segunda-feira, dezembro 30, 2013

#11: Almoçar no Central Park

Durante a minha estadia em NY, vivi inúmeras situações que valeriam um post-experiência aqui. Conheci todos os museus que queria, passeei nos principais parques, fui pra balada, comi em diferentes restaurantes, ouvi jazz em barzinho antigo… me arrisco a dizer que acabaria o estoque das 30 experiências só nesta viagem.


Porém, resolvi separar algumas delas para falar a respeito, e no fim das contas foram 6 na cidade. Experiências que, de alguma forma, me mostraram algo novo ou me tocaram de uma forma diferente, fosse pelo ineditismo, pela oportunidade ou pela emoção.


A última que quero contar, e que inclusive é a mais simples delas, foi a experiência de almoçar no Central Park. Estava na cidade havia quase uma semana e ainda não tinha conhecido o lugar, que tem mais de 3.5 km de extensão e ocupa grande parte de Manhattan.

Estava trabalhando na Columbus Circle, que fica na parte sul do Central Park. Então, um dia, resolvi me aventurar e almoçar por ali. Passei em uma Le Pain Quotidien, padaria deliciosa que tem inclusive algumas unidades em São Paulo, e comprei uma salada de salmão defumado e uma sopa de cenoura.


O parque estava quase vazio e dava pra ouvir o barulho do vento nas folhas, que insistiam em cair aos montes. Dei risada ao cruzar com um Capitão América, que passeava tranquilamente, e procurei um banquinho onde pudesse comer.


E foi só abrir a sacola para os esquilinhos se aproximarem. Sei que é proibido, mas dei um pedacinho de pão pra cada um deles e foi uma festa! Queria poder levar todos pra casa.


Enquanto saboreava a sopa - providencial naqueles pouco mais de 5 graus - fiquei observando o movimento por ali. Algumas pessoas se exercitando, outras tirando fotos, o Capitão América passando de volta lá no fundo, carruagens transportando turistas… E, principalmente, fiquei reparando nas árvores, lindas e de todos os tons de vermelho e amarelo. Incrível como as estações são muito diferentes e bem marcadas por aqui.

O amigo Capitão América ao fundo.
Depois de um farto almoço acompanhado por esquilos, voltei para o prédio, onde subi direto para o 19o andar, em que há um terraço com vista pro parque.

Dali, fiquei admirando a imensidão daquele lugar e agradecendo pela simples oportunidade de almoçar ali, ao ar livre, no meio de um lugar tão maravilhoso e cercada por animaizinhos adoráveis.

Porque, no fim das contas, a gente não precisa de muito pra ser feliz.

Trocadilho idiota, mas isso é o que eu chamo de praça de alimentação ;)

#10: Participar de um Dia de Ação de Graças (Thanksgiving Day)

Quando escutava alguém falar sobre o Dia de Ação de Graças (ou Thanksgiving Day), sempre lembrava da Família Dinossauro e o "Dia da Geladeira", ou ainda de algum episódio temático dos Simpsons em que rolava aquele farto jantar com um super peru.

Parecem felizes.
Até que tive a sorte de estar nos Estados Unidos bem nesta data, e entender de perto o sentido de tudo isso.

Na verdade, o Dia de Ação de Graças, como o nome diz, é um momento pra agradecer por tudo de bom que aconteceu ao longo do ano. Começou há muitos anos como um agradecimento às colheitas, por isso acontece no final do outono, e então se manteve a tradição. A data é tão ou mais importante que o Natal para os americanos, e é celebrada sempre na última quinta-feira de novembro.

Em NY, o dia começa com a Macy's Parade, um desfile patrocinado pela Macy's que abre a temporada de festas e que, segundo o site deles, é vista por mais de 3 milhões de pessoas todos os anos. É uma grande festa. As ruas ficam cheias de gente, principalmente crianças, para assistir à passagem dos carros de som, dos blocos e dos milhares de participantes fantasiados, além dos famosos balões com personagens de desenhos infantis. As crianças ficam malucas quando cada personagem passa, aplaudem felizes e gritam "Happy Thanksgiving!"

