrando das muitas horas que perdi ali, em pé ou sentada, sujeita à chuva, ao frio, aos perigos dessa cidade (óóóin) e ainda correndo o risco de, ao passar, o veículo estar tão cheio que o motorista nem faz questão de parar, simplesmente vira pro outro lado e finge que não tem ninguém ali.


Ao reparar nos pontos de ônibus, outro dia, pensei: mas que egoísmo, eu sozinha neste carro, podendo levar mais 4 pessoas! E decidi que, quando tivesse coragem, pararia e perguntaria se alguém estaria indo para a região da Berrini. Claro que o medo também era grande, de entrar alguém mal intencionado, de acontecer alguma coisa...

Foi então que hoje cedo, ao passar devagarzinho por um ponto de ônibus, reparei que não tinha nenhuma pessoa com pinta de maldosa. Duas meninas, uma senhora e uma mulher. Encostei: "ALGUÉM VAI PRA BERRINI??" Elas me olharam muito assustadas, como se nunca ninguém tivesse oferecido uma carona a elas (no ponto de ônibus? É bem possível que não mesmo). A mulher, ainda um pouco receosa, disse que estava indo para aquela região sim, e entrou no carro.

Ficou com medo até de dizer seu próprio nome, mas eu compreendi. Ela me contou que nunca tinha visto isso antes na vida, e que eu estava correndo riscos ao fazer isso. Papo vai, papo vem, ela finalmente me contou que seu nome era Elza e que trabalhava bem ali, ao lado da delegacia. Ou seja: no mesmo prédio que eu! Veja só como são as coisas!

Desceu do carro agradecida, ainda sem entender muito bem o que tinha acontecido. Subi de elevador meio extasiada, rindo da loucura e da bondade que, na mesma proporção, tomaram conta de mim nesta manhã.

sábado, outubro 10, 2009

Chororô

Locais e situações que me emocionaram em 4 países diferentes, sem ordem cronológica, alfabética ou de grandeza.

Catedral de Notre Dame - Paris
Olhando de fora, ela é essa monstruosidade ao lado. Em estilo gótico, a igreja
foi construída em homenagem à mãe de Jesus - Notre Dame = Nossa Senhora - e me fez lembrar na hora do documentário "O equilibrista", em que Phillipe Petit se aventura atravessando estas duas torres aí (ao vivo parecem ainda mais altas). Mas o que realmente me impressionou foi o interior dela, sombrio e ladeado por enormes vitrais coloridos, contrastando com o fundo escuro. Lágrimas vieram instantaneamente e
compulsivamente. O cheiro e a energia daquele lugar são inexplicáveis, mas acredito que dê para ter uma ideia no vídeo abaixo.



Regina Spektor - Amsterdam
Paradiso é uma casa de shows e balada que ocupa as construções de uma antiga igreja em Amsterdam. Os donos mantiveram toda a estrutura e os vitrais, transformando apenas o altar em um palco que, durante as temporadas, recebe os mais diversos artistas. Tive a sorte de pegar dois shows neste lugar mágico que, por si só, já é um programa interessante; e mais sorte ainda de um deles ter sido o da Regina Spektor. A russa, que além de linda tem uma voz impecável, tocou, cantou, brincou com a platéia, falou besteira e me fez chorar várias vezes, como em "Laughing with" e "Fidelity":



Igreja ao lado da Kaiser-Willhelm-Gedächtniskirche
Esta igreja de nome tipicamente alemão - e impronunciável - é esta aí da foto. Ela foi semi-destruída na Segunda Guerra Mundial, e mantida assim, como uma forma de mostrar as atrocidades de que uma guerra é capaz. Foram celebradas algumas missas no local,
mas por falta de segurança pararam e houve uma reforma que procurou manter a estrutura antiga o mais fielmente possível. Para que se pudesse continuar celebrando missas ali, foi construído ao lado um 'caixote octogonal' (infelizmente não me lembro de ter visto o nome), com vitrais azuis e um jesus dourado que parece flutuar. Aquela atmosfera de dor e resignação, o silêncio, tudo isso me emocionou demais.



Arte de rua - parte II (ou Músico em Veneza)
Com o calor infernal que fazia em Veneza (apesar da brisa, as temperaturas certamente estava em torno de 40ºC), sentamos em frente à igreja Santa
Maria Gloriosa dei Frari, em Veneza, para descansar. Um senhor, aparentando seus 60 anos, tocava alguns clássicos do rock, acompanhado de um instrumento X amarrado ao seu pé. Resolvemos não entrar na igreja - até porque pagava-se 3 euros e dava para ver o interior através de uma janela grande - e ficamos ali, aproveitando a sombra e a boa música. Lembrando da família, já no final da viagem, e repassando tudo o que acontecera nos quase 30 dias anteriores, não contive a emoção mais uma vez.

Porque tem horas que a gente não consegue (nem precisa) se conter.

Fotos: Paulo Henrique Schneider

segunda-feira, setembro 14, 2009

Break on through to the other side

Tudo o que se fala de Paris é verdade. Pelo menos, eu pude comprovar pessoalmente tudo o que eu ouvi antes de visitar a cidade.

Dentre os locais por onde passei, foi de longe o mais bonito. Não é à toa que é a cidade mais visitada por turistas do mundo todo! Sua beleza realmente impressiona a cada esquina, e dependendo do pique, pode-se percorrer os principais pontos a pé.

Da Torre Eiffel, chega-se facilmente ao Hotel dos Inválidos, que reúne o maior número de canhões do mundo, além de dois museus de armas e da tumba de Napoleão, essa construção magnífica que você vê ao lado. De lá, chega-se também à Catedral de Notre Dame, de uma grandiosidade que assusta e emociona. Enfim, descobre-se um novo parque ou monumento a cada rua, uma nova ponte sobre o charmoso Rio Sena...

Mas, como nem tudo é perfeito, Paris tem sim o seu lado negativo: as pessoas. Sem querer generalizar (mas já generalizando), os problemas comportamentais parecem estar incrustados na cultura deles. Ouvi dizer que os parisienses não suportam mais turistas pedindo informações, o que faz deles um pouco antipáticos e impacientes. Até por isso, o governo vem promovendo uma campanha para que os cidadãos sejam mais simpáticos, o que – pelo que vi – ainda não estava dando resultado. Além de tudo, a grande maioria não fala nada de inglês, então (outra dica, hein?), aprenda a perguntar, em francês, se a pessoa fala inglês (Excusez-moi, parlez-vous anglais?).

