domingo, dezembro 22, 2013

#7: Andar de patins no gelo - Bryant Park, NY

Era mais um dia lindo de sol e muito frio em NY. Um sábado, em que me dispus a fazer todas as coisas que coubessem em um dia, já que durante a semana estava trabalhando. Comecei a caminhada pelo High Line Park, que ficava perto de casa, um parque linear que foi construído em cima dos trilhos de um trem mas que, nesta época, já não estava mais tão bonito por conta das folhas secas (a maioria delas já tinha caído, inclusive). Apesar disso, há muitas obras de arte ao longo da caminhada, que surgem no meio dos galhos e te surpreendem de tempos em tempos, o que torna o lugar bastante interessante.

Obra do brasileiro Kobra, no meio do High Line Park.
Este parque ladeia a cidade a Oeste e, ao longo da caminhada, fui me localizando pelo onipresente Empire State, que seria meu ponto de parada, pra sair do parque o mais perto possível dali. Cerca de 20 minutos de fila e peguei o elevador até o 86o andar, de onde se tem uma vista absurdamente incrível de toda a cidade. A quantidade de prédios milimetricamente alinhados, a grandeza do Central Park… o vento cortava a pele, mas mesmo assim não conseguia sentir a menor vontade de ir embora dali. Eram cerca de 14h (o sol se punha às 16h30 religiosamente), e a luz estava maravilhosa.

Em choque com o porte e a beleza deste lugar.
Foi então que, ao olhar pra baixo, vi uma pista de patinação no gelo. Lá do alto, só conseguia ver o fundo branco e os pontinhos deslizando para um lado e para o outro. Eu, que já queria mesmo passar por essa experiência (e não tinha ido no Rockefeller Center porque achei caríssimo pagar quase US$ 50), resolvi ir até lá pra ver qual era a do lugar.

Mais feliz que todas essas crianças juntas.
Desci do arranha-céu e caminhei por umas 5 quadras até o Bryant Park. É um lugar maravilhoso, onde também fica a Biblioteca Pública de NY. Logo localizei a entrada da pista de patinação, e olha só: US$ 15 dólares, por tempo indeterminado. Peguei uma fila modesta e lá fui eu alugar o par de patins. Nessa hora, até pensei: alugo também um capacete e outros equipamentos de proteção? Mas olhei pra pista e só as crianças estavam protegidas assim. Concluí que não seria o caso.

Look do dia
Até que foi fácil me equilibrar em cima daqueles patins… bem, pelo menos para caminhar até a entrada da pista. Assim que eles tocam o gelo, a sensação é a de que você está percorrendo um grande bloco de sabão de coco, de tanto que desliza e escorrega. Fiquei pensando que nunca iria conseguir andar direito mas, aos poucos, você vai pegando o jeito, vai se soltando, e quando vê já está maravilhado com a sua performance, andando suavemente para um lado e para o outro. E é aí que mora o problema.

Me achando a Isabelita dos Patins :)
Não, você ainda não sabe andar direito. E, ao tentar fazer uma curva, os patins travaram e fui deliciosamente lançada contra a neve. É normal cair por ali, muita gente cai (ainda mais quando acha que já está arrasando), mas meu tombo foi especialmente cinematográfico. Morri de rir, porque não doeu nada, e ri ainda mais de pensar que estava sozinha e que poderia tranquilamente não contar pra ninguém sobre este feito. Mas, se a graça da vida é rir de si mesmo, por que não dividir essa catástrofe com os amigos? :)

No chão era mais fácil de se equilibrar!
Durante mais de uma hora, andei em círculos por aquela neve, rindo sozinha feito criança, ajudando um ou outro que caía, olhando as árvores e admirando os prédios ao redor, além de curtir a musiquinha que toca por ali.


Foi uma baita experiência. Inclusive para o meu joelho esquerdo que, por duas semanas, ficou parecendo um quadro impressionista :)

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