Despicable :)
A parada percorre o lado oeste do Central Park e desce pela sexta avenida. Um percurso feito em cerca de 3 horas, sempre acompanhado por crianças felizes (apesar de roxinhas de frio).



O último carro, em que o Papai Noel abre oficialmente a temporada de festas
Este dia também é marcado por uma grande celebração em família. Eles costumam viajar de todas as partes do país pra se reunir e fazer um "almojanta", por volta das 16h. Nele, é servido o famoso peru, geralmente acompanhado de purê de batata (doce ou salgada), e de sobremesa uma torta de abóbora ou de nozes. Antes de servir o almoço, o costume é que cada um agradeça por tudo o que aconteceu no ano, e pela oportunidade de reunir a família. Come-se e bebe-se até passar mal.

Uma coisa importante, que até mostra um pouco sobre a cultura dos americanos, é que, na sexta-feira pós Thanksgiving, acontece a "Black Friday", aquele dia em que as lojas supostamente vendem tudo com um bom desconto e as pessoas formam filas desde a madrugada anterior (naquele frio? Eu, hein!).

Inclusive, conheci uma americana que disse que, até a criação da Black Friday, este feriado era o único que não tinha qualquer tipo de consumo envolvido. Era a única celebração unicamente pra agradecer e reunir a família. Daí, os americanos queriam criar um motivo pra estimular o consumo, e inventaram este dia só de compras.

A gente, é claro, aproveita um pouco das duas coisas :)

sábado, dezembro 28, 2013

#9: Passar por uma temperatura de -6

Eu não tenho nenhuma reclamação sobre este período em que passei em NY, exceto por uma coisa: o frio. Definitivamente, eu não nasci pra isso e sofri muito com o tempo gelado.

Primeiro que as roupas do Brasil não foram feitas pra aguentar a temperatura de lá. Por isso, na primeira semana, tive que comprar botas novas, casacos, e a principal aquisição da viagem (e olha que rolou aquisição nessa viagem!): um protetor de ouvido. Foi o que me permitiu fazer passeios externos sem ficar resfriada.



E, ainda que estivesse só com os olhos de fora e teoricamente aquecida, qualquer retirada da luva pra mexer no celular ou tirar uma foto era sinônimo de dedos roxos e dormência nas mãos. Muitas vezes, tive que me esforçar pra caminhar contra o vento (que devia dar uma sensação térmica de uns -15, sem brincadeira).

E é engraçado como a gente que vem do ~país tropical~ sofre muito. Ouvia o pessoal no Brasil falando que o tempo estava um inferno, em quase 40 graus, e só conseguia pensar em quando iria sair na rua de vestido e chinelo. Estranho ficar um tempo sem ter contato com sua própria pele, sempre coberta por meias-calças e blusas "segunda-pele". E o quanto era desconfortável experimentar roupas nas lojas?

Os dias estavam lindos, sempre ensolarados, mas era só sair com o nariz pra fora de casa pra perceber que não ia ser fácil. Cheguei a participar de uma Thanksgiving Parade (ainda vou escrever sobre isso), e fiquei chocada com a quantidade de crianças roxinhas e tremendo de frio. E olha que o frio mesmo ainda estava por vir - peguei o final do outono, e o invernão rigoroso começou logo depois que fui embora.

Plantinha não curtiu isso.
Não cheguei a ver neve por lá (só um dia de manhã que vi uns cristaizinhos caindo, mas muito pouco), mas definitivamente foi uma nova experiência passar por uma temperatura tão baixa.

E ainda voltei pensando que, se tivesse ido no verão, talvez não quisesse voltar mais.