E acredite: essa antipatia não é o pior defeito. O que mais me incomodou na cidade foi mesmo a sujeira! Absolutamente todos os banheiros estavam imundos, do restaurante ao museu. O metrô fede. A impressão que tive é que os bares e restaurantes são limpos apenas no final do dia e, se você vai almoçar fora, a cadeira e o chão estarão acumulando toda a sujeira derrubada até aquele momento.

Em todos os restaurantes que estivemos, os copos tinham marcas de batom ou outras bebidas, sem contar o trágico episódio em que encontramos não uma, mas DUAS moscas – e de espécies DIFERENTES – em nossas saladas. Só não foi pior porque o gerente do local, que aparentava ser indiano, foi simpático e permitiu que fôssemos embora sem pagar nada.

Paris foi assim: uma mistura esquisita de encantamento e nojo. Sim, nojo!

Foto: Paulo Henrique Schneider

quinta-feira, setembro 03, 2009

Paris, Je t´aime

Parece óbvio dizer que, em toda e qualquer viagem, é preciso ficar ligado em dicas de quem já passou por ali. Seja uma busca no Google (o Maps foi fundamental no meu caso), seja perguntando a amigos ou àqueles que encontrar no caminho, sempre vale a pena anotar tudo antes de explorar um lugar novo.

Dentre os locais por onde passei, com toda certeza Paris foi onde as dicas mais me foram úteis. Colocamos em prática todas as recomendações de conhecidos e o resultado foi um final de semana mais-que-perfeito na cidade-luz. Por isso, aqui está um compilado das dicas mais
bacanas que recebi em relação a Paris:


Torre Eiffel - Acorde cedo e seja o primeiro!
Dica de Marcos, colega brasileiro do nosso curso de inglês.
Se você quer visitar o maior símbolo parisiense e não dispõe de horas extras pra perder na fila, acorde cedo e chegue lá entre 8h e 8h30. As visitas só têm início às 9h, mas chegando um pouco antes
você pega uma fila pequena, sobe na primeira leva e ainda consegue umas fotos mais exclusivas, com o local vazio, como esta que você vê ao lado.

O Louvre demanda pelo menos um dia todo de passeio.
Se você tem pouco tempo, visite o Museu de Rodin!
Dica de Sólon, ex-morador da cidade
Eu sei, eu sei: como chegar na frente do gigantesco Museu do Louvre, um dos mais importantes do mundo, e não entrar? É simples: quando você chega a Paris em uma sexta-feira e vai embora no domingo, cada minuto é valioso, e um breve tour pelo Louvre não leva menos que duas horas. É verdade! Você já tentou procurar as instruções, por exemplo, para ver a Monalisa? São inúmeros corredores, escadarias e
elevadores que você terá que pegar para chegar a ela. E posso falar? Fontes confiáveis relataram que o quadro é pequeno e fica tão distante e protegido que mal dá pra ver direito. Enfim, é claro que estivemos no museu - como não vê-lo, pelo menos de fora? - mas entramos mesmo no Museu do Rodin.


A mansão em que o escultor morava, bem como seu belo jardim, hoje
abriga algumas de suas principais obras. É mágico passear por entre as
árvores, descobrindo hora o famosíssimo "Pensador", hora alguma escultura de Victor Hugo, além do assustador e intrigante "Portão do Inferno", que você vê à direita e deu fama ao artista no século XIX. Dentro da mansão, "O Beijo", além de um quarto destinado a Camille Claudel (namorada* de Rodin) e muitos outros trabalhos.




Não visite o Sacre-coeur à noite, pode ser perigoso.
Novamente Marcos, capixaba esperto!
Nosso hotel ficava próximo ao Montmartre, região alternativa de Paris que abriga galerias de arte e a belíssima Basílica do Sacre-Coeur. Como chegaríamos na sexta-feira à noite (eu já disse isso?), pensamos inicialmente em visitar a igreja logo na primeira noite. Mas nosso colega alertou: o lugar fica cheio de senegalezes malandros, melhor ir durante o dia. Assim, acordamos cedo no domingo e fomos pra lá.


A basílica fica no ponto mais alto da cidade e é feita de mármore travertino, responsável pela
brancura da construção. O acesso se dá através de duas rampas, que levam a escadarias, que levam a mais escadarias, e então à igreja. No início de cada uma das rampas havia um grupo de senegalezes fechando a passagem e tentando vender artesanato a quem passasse por ali: seguravam o braço das pessoas e tentavam colocar pulseirinhas quase à força. Fiquei imaginando que à noite deve ser realmente perigoso por ali, enquanto subia os mais de 300 degraus até o domo da basílica, que oferece esta bela vista da cidade, à direita.


Já viu a torre de dia? Não deixe de voltar lá à noite!
Da turma de amigos que passara por ali semanas antes
Não sei dizer desde quando, mas de uns tempos pra cá a torre recebeu uma iluminação especial à noite e, mesmo após quase 10 horas andando sem parar, pegamos novamente o ônibus até o Trocadero, de onde já conseguimos ver a belíssima construção de ferro brilhando. O último horário para subir na torre é à meia-noite, mas de baixo você também consegue uma bela visão:


Emoção indescritível, parece feita de ouro!

Fotos: Paulo Henrique Schneider. Muitas outras lindas fotos aqui.

*Update by Deinha Gondimm o almanaque de cultura geral da tchurma: Camille Claudel era amante, e não namorada de Rodin. Veja mais no filme “Camille Claudel", com Gérard Depardieu no papel de Rodin.

sexta-feira, agosto 21, 2009

A Iberia esquece bagagens

No embalo do mais novo hit do YouTube ("A United quebra violões", criação de um músico que teve seu instrumento quebrado pela United Airlines e resolveu protestar através deste hilário vídeo), estou pensando em criar uma nova música: "A Iberia esquece bagagens".

Sempre tive medo de que alguma companhia aérea perdesse ou esquecesse minhas malas em algum lugar. A cada viagem, ficava olhando atentamente para a esteira, para as malas de todas as cores e formatos passando e sendo retiradas por seus donos satisfeitos... A ansiedade de ver minhas coisas chegando, o alívio de reconhecê-las e pegá-las... era sempre a mesma coisa.

Pois não foi o que ocorreu com a Iberia, principal companhia aérea espanhola, em minha primeira viagem internacional. Afinal, a Iberia esquece bagagens!

Primeira parada, Aeroporto de Schiphol, Amsterdam. Esteira 6, era o que dizia o painel, e rapidamente fomos até ela acompanhar as malas que começavam a ocupar a esteira. A cada nova bagagem que aparecia, a esperança de ver minha mochila novinha, comprada especialmente para a ocasião. Mas nada. Nada de aparecer.

