domingo, dezembro 20, 2009

É o tempo da travessia


Barra Grande, Janeiro de 2006 . ₢ PH Schneider

Sempre que busco solução pra qualquer problema que seja, recebo uma luz. Seja uma música que serve como uma porrada na cara, seja uma frase vinda aleatoriamente pelas ruas ou um conselho da faxineira que nunca havia visto antes... Hoje, entretanto, isso aconteceu de outra forma: através de textos de dois dos meus escritores preferidos. Um deles, lembrei de uma postagem antiga deste mesmo blog; a outra, apareceu repentinamente colada no mural da cozinha de casa, como um bilhete do anjo da guarda que sussurra que "tudo dará certo!"

"Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial. Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão. Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos. Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número e outra vontade de acreditar que daqui pra diante vai ser diferente"
Carlos Drummond de Andrade

Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas,
que já têm a forma do nosso corpo,
e esquecer os nossos caminhos,
que nos levam sempre aos mesmos lugares.
É o tempo da travessia:
e, se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre,
à margem de nós mesmos.
Fernando Pessoa

sábado, dezembro 19, 2009

Sobre como a gente se lasca, mas se diverte - uma quinta-feira difícil

07h30 - ligo para o Jone no horário combinado, nosso vôo sairia em 1 hora. Descubro que acabo de o acordar e, um pouco preocupada, faço o check-in para ambos. Afinal, o moço mora nos Jardins.
08h20 - Jone salta do táxi a la Daiane dos Santos e esquece de pedir a notinha. Dá um duplo carpado e sai no brasileirinho, ao meu encontro.
08h30 - partimos rumo ao Galeão, repassamos a pauta durante o vôo e desembarcamos, lindos, num sol de 29º.
11h00 - um pouco de trânsito e chegamos ao cliente. Ainda com o pensamento positivo, concluo que se é pra pegar trânsito, que seja olhando o mar. Jone reclama que sua pedra nos rins não para de caminhar por dentro dele, e combinamos de virar estrela na praia de sapato, pra fotografar e enviar pros amiguinhos.
11h10 - somos recebidos sem água e com um café ruim. Não havia sala reservada, por isso fizemos a reunião em uma sala em reforma, suja e com o chão grudento. Modéstia à parte, arrasamos na apresentação.
13h00 - pegamos um táxi rumo à Confeitaria Colombo, centro do Rio. O taxista - de que planeta ele veio?? - não sabia do que se tratava o lugar, e ligou para um colega - gente, da onde é esse povo? - que brilhantemente informou: "a Colombo do Centro fechou". Meu amigo, ela existe desde 1800, vai fechar agora que estamos aqui? "É, agora, só no Forte de Copacabana." Trânsito e mais trânsito, durante todo o percurso. 
14h30 - descobrimos que a Colombo não havia fechado e que o taxista realmente estava mal informado. Pagamos para entrar no Forte de Copacabana e ter acesso à Colombo falsa. "Não chega nem aos pés da oficial", diz Jone, reclamando sem parar até a chegada da clássica coxinha.
16h00 - muito, muito trânsito e ameaça de chuva. Tentamos mudar nossa passagem para o Santos Dumont, e a atendente informa que a multa ficaria em R$ 600,00. Claro, vamos de trânsito mesmo.
18h00 - chegamos ao Galeão, finalmente. O vôo atrasa e as únicas 4 tomadas disponíveis estão ocupadas. Acaba a bateria do notebook. Ótimo!
19h00 - adentramos o vôo e, repentinamente, começa a chover. Não uma chuva qualquer, mas aquelas com rajadas de vento... as escadas com rodinhas embaixo que ficam nas pistas dos aeroportos começam a voar e bater no avião. Enviamos mensagens de despedida aos entes queridos.
20h00 - nada do avião subir. Passamos a ler atentamente as instruções do cartão que se encontra bem em frente ao nosso assento, e damos risada das instruções de não pular no fogo, nem nos destroços.
20h10 - finalmente levantamos vôo. A chuva aparentemente sossegou.
20h30 - entramos numa área de turbulência. No início, fiquei admirando os raios que caíam ao lado da aeronave, mas logo em seguida veio a sensação de pânico com o tanto que chacoalhava tudo aquilo. Jone utiliza o cordão do saquinho de vômito e amarra seu RG ao blazer, na esperança de ser identificado.
22h00 - o comandante piadista anuncia: "pessoal, embananou tudo no ar. Congonhas está fechado por causa da chuva, e todo mundo foi pra Guarulhos. Estamos com pouco combustível... mas vou administrando aqui e em breve aviso vocês". Ótimo! Agora é o momento de ligar para os parentes e se despedir, certo?
22h40 - novamente o comandante - ele devia investir no humor! - anuncia: "pessoal, acho que vocês vão me matar quando chegarmos no solo. Teremos que pousar em Campinas, ok? Mas pensem pelo lado positivo: se tivéssemos que voltar pro Galeão, pegaríamos aquela tempestade toooda de novo". Que boa notícia!
23h00 - descemos em Campinas e descobrimos que nenhum dos hotéis da cidade tem vagas. Aguardamos por mais 1h15 até que chegasse o segundo ônibus da Gol para nos levar a Congonhas.
00h15 - quem diria, pegando a estrada a essa hora. Relembramos a odisséia do dia todo, rindo sem parar da própria desgraça, e concluímos que tratava-se na verdade de uma gincana, um verdadeiro teste de paciência.
1h30 - sã, salva e em casa. Sobrevivemos à gincana. Pergunta se eu consegui dormir depois de tudo isso?

Agora, imagina como estou ótema hoje =)

quinta-feira, dezembro 03, 2009

Heineken Experience - Amsterdam

"Nós não somos o museu da Heineken, nós somos a Heineken Experience". É assim que se apresenta este museu interativo que funciona na antiga fábrica da cervejaria em Amsterdam. A estrutura permite uma verdadeira imersão no conceito e na história da Heineken, desde quando era uma cervejaria regional, até a padronização mundial das garrafas e o famoso patrocínio a eventos esportivos (há um espaço enorme sobre isso).

Lá, é possível “ser a cerveja”, uma projeção que te coloca no lugar de uma garrafa e mostra todo o trajeto que a bebida percorre, da fermentação ao engarrafamento. Além disso, é oferecida uma degustação orientada, em que te ensinam a ouvir, ver e sentir a cerveja, e você pode criar um rótulo personalizado com seu nome para a famosa garrafa verde.



Descobri, também, que os “es” de Heineken estão levemente curvados, sorrindo subliminarmente (como não havia percebido antes?), fiz um vídeo hilário cantando uma música tradicional holandesa e ainda pude assistir a todas as propagandas da Heineken, separadas por ano (foto acima)

Passando por Amsterdam, vale muito a pena conhecer!
Mais informações aqui.