Essa é a cara do sofrimento :)

segunda-feira, dezembro 23, 2013

#8: Assistir a um musical da Broadway (ou dois :-)

Desde que assisti "Miss Saigon" aqui em São Paulo, há alguns anos, sempre fiquei imaginando como seria assistir a um musical da Broadway NA BROADWAY. Porque é claro que as adaptações são maravilhosas e super fieis, mas os espetáculos originais deveriam ser ainda melhores. Imaginava as mega produções, as vozes impecáveis de arrepiar o corpo todo…


Quando soube que ia pra NY, a primeira coisa que fiz foi comprar ingressos com antecedência. Decidi que iria assistir a um clássico e outro de rock e, depois de pesquisar entre amigos e sites, resolvi assistir "The Phantom of the Opera", o mais antigo de todos, e "A night with Janis Joplin", que me atraiu mais do que o "Rock of Ages". Não peguei os melhores lugares, mas comprei no mezanino e paguei US$ 90 em cada.


Primeiro foi o da Janis, numa segunda-feira. O Lyceum Theatre estava relativamente cheio e o palco não parecia trazer grandes inovações tecnológicas. Sentei entre um senhor muito alinhado, de gravata borboleta, e uma senhora gordinha que logo puxou papo. Eu disse que estava amando a cidade e que o único problema era o frio: "não me dá vontade de fazer nada!" E ela então me disse aos risos que era por isso mesmo que gostava tanto do frio: "o que eu mais gosto na vida é ficar sem fazer nada, querida."


Quando o espetáculo começou, vi que não teria grandes cenários. Era um ambiente como uma sala, com móveis antigos, um palco no centro e outro no fundo, onde ficava a banda. Era relativamente pequeno e todo iluminado com abajures espalhados. Muito simples e muito bonito.


Não precisou de 5 minutos pra eu entender que o forte ali não seria mesmo o cenário. Após uma breve introdução, chamou-se ao palco Janis Joplin, que além de parecida, estava impecavelmente caracterizada como a cantora. E, quando ela começou a cantar, desabei a chorar sem o menor controle, sem pensar em absolutamente nada, apenas tocada pela música e por aquela voz tão parecida com a original.

O espetáculo inteiro é muito emocionante. Janis conta a história de sua vida e repassa todas as suas principais influências no blues. Subiram ao palco Aretha Franklin e Nina Simone, também muito bem caracterizadas e com vozes arrepiantes. E Janis tocou todos os seus principais sucessos, convidando a todos a se levantarem pra dançar. E eu viajei com ela e chorei do início ao fim, copiosamente. 

Depois de tanta emoção, imaginei que dificilmente "O Fantasma da Ópera" poderia superar o que havia passado ali. E estava certa.


Nessa segunda vez, tinha mega produção, cenário, figurinos maravilhosos. Os ambientes eram trocados rapidamente e em segundos iam de uma casa a um pântano (cujo gelo seco dava mesmo a impressão de que eles estavam navegando). Os efeitos, o elenco, tudo muito mais grandioso e performático do que o espetáculo anterior. As interpretações são perfeitas e é até difícil de acreditar que aquelas vozes sejam deles mesmo. E é uma bonita história de amor, acima de tudo.


Ambas as experiências foram lindas e muito válidas, mas percebi que não precisa de nenhum palco giratório ou lustres voadores pra gente se emocionar a noite inteira.

Tudo depende de como cada som toca você.

domingo, dezembro 22, 2013

#7: Andar de patins no gelo - Bryant Park, NY

Era mais um dia lindo de sol e muito frio em NY. Um sábado, em que me dispus a fazer todas as coisas que coubessem em um dia, já que durante a semana estava trabalhando. Comecei a caminhada pelo High Line Park, que ficava perto de casa, um parque linear que foi construído em cima dos trilhos de um trem mas que, nesta época, já não estava mais tão bonito por conta das folhas secas (a maioria delas já tinha caído, inclusive). Apesar disso, há muitas obras de arte ao longo da caminhada, que surgem no meio dos galhos e te surpreendem de tempos em tempos, o que torna o lugar bastante interessante.

Obra do brasileiro Kobra, no meio do High Line Park.
Este parque ladeia a cidade a Oeste e, ao longo da caminhada, fui me localizando pelo onipresente Empire State, que seria meu ponto de parada, pra sair do parque o mais perto possível dali. Cerca de 20 minutos de fila e peguei o elevador até o 86o andar, de onde se tem uma vista absurdamente incrível de toda a cidade. A quantidade de prédios milimetricamente alinhados, a grandeza do Central Park… o vento cortava a pele, mas mesmo assim não conseguia sentir a menor vontade de ir embora dali. Eram cerca de 14h (o sol se punha às 16h30 religiosamente), e a luz estava maravilhosa.

