segunda-feira, setembro 14, 2009

Break on through to the other side

Tudo o que se fala de Paris é verdade. Pelo menos, eu pude comprovar pessoalmente tudo o que eu ouvi antes de visitar a cidade.

Dentre os locais por onde passei, foi de longe o mais bonito. Não é à toa que é a cidade mais visitada por turistas do mundo todo! Sua beleza realmente impressiona a cada esquina, e dependendo do pique, pode-se percorrer os principais pontos a pé.

Da Torre Eiffel, chega-se facilmente ao Hotel dos Inválidos, que reúne o maior número de canhões do mundo, além de dois museus de armas e da tumba de Napoleão, essa construção magnífica que você vê ao lado. De lá, chega-se também à Catedral de Notre Dame, de uma grandiosidade que assusta e emociona. Enfim, descobre-se um novo parque ou monumento a cada rua, uma nova ponte sobre o charmoso Rio Sena...

Mas, como nem tudo é perfeito, Paris tem sim o seu lado negativo: as pessoas. Sem querer generalizar (mas já generalizando), os problemas comportamentais parecem estar incrustados na cultura deles. Ouvi dizer que os parisienses não suportam mais turistas pedindo informações, o que faz deles um pouco antipáticos e impacientes. Até por isso, o governo vem promovendo uma campanha para que os cidadãos sejam mais simpáticos, o que – pelo que vi – ainda não estava dando resultado. Além de tudo, a grande maioria não fala nada de inglês, então (outra dica, hein?), aprenda a perguntar, em francês, se a pessoa fala inglês (Excusez-moi, parlez-vous anglais?).

E acredite: essa antipatia não é o pior defeito. O que mais me incomodou na cidade foi mesmo a sujeira! Absolutamente todos os banheiros estavam imundos, do restaurante ao museu. O metrô fede. A impressão que tive é que os bares e restaurantes são limpos apenas no final do dia e, se você vai almoçar fora, a cadeira e o chão estarão acumulando toda a sujeira derrubada até aquele momento.

Em todos os restaurantes que estivemos, os copos tinham marcas de batom ou outras bebidas, sem contar o trágico episódio em que encontramos não uma, mas DUAS moscas – e de espécies DIFERENTES – em nossas saladas. Só não foi pior porque o gerente do local, que aparentava ser indiano, foi simpático e permitiu que fôssemos embora sem pagar nada.

Paris foi assim: uma mistura esquisita de encantamento e nojo. Sim, nojo!

Foto: Paulo Henrique Schneider

quinta-feira, setembro 03, 2009

Paris, Je t´aime

Parece óbvio dizer que, em toda e qualquer viagem, é preciso ficar ligado em dicas de quem já passou por ali. Seja uma busca no Google (o Maps foi fundamental no meu caso), seja perguntando a amigos ou àqueles que encontrar no caminho, sempre vale a pena anotar tudo antes de explorar um lugar novo.

Dentre os locais por onde passei, com toda certeza Paris foi onde as dicas mais me foram úteis. Colocamos em prática todas as recomendações de conhecidos e o resultado foi um final de semana mais-que-perfeito na cidade-luz. Por isso, aqui está um compilado das dicas mais
bacanas que recebi em relação a Paris:


Torre Eiffel - Acorde cedo e seja o primeiro!
Dica de Marcos, colega brasileiro do nosso curso de inglês.
Se você quer visitar o maior símbolo parisiense e não dispõe de horas extras pra perder na fila, acorde cedo e chegue lá entre 8h e 8h30. As visitas só têm início às 9h, mas chegando um pouco antes
você pega uma fila pequena, sobe na primeira leva e ainda consegue umas fotos mais exclusivas, com o local vazio, como esta que você vê ao lado.

O Louvre demanda pelo menos um dia todo de passeio.
Se você tem pouco tempo, visite o Museu de Rodin!
Dica de Sólon, ex-morador da cidade
Eu sei, eu sei: como chegar na frente do gigantesco Museu do Louvre, um dos mais importantes do mundo, e não entrar? É simples: quando você chega a Paris em uma sexta-feira e vai embora no domingo, cada minuto é valioso, e um breve tour pelo Louvre não leva menos que duas horas. É verdade! Você já tentou procurar as instruções, por exemplo, para ver a Monalisa? São inúmeros corredores, escadarias e
elevadores que você terá que pegar para chegar a ela. E posso falar? Fontes confiáveis relataram que o quadro é pequeno e fica tão distante e protegido que mal dá pra ver direito. Enfim, é claro que estivemos no museu - como não vê-lo, pelo menos de fora? - mas entramos mesmo no Museu do Rodin.


A mansão em que o escultor morava, bem como seu belo jardim, hoje
abriga algumas de suas principais obras. É mágico passear por entre as
árvores, descobrindo hora o famosíssimo "Pensador", hora alguma escultura de Victor Hugo, além do assustador e intrigante "Portão do Inferno", que você vê à direita e deu fama ao artista no século XIX. Dentro da mansão, "O Beijo", além de um quarto destinado a Camille Claudel (namorada* de Rodin) e muitos outros trabalhos.




Não visite o Sacre-coeur à noite, pode ser perigoso.
Novamente Marcos, capixaba esperto!
Nosso hotel ficava próximo ao Montmartre, região alternativa de Paris que abriga galerias de arte e a belíssima Basílica do Sacre-Coeur. Como chegaríamos na sexta-feira à noite (eu já disse isso?), pensamos inicialmente em visitar a igreja logo na primeira noite. Mas nosso colega alertou: o lugar fica cheio de senegalezes malandros, melhor ir durante o dia. Assim, acordamos cedo no domingo e fomos pra lá.


A basílica fica no ponto mais alto da cidade e é feita de mármore travertino, responsável pela
brancura da construção. O acesso se dá através de duas rampas, que levam a escadarias, que levam a mais escadarias, e então à igreja. No início de cada uma das rampas havia um grupo de senegalezes fechando a passagem e tentando vender artesanato a quem passasse por ali: seguravam o braço das pessoas e tentavam colocar pulseirinhas quase à força. Fiquei imaginando que à noite deve ser realmente perigoso por ali, enquanto subia os mais de 300 degraus até o domo da basílica, que oferece esta bela vista da cidade, à direita.


Já viu a torre de dia? Não deixe de voltar lá à noite!
Da turma de amigos que passara por ali semanas antes
Não sei dizer desde quando, mas de uns tempos pra cá a torre recebeu uma iluminação especial à noite e, mesmo após quase 10 horas andando sem parar, pegamos novamente o ônibus até o Trocadero, de onde já conseguimos ver a belíssima construção de ferro brilhando. O último horário para subir na torre é à meia-noite, mas de baixo você também consegue uma bela visão:


Emoção indescritível, parece feita de ouro!

Fotos: Paulo Henrique Schneider. Muitas outras lindas fotos aqui.

*Update by Deinha Gondimm o almanaque de cultura geral da tchurma: Camille Claudel era amante, e não namorada de Rodin. Veja mais no filme “Camille Claudel", com Gérard Depardieu no papel de Rodin.