Ao perguntar à mocinha do guichê, descobri que havia sido esquecida em Madrid durante a conexão, mas que seria entregue na mesma noite. Abriram um chamado entregaram a todos os lesados (sim, havia vários) uma necessàire cada um, com produtos bacanas para higiene pessoal - Nivea, L´Occitane - e roupas de baixo bizarras feitas daquele tecido vagabundinho do qual são feitos aventais para se fazer exames.

Felizmente, as malas chegaram no mesmo dia. Mal sabia eu que, um mês depois, na volta pra casa...

No mesmo Aeroporto de Schiphol, despachei dois volumes (a esta altura, já estava com uma mala a mais que continha apenas souvenirs e presentes para a família). Novamente a conexão em Madrid (desta vez, com bastante folga, sem desculpas de falta de tempo para transportar as bagagens de um avião para o outro), e finalmente desembarcamos em Guarulhos por volta das 5 da manhã de domingo.

Um absurdo a forma com que estavam as malas ao chegarmos na esteira indicada. Muitas delas, de um vôo anterior, estavam jogadas no chão e, com a entrada das novas malas, funcionários retiravam-nas sem o menor cuidado. Mala vai, mala vem, um dos dois volumes chegou. Mas e o outro? Justamente o que estava com todos os presentes?

Um pouco mais de ansiedade, mais malas indo e vindo, escuto: Sra. Mariana Camargo, favor comparecer ao balcão da Iberia. Já desconfiava de que algo tivesse acontecido. A funcionária, tentando me acalmar, avisou que a mala não estava perdida, "apenas havia sido esquecida em Madrid durante a conexão".

Desabafei: mas de novo essa história? Como é possível? E ela, com a cara mais lavada do mundo e um sorrisinho que infelizmente não amenizou em nada o meu mau humor (acentuado por 10 horas de vôo), lançou a pérola: "Puxa, aconteceu na ida e na volta? Você foi premiada"! Ficou faltando só o prêmio, né?! - eu quase gritei.

Aliás, recebi o prêmio: minha mala, intacta, três desesperadores dias depois.

terça-feira, agosto 18, 2009

Arte de rua - parte I

Uma das coisas com as quais mais fiquei impressionada durante esta passagem pela Europa foram os diversos grupos e artistas de rua. Começou com uma dupla no Vondelpark em Amsterdam, violino e violão, que me fez chorar logo de cara. Aquele parque lindo, um final de tarde ensolarado em uma das cidades mais charmosas pelas quais já passei, e o som do violino a me arrepiar a espinha.

A partir daí, foram inúmeras apresentações, passando por estátuas vivas, um flautista que tocava duas flautas doces de uma vez só - e com as narinas! -, sanfoneiros, cantores e até marionetes. É engraçado o quanto se aprende sobre a cultura de um país através de seus artistas de rua.

É comum aos passantes deixar uma moeda ou um punhado delas para os instrumentistas, ainda que não parem para assistir à apresentação. Essa não deixa de ser uma forma de manter a arte viva nas ruas, encher as vielas e praças de música e, consequentemente, de alegria.

Abaixo, um vídeo que fiz na Dam Square, em Amsterdam, onde fica o Palácio Real*. Um dos companheiros do grupo, que estava ao lado "gerenciando" a apresentação, me contou que eles eram russos, e fiquei encantada com o quanto eles viajavam na música, improvisavam e se divertiam, sempre liderados pela baixinha que tocava o instrumento mais exótico dos três.

Se alguém souber o nome destes instrumentos, me ajuda!



*Dias depois descobri que a família real não mora mais lá, mas sim em uma cidade menor, próxima à capital. Mas quem se importa?

quarta-feira, agosto 12, 2009

Estamos de volta!

Neste indescritível um mês de férias (como um mês consegue passar tão rápido?) eu tinha duas opções: atualizar os leitores dia a dia, com as novidades e experiências europeias OU me afastar quase por completo de tudo quanto fosse aparelho eletrônico e descansar a cabeça de verdade.

Fiquei com a segunda opção.

Mas, como tudo tem que acabar um dia, estou de volta à vida real. Não lembrava que viver era tão difícil! Pelo menos durante esta primeira semana, ainda estou em choque. Um pouco depressiva, devo dizer. Mas cheia de histórias pra contar.

Aguardem!

segunda-feira, junho 08, 2009

Uma tarde no Masp

Vale muito a pena visitar o Masp neste mês de junho. Lá estão acontecendo três exposições, que agradam aos mais diversos gostos culturais.

Em comemoração ao ano da França no Brasil, um dos andares está dedicado à exposição “Arte na França 1860-1960 – O Realismo”. São obras dos mais importantes artistas de todos os tempos, como Renoir (à esquerda, o quadro As Meninas Cahen d'Anvers), Portinari, di Cavalcanti e Tolouse-Lautrec, em sua maioria representando fielmente as formas humanas e alguns animais.

A mostra expõe as diversas vertentes do realismo. Algumas obras chegam a parecer fotos, de tão perfeitas, dando a impressão de que podem se mexer a qualquer momento. É assim inclusive que começa a mostra, com frase de Gustave Courbet a respeito da criação de uma “arte viva”:

“Saber para poder – foi esse meu pensamento. Ser capaz de traduzir os costumes, as idéias, a cara de meu tempo, conforme minha opinião e meu modo de ver; ser não apenas um pintor, mas também um homem, em suma, fazer uma arte viva, este é o meu objetivo.”

Descendo um andar, chega-se à exposição de fotos “Terra em transe”, do artista espanhol Manuel Vilariño. Considerado um mestre da natureza morta, Vilariño compõe suas imagens com base em animais mortos, velas e frutas, revelando cores e ao mesmo tempo causando certo choque aos visitantes. Ao lado, "Natureza Morta com açafrão", pra que você possa ter uma ideia.

Mas estava no subsolo a exposição mais esperada do dia: VIK, uma seleção de fotografias das obras do artista Vik Muniz. Brasileiro radicado nos Estados Unidos, Vik é conhecido por criar obras a partir dos elementos mais inusitados, como poeira, lixo e chocolate. Além do talento visível na perfeição das obras e da criatividade nos materiais usados, vale ressaltar que todas as obras têm um propósito.

A série “Crianças do Caribe”, por exemplo, foi feita depois de uma viagem ao local, em que Vik conheceu um grupo de crianças de rua extremamente doces e amigáveis. O artista resolveu homenageá-las com seus retratos expostos em açúcar num fundo preto.