Em choque com o porte e a beleza deste lugar.
Foi então que, ao olhar pra baixo, vi uma pista de patinação no gelo. Lá do alto, só conseguia ver o fundo branco e os pontinhos deslizando para um lado e para o outro. Eu, que já queria mesmo passar por essa experiência (e não tinha ido no Rockefeller Center porque achei caríssimo pagar quase US$ 50), resolvi ir até lá pra ver qual era a do lugar.

Mais feliz que todas essas crianças juntas.
Desci do arranha-céu e caminhei por umas 5 quadras até o Bryant Park. É um lugar maravilhoso, onde também fica a Biblioteca Pública de NY. Logo localizei a entrada da pista de patinação, e olha só: US$ 15 dólares, por tempo indeterminado. Peguei uma fila modesta e lá fui eu alugar o par de patins. Nessa hora, até pensei: alugo também um capacete e outros equipamentos de proteção? Mas olhei pra pista e só as crianças estavam protegidas assim. Concluí que não seria o caso.

Look do dia
Até que foi fácil me equilibrar em cima daqueles patins… bem, pelo menos para caminhar até a entrada da pista. Assim que eles tocam o gelo, a sensação é a de que você está percorrendo um grande bloco de sabão de coco, de tanto que desliza e escorrega. Fiquei pensando que nunca iria conseguir andar direito mas, aos poucos, você vai pegando o jeito, vai se soltando, e quando vê já está maravilhado com a sua performance, andando suavemente para um lado e para o outro. E é aí que mora o problema.

Me achando a Isabelita dos Patins :)
Não, você ainda não sabe andar direito. E, ao tentar fazer uma curva, os patins travaram e fui deliciosamente lançada contra a neve. É normal cair por ali, muita gente cai (ainda mais quando acha que já está arrasando), mas meu tombo foi especialmente cinematográfico. Morri de rir, porque não doeu nada, e ri ainda mais de pensar que estava sozinha e que poderia tranquilamente não contar pra ninguém sobre este feito. Mas, se a graça da vida é rir de si mesmo, por que não dividir essa catástrofe com os amigos? :)

No chão era mais fácil de se equilibrar!
Durante mais de uma hora, andei em círculos por aquela neve, rindo sozinha feito criança, ajudando um ou outro que caía, olhando as árvores e admirando os prédios ao redor, além de curtir a musiquinha que toca por ali.


Foi uma baita experiência. Inclusive para o meu joelho esquerdo que, por duas semanas, ficou parecendo um quadro impressionista :)

sábado, dezembro 14, 2013

#6: Trabalhar fora do Brasil

Quem me acompanhou ao longo deste ano sabe o quanto eu queria passar um período trabalhando em NY. Perdi a conta de quantas vezes comentei com as pessoas que meu grande objetivo deste ano era conhecer a cidade. Pois bem, papai do céu foi generoso comigo e, no mês de novembro, finalmente consegui a oportunidade de passar 15 dias trabalhando na Y&R NY.

Tem no mundo todo :)
Há mais de 2 anos, tenho contato diário com a equipe de lá, então seria mais do que justo que nos conhecêssemos pessoalmente. Estava muito curiosa para conviver com eles, entender seus processos, enfim, viver uma rotina diferente de trabalho, fora do Brasil.

Fachada do prédio da Y&R NY, na Columbus Circle
E posso dizer que somos diferentes em quase tudo. Algumas impressões:

Eles não costumam sair pra almoçar. Os almoços no Brasil são parte importante do nosso dia. Às vezes, passamos um bom tempo discutindo sobre onde comer e outro bom tempo pra almoçar. Isso quando não temos que passar na farmácia ou no sapateiro. Enfim, o fato é que costumamos levar pelo menos uma hora. Eles não. É muito raro saírem pra comer, o que torna cada almoço um super programa. O costume é pedir algo e comer na mesa, ou, no caso da Y&R, ir até o terceiro andar onde tem um café e comprar uma salada ou um lanche. E também não tem muito horário certo pra isso.

