sábado, dezembro 19, 2009

Sobre como a gente se lasca, mas se diverte - uma quinta-feira difícil

07h30 - ligo para o Jone no horário combinado, nosso vôo sairia em 1 hora. Descubro que acabo de o acordar e, um pouco preocupada, faço o check-in para ambos. Afinal, o moço mora nos Jardins.
08h20 - Jone salta do táxi a la Daiane dos Santos e esquece de pedir a notinha. Dá um duplo carpado e sai no brasileirinho, ao meu encontro.
08h30 - partimos rumo ao Galeão, repassamos a pauta durante o vôo e desembarcamos, lindos, num sol de 29º.
11h00 - um pouco de trânsito e chegamos ao cliente. Ainda com o pensamento positivo, concluo que se é pra pegar trânsito, que seja olhando o mar. Jone reclama que sua pedra nos rins não para de caminhar por dentro dele, e combinamos de virar estrela na praia de sapato, pra fotografar e enviar pros amiguinhos.
11h10 - somos recebidos sem água e com um café ruim. Não havia sala reservada, por isso fizemos a reunião em uma sala em reforma, suja e com o chão grudento. Modéstia à parte, arrasamos na apresentação.
13h00 - pegamos um táxi rumo à Confeitaria Colombo, centro do Rio. O taxista - de que planeta ele veio?? - não sabia do que se tratava o lugar, e ligou para um colega - gente, da onde é esse povo? - que brilhantemente informou: "a Colombo do Centro fechou". Meu amigo, ela existe desde 1800, vai fechar agora que estamos aqui? "É, agora, só no Forte de Copacabana." Trânsito e mais trânsito, durante todo o percurso. 
14h30 - descobrimos que a Colombo não havia fechado e que o taxista realmente estava mal informado. Pagamos para entrar no Forte de Copacabana e ter acesso à Colombo falsa. "Não chega nem aos pés da oficial", diz Jone, reclamando sem parar até a chegada da clássica coxinha.
16h00 - muito, muito trânsito e ameaça de chuva. Tentamos mudar nossa passagem para o Santos Dumont, e a atendente informa que a multa ficaria em R$ 600,00. Claro, vamos de trânsito mesmo.
18h00 - chegamos ao Galeão, finalmente. O vôo atrasa e as únicas 4 tomadas disponíveis estão ocupadas. Acaba a bateria do notebook. Ótimo!
19h00 - adentramos o vôo e, repentinamente, começa a chover. Não uma chuva qualquer, mas aquelas com rajadas de vento... as escadas com rodinhas embaixo que ficam nas pistas dos aeroportos começam a voar e bater no avião. Enviamos mensagens de despedida aos entes queridos.
20h00 - nada do avião subir. Passamos a ler atentamente as instruções do cartão que se encontra bem em frente ao nosso assento, e damos risada das instruções de não pular no fogo, nem nos destroços.
20h10 - finalmente levantamos vôo. A chuva aparentemente sossegou.
20h30 - entramos numa área de turbulência. No início, fiquei admirando os raios que caíam ao lado da aeronave, mas logo em seguida veio a sensação de pânico com o tanto que chacoalhava tudo aquilo. Jone utiliza o cordão do saquinho de vômito e amarra seu RG ao blazer, na esperança de ser identificado.
22h00 - o comandante piadista anuncia: "pessoal, embananou tudo no ar. Congonhas está fechado por causa da chuva, e todo mundo foi pra Guarulhos. Estamos com pouco combustível... mas vou administrando aqui e em breve aviso vocês". Ótimo! Agora é o momento de ligar para os parentes e se despedir, certo?
22h40 - novamente o comandante - ele devia investir no humor! - anuncia: "pessoal, acho que vocês vão me matar quando chegarmos no solo. Teremos que pousar em Campinas, ok? Mas pensem pelo lado positivo: se tivéssemos que voltar pro Galeão, pegaríamos aquela tempestade toooda de novo". Que boa notícia!
23h00 - descemos em Campinas e descobrimos que nenhum dos hotéis da cidade tem vagas. Aguardamos por mais 1h15 até que chegasse o segundo ônibus da Gol para nos levar a Congonhas.
00h15 - quem diria, pegando a estrada a essa hora. Relembramos a odisséia do dia todo, rindo sem parar da própria desgraça, e concluímos que tratava-se na verdade de uma gincana, um verdadeiro teste de paciência.
1h30 - sã, salva e em casa. Sobrevivemos à gincana. Pergunta se eu consegui dormir depois de tudo isso?

Agora, imagina como estou ótema hoje =)

3 comentários:

  1. Olha, menina... já passei por poucas e boas no ar... mas não tinha a adorável companhia do Jone...
    Parabéns pela tragetória... e ah propósito, eu adoooooro atender aos clientes em Sampa ;)
    beijinhos e um ótimo findi procê.

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  2. Demais Mari! Identifiquei muitos traços em comum com a história da primeira tentativa de salto no trecho entre 20:30 e 22:40. Estou dando muita risada por aqui.... Parabéns pelo blog. Adorei conhecê-lo! Beijos e uma ótima semana para você!

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  3. Anônimo8:19 PM

    Lalááá...
    que dia foi esse hein... passei por aqui, e com esse texto imaginei as cenas como se estivesse lá!

    Beijooo!

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