Outra série interessante é composta por divas e monstros. Um colecionador de suas obras, que fabricava diamantes, resolveu emprestá-los para Vik. Ele, então, produziu as imagens de várias divas, como Elizabeth Taylor (à esquerda) e Bette Davis. Em contrapartida, resolveu retratar monstros clássicos do cinema usando caviar, uma forma de simbolizar a pouca durabilidade dos monstros nos filmes.

Serviço
MASP: Av. Paulista, nº 1.578 - Cerqueira César
Tel.: (11) 3251-5644
De 24 de abril a 12 de julho
Terças, quartas, sextas, sábados e domingos, das 11h às 18h
Quintas, das 11h às 20h
Entrada: R$ 15,00 (meia-entrada R$ 7)
Grátis às terças-feiras!
Mais em: http://www.vikmuniz.net/

sexta-feira, maio 22, 2009

Enogastronomia

Já tinha esquecido o quanto aprecio um bom vinho. Estive ontem na Vinea Store, no Paraíso, para conhecer a famosa noite enogastronômica que a casa promove às terças, quartas e quintas-feiras. A cada mês, são escolhidos chefs para comandar a cozinha do local, enquanto os sommelières indicam os melhores vinhos para acompanhar a refeição.

Às quintas, especificamente, é dia de risoto, sempre com um sabor diferente por semana. Ontem foi a vez do risoto de quatro queijos, delicioso, com consistência e sabor incríveis, servido ao lado de um carmenère chileno reserva da In Situ, da safra 2005.

A uva carmenère foi escolhida por não ter muito tanino (aquela sensação de "boca amarrada"), já que nem todos os presentes estavam acostumados a vinhos fortes e encorpados. A bebida estava leve e muito agradável, combinando perfeitamente com a ocasião, e o fato de ser um chileno conferiu ainda mais credibilidade ao rótulo, já que é de lá que vêm os melhores vinhos desta uva.

O lugar é um charme só. Lá funciona a loja, pequena porém aconchegante, e nos fundos há uma área semi-descoberta à meia-luz, com velas sobre as mesas, vasos de flores frescas e uma fonte. Não dá pra não se encantar com toda a atmosfera criada.

Parece até ser um programa caro, mas não é. Pelo risoto, paga-se R$ 15,00, e há vinhos com excelente custo-benefício a partir de R$ 30,00. Um programa diferente, saboroso e mais que adequado aos dias frios que vêm fazendo.

Serviço
Vinea Store
Rua Manoel da Nóbrega, nº 1014 - Paraíso
De segunda a sexta, das 10h às 22h - Sábados, das 10h às 18h
(11) 3059-5205

terça-feira, maio 19, 2009

No chão, sem o chão.

Meu primeiro contato com o músico paulista Rômulo Fróes foi na Ilustrada, há algumas semanas. Ele ganhou uma reportagem de capa falando de seu terceiro CD, duplo, chamado “No chão sem o chão”. O destaque dizia que o álbum estava disponível para download na internet por iniciativa do próprio músico, que alegou querer “espalhar seu som”. Conseguiu, no meu caso.

Baixei os CDs a partir do blog indicado na matéria (de quebra, conheci o melhor blog do mundo para quem gosta de música brasileira) e de cara me identifiquei com o som do rapaz de 38 anos que sonha com o dia em que vai se ouvir no rádio. Não é um som facilmente digerível, mas, depois da segunda vez que se escuta o CD, é impossível não se encantar e cantar algumas das poesias densas que ficam na memória.

Não espere muito da voz de Rômulo. É grave, tem um tom bonito, mas não passa muito disso. Prefira se prender às letras dos artistas plásticos Clima e Nuno Ramos, que constroem cenas na nossa cabeça e estimulam o imaginário. Com certeza, é a “cereja do bolo”. Preste atenção também nos solos desconexos e na variedade de instrumentos, que vão da guitarra ao trompete, passando pelo bandolim, piano, contrabaixo e o que mais parecer fazer sentido pra ele.

Na verdade, Rômulo já foi classificado como “sambista” e “indie”, até por conta dessa diversidade. Mas não gosta de nenhum destes rótulos. Nada disso combina com ele, segundo o próprio. Aliás, o que combinou bastante foram algumas participações ilustres, como a de Mariana Aydar em “De Adão para Eva” e do trompetista Bocato, além de Andreia Dias e das pastoras da Velha Guarda da Nenê de Vila Matilde, no samba "Manda chamar".

Lembrei um pouco do Otto pelo todo (letras bacanas + instrumentação de qualidade + voz fraca + parcerias legais), com a diferença que Rômulo é paulista e carrega consigo a melancolia da metrópole, enquanto o pernambucano representa mais a alegria e a festividade nordestinas.
Ambos são livres para não se prender a estilos; não seguem fórmulas de sucesso em suas músicas; costumam causar bastante estranheza a quem lhes ouve; e...

Têm a mim como fã! :)

Baixe os CDs de Rômulo Fróes e conheça o melhor blog de downloads de música brasileira: http://umquetenha.blogspot.com/2009/03/romulo-froes-no-chao-sem-o-chao-2009.html

Foto: Tatiana Blass

segunda-feira, maio 11, 2009

Maria Adelaide

Maria chega toda feliz:

- Gente! Agora eu tenho e-mail! Minha filha que criou pra mim. Anota aí pra vocês me mandar as coisa!
- Jura, Maria? Que legal! Qual o endereço?
- É mariaadelaidemaluquinha@yahoo.com.br
- Nossa, Maria! Não sabia que seu nome era Maria Adelaide!
- Mas não é! É Maria da Penha!
- Ué, mas por que será então que sua filha colocou esse e-mail pra você?
- Sei lá ué....

(pausa)

- Maria...
- Oi.
- Não seria underline?
- Isso!! Isso!!

quarta-feira, maio 06, 2009

Você faz xixi no banho?


Se não faz, deveria. Se faz, não está sozinho.

Segundo o site do S.O.S. Mata Atlântica, que está organizando essa inusitada pesquisa, cerca de 76% do público que respondeu, faz xixi no banho e com isso economiza cerca de 12 litros de água por dia com descarga.

Numa casa com 4 pessoas são 48 litros por dia.

Num ano, são 17520 litros de água economizada.

Responda a pesquisa: http://www.xixinobanho.org.br/ - O site, além de tudo, é uma graça! Cheio de animações...