Terceiro andar do prédio, onde fica o café e restaurante
Eles entram cedo e saem cedo. A rotina é muito diferente da nossa no Brasil. Lá, eles chegam às 9h, 9h30 no máximo, e por volta das 19h não se encontra mais ninguém praticamente. Tenho a impressão de que rendem muito mais também, porque ficam muito mais focados e concentrados desde cedo. Raramente se vê um grupinho de pessoas jogando conversa fora (igualzinho a gente rs) e mesmo as pausas são rápidas.


Eles não se apegam às pessoas. Estão lá pra trabalhar e pronto. No máximo, alguém te pergunta por educação como foi o seu fim de semana, mas pouca gente está de fato interessada em saber como você está e o que fez. Não se vê muita amizade entre eles e mesmo algumas pessoas com as quais tenho contato próximo não se despediram quando foram embora no meu último dia.

Meu cantinho por 15 dias.
Mesmo assim, de um modo geral me senti muito bem recebida por todos e vi que, apesar das diferenças, a rotina em si - e-mails, calls, reuniões de status - é muito parecida. Os problemas com os clientes são os mesmos, as discussões com a criação também. Com a diferença de que é tudo um pouco mais estruturado e menos "jeitinho brasileiro".

Voltei com saudade dos longos almoços e conversas regadas a saladas de frutas. Do calor das pessoas, das risadas… Mas, também, voltei disposta a trabalhar mais focada e concentrada. Vamos ver no que vai dar!

:)

Em tempo: passei mais uma semana no México, pra conhecer a Y&R e a Colgate. Lá, eles entram às 8h e saem às 17h30, e também não costumam sair pra almoçar. A grande maioria leva comida. Ah, também fui muito bem recebida por nossos amigos chicanos.

Escritório mudérno da Colgate México

domingo, novembro 03, 2013

#5: Circuito de Tiro

Todos os dias, recebo pelo menos 10 e-mails de clubes de compra coletiva. Todos estes mesmos dias, penso em cancelar tudo (mas tenho preguiça) e deleto todos de uma vez só, sem ter aberto nenhum.

Porém, um dia, o subject me chamou a atenção: "Circuito de Tiro com 10 armas". Ah, o poder de um bom subject. Nunca tinha pensado em atirar, mas já que a ideia é justamente ir atrás de coisas novas, resolvi entender melhor do que se tratava.

"10 armas, 5 tiros com cada". Achei engraçado que as 10 armas incluem estilingue, faca de arremesso, machado (?), arco e flecha, carabina de ar, espingarda calibre 12, carabina puma 38, revólver 38 e pistola 380 acp. Tudo isso por R$ 89,00. Comprei.

O local é a Academia de Tiro Centaurus e tem duas unidades: Butantã e Cotia. Obviamente, o cupom era válido somente para a unidade de Cotia, o que no fim das contas acabou sendo bom.

Uma porque aprendi a ir pra lá, que já queria saber pra conhecer o Templo Zu-Lai (o que, possivelmente, vai ser a próxima experiência); outra, porque estava um dia lindo de sol e a unidade de Cotia é bem maior e mais arborizada - são 205 mil metros de área verde - então aproveitamos ainda mais. O circuito dura pouco mais de 1 hora - ok, estávamos em 3 mocinhas e precisávamos de instruções rs - e foi MUITO bacana.

Não tive grande sucesso na faca de arremesso (aliás, não vi ninguém acertando), nem no machado, e muito menos no arco-e-flecha. Aliás, acho que sou a pior do mundo no arco-e-flecha (essas experiências são boas pra gente ver que não nasceu pra certas coisas também).