Não vale mentir, hein?

quinta-feira, abril 23, 2009

Seleção de coisas legais na web (sem critério algum)

Terror, o tipo da coisa que não é pra mim
O site Hotel 626 foi eleito o melhor de 2008 pelo público do FWA. É um site de terror que só funciona das 18h às 6h, suposto horário de funcionamento do hotel. Entrando à noite, dá mais medo ainda de percorrer os sombrios corredores... Ok, você pode burlar o sistema mudando a hora no seu computador ;)

Com produção de vídeos e 3D de alta qualidade, o site te desafia a sair vivo do hotel. Quando postei esse link no blog da Neotix, há um tempinho, teve nego reclamando que não conseguia usar. Atenção ao horário de funcionamento do site! Outra coisa: no início, é um pouco difícil de se localizar mesmo. Assim, ao entrar no corredor, saia clicando em tudo pra poder entrar em uma das salas e iniciar os desafios...

Tente sair vivo dessa!
http://www.hotel626.com/

Vídeo de outros tempos
Em sua primeira viagem ao Brasil, Pato Donald encontra Zé Carioca. Ao som de Aquarela do Brasil, desbravam a natureza, os costumes e muito do que o país tem a oferecer.



Bem legaus
O blog http://www.bemlegaus.com/ mostra dicas interessantes de decoração, artigos divertidos e modernos e peças de design pra ninguém botar defeito! Este saleiro e esta pimenteira abaixo, por exemplo, foram retirados de lá. Eles são feitos em cerâmica, têm rodinhas em aço inox e pneus de borracha. Foram criados pelo designer de Israel Iris Zohar. Imagina a diversão: passa o sal!


A cada dia, um post diferente.

terça-feira, abril 21, 2009

História, interatividade e muita bola na rede

Sala das Copas

Logo na entrada, um saguão com fotografias e lembranças de colecionadores de todas as torcidas anuncia que a emoção não vai ser pouca. Flâmulas, miniaturas, bandeiras... Tudo é memória na chegada ao Museu do Futebol.

Suba a primeira escada rolante, e você vai se deparar com a imagem do Rei Pelé, em vídeo e tamanho pouco maior que o real, saudando os visitantes em português, inglês e espanhol. Um corredor escuro te levará ao salão dos anjos barrocos, em que grandes ícones do futebol de todos os tempos pairam no ar em projeções e tecidos que rodeiam os visitantes até a chegada da primeira área sobre gols.

De um lado, algumas personalidades como Galvão Bueno e Nelson Motta falam sobre seus gols prediletos, permeados por imagens marcantes; do outro, cabines com estações de rádio permitem que você escolha narrações de gols desde 1900 e as escute bem de perto, como num radinho de pilha, enquanto o que está sendo narrado passa numa tela à sua frente em legendas frenéticas.

Quando você já está achando tudo aquilo uma experiência super divertida, é levado para outra sala escura: a parte de baixo da arquibancada do Pacaembu, com perfis cravados na terra e um clima misterioso. De repente, um jogo de painéis, projeções e caixas de som criam uma sinfonia de gritos de guerra e comemorações de gols de várias torcidas, permitindo que os visitantes se sintam totalmente inseridos naquele ambiente e envolvidos na emoção daqueles apaixonados. É de arrepiar.

A partir daí, começa a parte mais histórica do museu. Quadros com imagens que associam a história do país à chegada do futebol me fizeram lembrar meu avô, que iria adorar tudo aquilo (ainda vou levá-lo). Um corredor mostra grandes heróis de nossa história, das artes à política, passando pela música, arquitetura e, é claro, futebol. Uma verdadeira aula em grandes painéis também com projeções.

Mais um corredor, dessa vez com Arnaldo Antunes narrando a fatídica final da copa de 1950, no Maracanã, em que o Brasil perdeu para o Uruguai por 2 a 1. Uma narração sofrida, acompanhada pelas batidas aflitas de um coração brasileiro. Este é o chamado “Rito de passagem”, que leva os visitantes à super colorida Sala das Copas. São vários totens, representando diversas copas e seus respectivos momentos históricos, políticos, econômicos e artísticos. Dá pra passar horas só olhando as fotos e assistindo aos vídeos.

Após uma breve passagem por dois monumentos, que homenageiam as histórias de Pelé e Garrincha, chega-se ao grande almanaque interativo do futebol. Tudo o que você pode imaginar está ali. São regras, curiosidades, números, recordes, chuteiras e bolas desde a chegada do esporte ao Brasil até os dias de hoje, frases e apelidos famosos, réplicas do cartão e apito do juiz, e até as divertidíssimas mesas de pebolim, trazendo diferentes esquemas táticos!

Para finalizar, um pouco mais de diversão em outro andar. Primeiro, alguns campinhos de futebol projetados no chão são a alegria da criançada, que disputa a bola virtual. Em seguida, uma salinha em que, com óculos 3D, você confere de pertinho a habilidade de um grande jogador. E, por fim, teste a velocidade do seu chute com o goleiro virtual, e ainda tire uma foto que poderá ser encontrada no site do museu.

Não é à toa que o Museu do Futebol já está entre os 5 mais visitados da cidade (segundo levantamento da Revista da Folha), mesmo tendo sido inaugurado em setembro do ano passado. A tecnologia é usada de uma forma muito inteligente, atraindo a atenção de pessoas de todas as idades, e permitindo que elas aprendam sem perceber sobre a história do nosso país e este esporte, incorporado de forma tão natural à nossa cultura.

Reserve um dia todo e se entregue a essa paixão. Garanto que vai valer a pena.

Museu do Futebol
Estádio do Pacaembu – Praça Charles Miller, s/nº
Ingressos: R$ 6,00 (estudantes pagam R$ 3,00)
Funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 17h
Não funciona em dias de jogo no Pacaembu. Confira agenda em: http://museudofutebol.org.br/

sexta-feira, abril 10, 2009

Placebo


Placebo está com música nova disponível para download :)

Battle For The Sun
http://placeboworld.co.uk/

A música faz parte do novo álbum do trio, que leva o mesmo nome e será lançado em junho. É o primeiro desde a entrada de Steve Forrest, no grupo desde 2008, que entrou para substituir o baterista Steve Hewitt.

Gosto muito do timbre e da afinação perfeita de Brian Molko, ainda que esteja menos "histérico" que de costume nesta faixa. Stefan Olsdal continua me emocionando com seus solos de guitarra, bem entrosados com as batidas do novo integrante. O refrão tem uma bela e melancólica melodia, no melhor estilo Placebo.