Se achou a lenhadora rs

O machado voador, a caminho do alvo

Mostrando todo o meu conhecimento #sqn

Estilingue profissional (?)
 Aproveito pra parabenizar minha irmã, a melhor de todos no estilingue, e minha amiga Andréia, que arrasou no arco-e-flecha :)

Quando começaram as armas de fogo, a brincadeira ficou ainda mais divertida. E descobri que sim, pra essas eu levo um pouco mais de jeito! Destaque para a espingarda calibre 12, que faz uma baita pressão e quase me jogou pra trás. Engraçado que a adrenalina faz a gente começar a tremer, então atirar com o 38 e a pistola foi bem interessante. Elas são mais fáceis de acertar, e fazem a gente se sentir num filme de ação.



Mais informações: www.academiadetirocentaurus.com.br/

domingo, setembro 29, 2013

#4: Catavento Cultural

Sou da opinião de que, depois de grande, a gente deve voltar em todos os museus que costumávamos ir quando crianças. Porque, vamos combinar: excursão de escola era sinônimo de bagunça no ônibus, comer salgadinho e tomar refrigerante, paquerar aquele menininho em quem já estávamos de olho faz tempo…

Pouco se lembra do que era ensinado nestes lugares. Então, depois de adultos, podemos aproveitar os museus de forma muito mais consciente.

Quando o Catavento Cultural foi inaugurado, no antigo Palácio das Indústrias - que depois se tornou sede da Prefeitura de São Paulo -, eu já tinha 20 anos. Logo, não cheguei a ir com o colégio. Mesmo assim, sempre ouvi falar e tive vontade de conhecer, não só pela arquitetura (que via de longe e achava linda), mas também porque me diziam que lá se podia encostar naqueles globos eletromagnéticos que fazem o cabelo arrepiar.

Jardim interno do palácio.
De perto, a construção é ainda mais bonita. Com o tempo cinza de hoje e as árvores florindo a primavera, a paisagem estava maravilhosa. Me senti mesmo em um daqueles passeios que a gente faz na Europa, em que veste os casacões e se deslumbra com a beleza dos casarões antigos. Ao redor do palácio, encontram-se trenzinhos, canhões e até um avião da década de 40, além de instalações bastante divertidas.


Paga-se R$ 6,00 pela entrada e dá pra passar o dia todo por lá. Para algumas atividades (como a parede de escalada, o laboratório de ciências e o estúdio de TV), é necessário retirar ficha com antecedência e agendar seu horário.

O Catavento é dividido em 4 áreas principais:

Universo - em que se pode conhecer mais sobre o nosso sistema solar, tocar um meteorito de verdade e entender um pouco mais sobre como o nosso planeta funciona;

Bóra pra lua: lá eu só peso 10,56kg
Vida - com inúmeros espaços e diferentes informações não só sobre a flora e a fauna, mas também sobre o funcionamento do nosso corpo;

Engenho - "é onde ficam os físicos loucos", segundo o rapaz da recepção. Aqui fica a sala das ilusões (super bacana) e diversas instalações que demonstram na prática tudo o que aprendíamos nas aulas de física;


Sociedade - onde fica o laboratório de química e a instalação "nanoaventura", que explora a nanotecnologia em diferentes formas, além da área "Jogos do Poder", com uma parede de escalada em que se encontra informações sobre grandes personalidades da história à medida em que se sobe.

Lustre lindo no meio da área "Jogos do Poder"

A experiência poderia, sim, ter sido melhor. Infelizmente, quando estávamos bem no meio da nanoaventura, a luz acabou. Segundo os monitores, isso tem acontecido com certa frequência, já que a Eletropaulo está fazendo obras na região. Algumas semanas atrás, dei com a cara na porta neste mesmo Catavento por conta destas obras. =(

A luz demorou a voltar e, com isso, perdemos também o horário da escalada, agendada para as 15h. Tinha ficado faltando somente o globo eletromagnético (aquele, que arrepia os cabelos), mas estava fechado por conta da umidade relativa do ar.

Por fim, valeu sim como experiência. A construção é incrível, o espaço é enorme e muito completo no que diz respeito aos estudos das ciências, e os temas são todos muito interessantes. Se você tem filhos ou sobrinhos e ainda não conhece, realmente vale a pena. E se você, como eu, é daquelas crianças que insistem em não crescer, também vai se divertir muito.