Pra ser sincera, só me incomoda um pouco a repetição excessiva das palavras no início e final de várias frases na letra. Acho que tornou a música um pouco maçante.

No link acima, você pode baixar o som e se cadastrar para receber mais informações. Nesta edição, será lançado um pacote com CD, DVD e LP, além de 500 boxes especiais assinados pela banda.

sexta-feira, abril 03, 2009

Ela não é carioca (mas podia ser)

Depois de cerca de quarenta minutos, sendo pelo menos 10 deles de turbulência das brabas, escutamos aliviados a voz do comandante: “atenção! Estamos pousando no Aeroporto Santos Dumont. São 21h e os termômetros marcam 28ºC”. Quente! Um bafo!

Nunca tinha ido ao Rio de avião (só fazendo conexão), e confesso que deu um frio na barriga de pousar tão junto ao mar. O taxista, vascaíno (ele mesmo se intitulava “vascaindo”), camuflava seu DVD ilegal com uma touca do time. Seu pai, torcedor fanático, morreu cedo do coração. “Também por causa do time”, confessou.

Alguns (muitos) minutos de carro – o Rio é maior que eu pensava! – e chegamos à casa da Lu. Super bronzeada, carioquíssima e pra lá de hospitaleira, mostrou pra gente o seu apê, em que cada detalhe revelava um pouco da sua personalidade.

A cereja do bolo, sem dúvida, era o terraço gostoso com vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas. O fato de estar ao lado do Parque da Catacumba (que recebeu o nome porque outrora fora um cemitério), permitia um contato interessante com macaquinhos e outros bichos. Duas garrafas de vinho e alguns petiscos depois, ficamos admirando a beleza da lagoa à noite, em meio a raios e clarões.

O Rio é lindo. Talvez a cidade grande mais bonita em que já estive. A atmosfera do lugar – tocava MPB em absolutamente todos os lugares por onde passei, dos táxis ao saguão do hotel, da portaria do prédio da Lu ao salão de café da manhã – o clima, a natureza, enfim. Um charme só.

Tá certo, as pessoas dirigem loucamente, o contraste da Praia de São Conrado e da Pedra da Gávea com o morro forrado de barracos da Rocinha é triste de se ver, tem bastante trânsito também, e além de tudo tem aquilo que a gente lê no jornal diariamente sobre a violência (nada que eu não esteja acostumada por aqui).

Mas olha, se alguém me chamasse pra morar no Rio, com emprego legal e moradia em lugar bacaninha (quer mais o quê também, né?), eu ia fácil. E ia me tornar a mais nova super-bronzeada-e-gostosa-que-corre-na-praia-todo-dia-de-manhã da cidade!

segunda-feira, março 23, 2009

Honey’s Island

Acabei não finalizando meu relato de viagem para a Ilha do Mel. Na verdade, fiquei pensando no melhor jeito para fazê-lo...

Não queria ficar contando dia por dia, porque já entendi que este é um formato um tanto cansativo – para mim e para os leitores. Também não tinha muitos causos interessantes para descrever. Então, decidi resumir as atrações do local, assim, quem estiver curioso já conhece tudo de cara por aqui:

Roteiro Gruta – Farol
Para quem está na Praia de Encantadas, é possível fazer este trajeto a pé ou de barco. O barquinho custa R$ 5,00 (preço fixo) e sai a toda hora, mas eu recomendo fazer o percurso a pé mesmo, assim você vai conhecendo as maravilhosas praias pelo caminho. A Gruta das Encantadas é a primeira parada, e é chamada assim porque, segundo a lenda, sereias encantavam os navegantes para dentro dessa gruta. Seguindo pela costa, você passará por praias extensas e praticamente desertas, até que começará a avistar um farol lá longe, no alto de um morro. “Siga aquele farol!”, era o que pensávamos. E seguimos caminhando, o sol forte queimando as costas, até chegar à Praia de Brasília, outro local em que é possível ficar hospedado na ilha. De lá, mais uma trilha até que se abre um clarão e o vento forte anuncia uma paisagem inédita pra mim: uma passagem por cima de um morro, e praia dos dois lados. Aquela água esverdeada, o sol batendo no farol imponente e muito bem conservado (datado de 1870), tudo era um conjunto de belezas que gritava aos olhos. Subimos uma escadaria até chegar ao farol, e a vista à esquerda dispensa comentários.

Roteiro Fortaleza – Baía dos Golfinhos
O dia estava um pouco nublado e ficamos com receio de não encontrar os golfinhos por causa do mau tempo. “Fiquem tranquilos, é até melhor para conseguirmos enxergá-los”, afirmou a bióloga Ana Carla, responsável pelo barco Sea Calm (entendeu o trocadilho? rs), o mais conhecido para este passeio. Saímos às 10h00 rumo à Fortaleza Nossa Senhora dos Prazeres (à direita), construída por volta de 1800 pelos portugueses como uma forma de demarcar território. Dizem que, na época, havia muitos piratas espanhóis à procura de terra e, caso passassem por ali, aquela área já teria donos. Donos muito bem armados, por sinal, para atingir a quem fosse necessário. Segundo a bióloga, houve apenas um combate, em 1850, quando os ingleses buscavam navios com escravos e se deparou com um, bem ali. Pela primeira e única vez, os canhões seriam utilizados num combate, não fosse o fato de que... bem, eles não funcionaram. A batalha foi perdida – neste caso, felizmente, já que os portugueses continuavam praticando a extinta escravatura. O que se diz por lá, entretanto, é o oposto: não faltam menções honrosas aos combatentes que resistiram à luta. Hoje, o local está restaurado e aberto à visitação. É interessante (e cansativo!) seguir pela trilha que leva aos corredores de pedra que abrigam os canhões.

De lá, partimos para a segunda parte do passeio: a esperada Baía dos Golfinhos. Já no caminho para a Ilha das Peças (que recebeu este nome porque era um ponto de comercialização de escravos, chamados de “peças”), os simpáticos mamíferos aquáticos começaram a dar o ar da graça. A bióloga explicou que, antes de tudo, iríamos almoçar e, em seguida, pararíamos o barco onde os botos costumavam se exibir. Não tivemos dúvida: trocamos o almoço por algumas braçadas no mar, perto dos bichinhos. Eles são realmente sociáveis: nadam em grupos, se exibem, e teve até um que resolveu dar um salto cinematográfico para as câmeras! A reação foi unânime: aplausos emocionados ao acrobata do mar.