O melhor de tudo é sentir que estamos aproveitando o que São Paulo tem de melhor: o acesso ao conhecimento de forma interessante e, principalmente, acessível.


Mais informações: http://www.cataventocultural.org.br/

sábado, setembro 07, 2013

#3: Saltar de paraquedas

Sempre tive vontade, nunca tive coragem. Até de ir em varanda de prédio às vezes me dava um pouco de aflição, então imaginei que jamais me animaria de saltar de paraquedas. Até que resolvi comprar um salto na Sky Dive Thru, uma das empresas/escolas de salto em Boituva, interior de São Paulo.

Então, era hora de achar uma companhia, afinal, tudo fica mais fácil quando compartilhado. Nada feito, fui sozinha mesmo, o que no fim das contas tornou a experiência ainda mais interessante.

Fui presenteada com um maravilhoso dia de sol. Sem nenhuma nuvem no céu, peguei a Castello Branco por 116 km até a saída de Boituva, e é super fácil chegar até o Centro Nacional de Paraquedismo. Sim, porque meu segundo grande medo era de me perder na estrada (até pelo meu histórico nada favorável), mas deu tudo muito certo!


Também dei sorte com o horário. Quando se agenda o salto, há vários avisos de que a pessoa deve dispor do dia todo, pois eles organizam os saltos por ordem de chegada e às vezes é preciso aguardar por horas. Pois o fato de eu estar sozinha fez com que eles me encaixassem logo no primeiro avião, que sairia em 20 minutos.


Foi só o tempo de conhecer o Guga, meu instrutor, vestir a roupa e o equipamento e receber um breve treinamento de como se posicionar no salto. Sem segredo: cabeça pra trás, pernas dobradas, segurar o equipamento até que ele dê o sinal. Dando o sinal, pode soltar os braços, dar tchauzinho pra câmera, mandar beijo… isso se conseguir, é claro.

Entramos no aviãozinho que subiria a 12 mil pés de altura (aproximadamente 4 mil metros). Fui uma das últimas a entrar no avião - o que quer dizer que fiquei perto da porta e, consequentemente, seria uma das primeiras a saltar.
Só tranquilidade :)

Aos poucos, Guga foi conectando meus equipamentos aos dele, prendendo meus óculos e me mostrando o que fazer na hora certa: nos arrastaríamos pra porta e eu deveria ficar nas pontas dos pés, bem na beirada do avião, com a cabeça pra trás.

De repente, a portinha se abre e o primeiro salto acontece. Era um aluno que terminara o curso pra saltar sozinho. Depois, mais dois caras saltaram sem instrutor, também alunos. Nessa hora, o frio na barriga veio forte. Era a minha vez.

Nos arrastamos para a porta, e de fato não dá muito tempo de pensar em nada. O bom é que você não precisa tomar a decisão de pular: o instrutor faz isso pra você. Quando menos se espera, já está em queda livre a mais de 200km/h, com aquela paisagem toda lá embaixo, adrenalina percorrendo o corpo todo. Só conseguia gritar, mas não sentia medo.



Quase 1 minuto depois em queda livre, chega o grande momento de puxar a cordinha e abrir o paraquedas. Dá um tranco e você é puxado pra cima, e a partir daí é só aproveitar a sensação incomparável de liberdade. Guga me deixou comandar o paraquedas, puxando para um lado e para o outro, e até brincou comigo, puxando um dos lados com força - o que fez com que a gente ficasse girando no ar em alta velocidade.



Muito experiente, o instrutor conseguiu me deixar bem tranquila o tempo todo, e me passou as últimas orientações para descermos no local estabelecido. Basta puxar as laterais da calça e colocar as pernas bem pra cima. A gente desce sentado e o impacto é zero.

Com o corpo inteiro tremendo, com vontade de gritar de alegria e êxtase, chegamos ao solo. Só conseguia pensar emocionada no quão lindo tinha sido tudo aquilo e no quanto isso representa minha coragem de encarar o que vier pela frente, sem medo.

Neste último sábado, 7 de setembro, comemorei a independência do Brasil e a minha própria.


Mais informações: www.querosaltar.com.br