Fotos: PH Schneider

sexta-feira, março 20, 2009

Descoberta bacanuda na web

Eu sou péssima para lembrar nomes de músicas. Muitas vezes, me pego procurando no Google por trechos de canções que gosto, para conhecer o nome delas. Foi aí que descobri o Just hear it, um site que promete encontrar todas as músicas disponíveis na web com a palavra que você digitar.

Muito simples de navegar, o site encontra todas as músicas que tenham no título, letra ou artista a palavra procurada. E o melhor: você pode escutá-las na íntegra.


E viva a internerd!

terça-feira, março 17, 2009

Sala São Paulo

Na última segunda-feira, tive o prazer de conhecer a maravilhosa Sala São Paulo, espaço para concertos que fica na Praça Júlio Prestes, atrás da Estação da Luz.

Passear pela região não é lá das experiências mais agradáveis. Você encontra tanta miséria, tantos tipos esquisitos e tanta sujeira, que parece uma miragem quando se depara com aquela imensa construção que é o Complexo Cultural Júlio Prestes, onde está a Sala.

Construído onde antigamente era uma estação da Estrada de Ferro Sorocabana, o lugar consegue mesclar tradição e modernidade. A antiga construção mantém as colunas trabalhadas e o teto altíssimo e rebuscado. A modernidade aparece nos detalhes, como as cadeiras do café e o estrondoso forro móvel, responsável pela acústica da casa.

Estive lá para assistir, pela primeira vez na vida, a um concerto da Osesp. Em uma apresentação exclusiva para assinantes da Folha de São Paulo, o evento contou com a regência de Cláudio Cruz, que também é violinista, e teve em seu repertório “As Bodas de Figaro”, de Mozart; “Danças Eslavas”, de Dvorák; e “Sinfonia nº5 em mi menor”, de Tchaikovski.

Foi uma cena belíssima: todos entrando, elegantes, as mulheres de longo preto e os homens de fraque, e assumindo seus postos diante dos instrumentos. Com a entrada do maestro, as palmas enérgicas do público e o início de uma apresentação emocionante.

Parecia que estava passando um filme da minha vida. Talvez, em minha memória, a música clássica estivesse muito ligada a desenhos animados e filmes da Disney, não tenho certeza. Só sei que, de repente, me veio uma vontade de sair dançando, como num baile de princesas, a deslizar pelo enorme salão imaginário com lustres de cristal.

De repente, eu queria ser aquelas batutas do maestro, a correr pelo ar, ordenando quem tocaria a que momento, e com qual intensidade.

Eu queria ser aquelas melodias que saíam cantaroladas das bocas das pessoas após o espetáculo, e que certamente ficaram em suas mentes durante dias e dias, a contar suas histórias, assim como ficaram na minha.

Faça um tour virtual pela Sala São Paulo aqui.

Foto de Luiz Carlos Felizardo

quinta-feira, fevereiro 26, 2009

O elevador

Eram 8h30 e, como de costume, o elevador demorava para chegar. Isso fez com que mais de dez pessoas se acumulassem no pequeno hall de entrada, mudas, como se fossem as únicas que esperassem ali. Impacientes, olhavam no relógio e batiam os pés no chão.

O apito do elevador anunciava sua chegada, e as pessoas se puseram a entrar. Nada de cavalheirismo, nem preocupações com idosos. Um senhor, que aparentava ter 80 anos, esperou pacientemente a sua vez.

Espremeram-se todos no elevador, lutando para que seus olhares não se encontrassem. A vaidosa conferia a maquiagem no espelho, enquanto ouvia-se o rock pesado do fone de ouvido do adolescente no outro canto. Ouvia-se a respiração de uns e outros.

Pouco a pouco foram descendo em seus andares, até que ficamos eu e o senhor de idade. Antes de descer, com um sorriso, ele sabiamente me falou:

"Não existe nada mais solitário que um elevador lotado."

Eu ri e concordei, acenando com um bom dia que ainda não me havia sido permitido desejar.

quinta-feira, fevereiro 19, 2009

Over my shoulder

Um acessório fundamental para quem gosta de viajar é uma boa mala de viagem. Se o objetivo for acampar ou percorrer vários lugares em uma mesma viagem, a melhor opção é colocar nas costas a boa e velha mochila.

Você deve pensar: mas as malas de rodinhas são tão mais confortáveis! Sim, mas as rodinhas se desgastam muito rapidamente, e você não vai querer ficar carregando na mão todo aquele peso o restante do trajeto.

Recentemente, tomei conhecimento sobre o modelo “cargueiro”, uma opção perfeita para quem vai unir viagem de avião + passeio por vários países. Isso porque conta com um compartimento destacável na parte da frente – a chamada “mochila de ataque” – que pode ser levada como bagagem de mão ou para um final de semana em um país ou cidade vizinha, por exemplo.

Além disso, a mochila transforma-se rapidamente em uma mala: da parte de baixo, tira-se uma cobertura que, se fechada, esconde as alças. Perfeita para despachar em aeroportos sem precisar embalar naqueles plásticos tipo filme. Na lateral, há uma alça reforçada, que permite que você carregue por ali mesmo.

Com uma pesquisa, verifiquei que algumas das marcas mais procuradas são: Kailash, Trilhas e Rumos, Deuter e Curtlo. Cada uma com sua diferença de preço, qualidade e com várias opções de tamanho (medido em litros).


A Kailash (à esquerda, modelo de 70 litros), por exemplo, é linda e resistente, porém as alças são muito estreitas e não oferecem o conforto que se precisa ao carregar um peso grande nas costas.






Já a Trilhas & Rumos (à direita, modelo de 68 litros) parece ser bem confortável e vem com capa de chuva embutida.










A Deuter, marca alemã (ooohh, jura? Rs), é considerada a melhor do mundo. Obviamente, é também a mais cara – custa cerca de 60% mais que os outros modelos que você vai encontrar na loja. O modelo à esquerda, chamado de traveller, é o maior da linha, com 80 litros fora a mochila de ataque.





Já a Curtlo, também importada, mas menos cara que a Deuter, possui costura reforçada e todos os itens já citados. Em minha opinião, tem a melhor relação custo-benefício. Você pode vê-la à direita, na versão 60 litros, fora os 15 da mochila.







Vale lembrar que todas as marcas citadas acima possuem garantia vitalícia. É isso mesmo! Você pode levar a sua mochila na própria loja em que adquiriu, ou entrar em contato com o fabricante, e eles consertam o que tiver que ser consertado pro resto da sua vida.

Outra diferença fundamental entre as mochilas tipo cargueiro e as convencionais de acampamento é a questão do zíper. A maioria das mochilas possui o formato de saco, e são fechadas por cordão. Isso impede que se possa trancá-la. No caso das marcas acima, todas possuem fechamento com zíper, ou seja, é colocar um cadeado e correr pro abraço!

Boa viagem!

quarta-feira, fevereiro 18, 2009

Catástrofes no Photoshop

O blog Photoshop Disasters é um dos preferidos da galera de criação, que adora rir das trapalhadas cometidas por usuários do programa em revistas de famosos, anúncios de filmes, entre outros.

Aí o Abduzeedo selecionou as 20 piores mancadas de 2008. Veja abaixo algumas delas:





Todos os 20 piores estão aqui. Hilário!

terça-feira, fevereiro 10, 2009

As pazes com Tortula

Resolvi voltar ao Tortula, mistura de padaria, confeitaria, restaurante, pizzaria e chopperia que fica no Brooklin. Há alguns meses, passei pelo pior atendimento da minha vida nesse local, entretanto uma amiga informou que, após tantas reclamações, a casa tinha finalmente dado um jeito em seus funcionários mal-educados.

E foi no último domingo que nós fizemos as pazes. Tudo bem, não era horário de pico e o local estava vazio (o que possivelmente permitiu o melhor atendimento), mas o fato é que descobri um novo lugar pra almoçar aos finais de semana. O buffet custa R$ 29,90, com variedade de massas, saladas e outros pratos, mas preferimos ficar no saguão e escolher dentre os pratos à la carte da casa.

A experiência foi ótima. Um strogonoff de filet mignon, por exemplo, custa R$ 17,90 e acompanha uma big salada (à escolha do cliente), arroz e fritas. Muito bem servido e muito saboroso, conseguiu apagar a má imagem que eu fazia do lugar.

Um pouco de minha história de amor e ódio com o Tortula:
Overdose gastronômica
Guarde essa fachada para nunca entrar neste local

quarta-feira, fevereiro 04, 2009

Parabéns, Chico!

Nunca fui muito fã do Pânico na TV. Salvo raras exceções, acho as brincadeiras deles desrespeitosas e sem graça. Sinto vergolha alheia pelo constrangimento que eles causam nas pessoas.

Mas, dessa vez, sou obrigada a admitir que eles foram muito engraçados.

Me disseram que já faz um tempo, mas só hoje ouvi falar na brincadeira de aniversário que fizeram com o Chico Pinheiro, fazendo com que uma faixa de parabéns fosse erguida por balões com gás hélio e aparecesse bem atrás do estúdio do SPTV.

Brincadeiras saudáveis são sempre bem-vindas.

sexta-feira, janeiro 30, 2009

Diário de Mariana

Quem leu o post anterior soube que a minha avó fez uma viagem ao sul do Brasil com minha mãe em 1983, a qual rendeu até um livrinho em sua homenagem. Aproveitando o gancho, no final do ano passado tive a oportunidade de percorrer parte deste mesmo trajeto, rumo à Ilha do Mel.

Os meios de transporte foram muitos: metrô até o Tietê, ônibus até Curitiba, trem até Morretes, van até Pontal do Sul, barco até a ilha... ufa! Mas deu tudo certo, mais certo impossível. Vamos por partes:

Chegamos à rodoferroviária de Curitiba por volta das 6h da manhã. Nosso trem sairia às 08h15, então deu tempo de tomarmos um café e retirarmos as passagens com calma. Existem algumas categorias de viagem: a executiva sai por R$ 36,00, a turística (que foi a que escolhemos) custa R$ 58,00 e inclui guia e lanche, e o camarote custa R$ 85,00. Ainda é possível fechar um camarote exclusivo para até 6 pessoas por R$ 503,00.

Pontualmente às 08h15, nosso trem partiu. Beatriz Barbosa, mais conhecida como BB (à direita), foi a nossa guia, e não parou de falar um minuto sobre as belezas da região da serra e os fatos históricos que envolveram a construção da ferrovia, como a Ponte São João, na foto abaixo, que foi totalmente construída sem porcas ou parafusos. Diz a lenda que quem encosta na ponte tem 7 anos de prosperidade na vida. Na dúvida, encostamos.

Mesmo com o trem a no máximo 15km/hora, totalizando 4 horas de passeio, a viagem passou rápido e foi excelente. As paisagens são espetaculares: trechos forrados de hortênsias, o belo Rio Ipiranga, túneis de pedra escuros e misteriosos, o dia (como em raras ocasiões) ensolarado...

Algumas antigas estações (como esta à direita) foram transformadas em cafés, um charme só. Porém, a maioria delas encontra-se em ruínas, prestes a desabar, uma judiação (como esta abaixo). Fica um apelo à ALL (América Latina Logística), empresa que tem a concessão da ferrovia: restaurem essas construções! Aproveitem enquanto ainda há pelo menos as fachadas para que se possa ter uma referência de como foram!

Aos domingos, o trem vai até Paranaguá, com paradas em Marumbi (onde se acampa para escalar o pico de mesmo nome) e Morretes. Nos outros dias, vai somente até Morretes. Pedimos uma orientação sobre o melhor caminho para a Ilha do Mel, e fomos informados de que era melhor descer em Morretes, pegar uma van até Pontal do Sul e, de lá, pegar o barco que em meia hora chegaria à Ilha. Caso optássemos por descer em Paranaguá, pegaríamos o barco direto, que leva duas horas para chegar lá.

Fizemos a primeira opção, e descobrimos depois que foi a melhor, já que o trem demora absurdamente para chegar a Paranaguá e, por lá, não existe paisagem bonita. Por ser uma região portuária, há pouca gente na rua e muito lixo, além do trem parar pra os carros passarem, o que torna o trajeto ainda mais maçante.

Em Pontal do Sul, nos deparamos com uma grande placa que dizia: “Limite de pessoas na Ilha do Mel – 5.000. Estamos em 3.100”. Acho importante ter este domínio, porque a Ilha é composta por muita mata fechada, e há uma preocupação enorme não só com a preservação, mas também com o controle das pessoas em locais inapropriados.

Para chegar à Ilha, é preciso preencher um cadastro e comprar a passagem de barco para ida e volta. Recebe-se uma pulseira, e é solicitado que você se mantenha com ela durante toda a estadia, mas depois do terceiro dia todo mundo já retirou a sua.

Meia hora naquelas águas azuis debaixo de sol forte, e chegamos ao trapiche da praia das Encantadas. Nossa pousada ficava a apenas 50 metros dali, o que dispensou os rapazes que cobravam para levar suas malas de carrinho de mão.

E a brincadeira estava só começando...