sábado, julho 13, 2013

Que a gente se dá ao direito de tomar uma garrafa de vinho (sozinha) no parque.

Prédio dos Correios. Ainda mais lindo à noite!
Do palácio, parti rumo à Plaza Cibeles, onde há uma série de construções lindíssimas, como o prédio dos Correios. É um bairro bastante sofisticado e cheio de lojas de grife. Dali, caminhei até a Puerta de Alcalá, com uns arcos super bonitos e cheios de flores em volta - como a primavera na Europa é mágica!
Puerta de Alcalá

Comprei uma garrafa de vinho branco bem gelado - pelo qual paguei cerca de 15 euros - e parti para o Retiro, um parque enorme e maravilhoso com um grande lago no meio, em que se pode passear de barco nos períodos de calor.

O tempo começava a fechar e fui caminhando pelo parque. Nele, há uma série de monumentos lindíssimos, que fazem deste um dos locais preferidos pelos turistas e madrileños para o lazer. Me sentei na grama com vários outros jovens, e degustei meu vinho branco gelado, olhando o lago. Fiquei pensando no quão felizes são os moradores daqui.

A vista de meu lugar no gramado.

Aproveitei para escrever sobre mais este dia tão lindo, sobre como estava me sentindo abençoada por simplesmente sentar na grama e tomar um vinho olhando o lago. Tirei o tênis e senti a grama entre meus dedos, que delícia parar tudo pra viver e curtir esse momento.

De repente, um rapaz me chama, convidando para sentar junto com ele, sua irmã e umas crianças. Christos é grego e trabalha com publicidade, fala pouco inglês mas é bastante simpático e esforçado em querer conversar.

Contou que as coisas na Grécia não estão muito boas, mas que a imprensa também aumenta muito, pois até que não está tão ruim assim. Disse que posso ligar pra ele quando for à Grécia, mas não consegui entender o nome da cidade em que ele mora. Sei que passamos horas conversando, falamos sobre a publicidade em nossos países, sobre a economia, sobre os passeios por Madri...

Até que pedi licença e, um bocado alcoolizada (afinal, a garrafa de vinho estava quase no fim e eu havia tomado tudo sozinha), fui conhecer o Palácio de Cristal, que também fica dentro do parque, e é maravilhoso. Lembra um pouco o Jardim Botânico de Curitiba, com uma estrutura enorme de vidro.

Palácio de Cristal

Ao fundo, uma banda tocava Beatles, e naquele ponto já não sabia o que era mesmo verdade e o que vinha da minha imaginação.

Venci a batalha contra a garrafa de vinho e, comendo umas batatas pra evitar o desmaio, caminhei até o metrô. Eram por volta de 6 da tarde e eu ainda queria comprar o ingresso pro jogo do Real Madrid.

Algumas estações depois, cheguei ao estádio, em que paguei 25 euros para ficar na arquibancada mais alta.

Foi só o tempo de engolir um lanche no Burger King, tomar um banho no hostel, vestir a camisa do Brasil e me reunir com a turma no saguão.

Juntos, fomos de metrô rumo ao estádio.

quinta-feira, julho 11, 2013

Cinderela feelings

Quarta-feira foi o dia escolhido para conhecer o Palácio Real. Já o tinha visto por fora durante o free walking tour, mas precisava vê-lo por dentro. A entrada custa 10 euros, mas a partir das 17h é de graça para turistas latino-americanos.

O céu ajudando a compor a paisagem.

E, por dentro, ele é ainda mais espetacular. Logo que se passa o portão, é possível passear pelo enorme pátio, com luminárias douradas e ladeado por arcos com vista para uma área verde. Ao entrar, começa a visita (ou seria a viagem?) pelos salões reais, que são incríveis.

Dá até pra sentir a energia de tudo o que já aconteceu por ali, ainda mais lendo os descritivos dos lugares e analisando cada um dos detalhes. São tecidos que cobrem as paredes, tetos trabalhados em flores e anjos, móveis mantidos impecavelmente... Parece que a gente se transporta pra um daqueles filmes de época!

Ao entrar no salão de bailes, fiquei imaginando quantas festas já aconteceram ali. Quantas histórias de amor e quantos beijos escondidos pelos corredores… quantos porres, quantas risadas, quantos olhares! Tive vontade de sair dançando e girando, cheguei a imaginar uma música clássica bem alegre de fundo e todos aqueles vestidos longos e bufantes.

Depois do passeio pelas salas, em que fiquei literalmente de boca aberta mais de uma vez, também se pode visitar o acervo de armaduras e a antiga farmácia do palácio, com prateleiras enormes e cheias de potes com nomes de substâncias usadas na época para a cura. Uma pena que não se pode fotografar nada!


Estava tão encantada que, quando saí pelo mesmo pátio real, com todas aquelas luminárias douradas e toda aquela beleza, falei sem querer em alto e bom português: NOSSA, QUE LUGAR LINDO!

E não é pra achar lindo?

Me peguei rindo sozinha depois.

terça-feira, julho 09, 2013

Da brisa mais linda.

Teve uma brisa linda que me acompanhou por toda a viagem, e senti vontade de escrever sobre isso.

Acontece que, quando cheguei a Madri, meu primeiro contato com a cidade foi quando subi as escadas na saída do metrô. Estava um dia lindo, um céu muito azul e logo reparei nas árvores que se mexiam com o ventinho fresco, dando ainda mais graça ao lugar.

Olhei para os lados. Batia sol naqueles predinhos clássicos que forravam a avenida... pude reparar nas flores das varandas, na elegância das pessoas…

É claro que me emocionei muito. Afinal de contas, ali era onde tudo começava, não tinha mais volta, e aquela alegria foi se misturando às primeiras sensações de contato com a cidade.

A partir daí, passei a prestar atenção toda vez que saía de uma estação de metrô. E, se parar pra reparar, cada uma delas tem algo de especial. Não à toa, meu primeiro contato com Barcelona foi exatamente na estação Passeig de Gracia, bem em frente à casa Batllò. Esta foi a primeira visão que tive da cidade.

Assim se seguiu ao longo de todos os dias. Uma nova escadaria, um novo cheiro, uma luz diferente, uma energia nova.

Apenas foi lindo me emocionar a cada saída de metrô.

segunda-feira, julho 01, 2013

Entre tapas, churros e chocolate :)

Essa foi a noite de conhecer um pouco melhor a comida local. Não sei dizer se em toda a Espanha é assim, mas em Madri e Barcelona, pelo menos, a comida popular é o que se chama de tapas (comidas pequenas, tira-gostos), servidas frias ou quentes. Também são famosos os "pintxos" - feitos com uma fatia de pão e alguma coisa em cima, que varia entre presunto cru, frutos do mar e outras especialidades. Um tipo de bruschetta.

Patatas bravas e deliciosas!
Nesta noite, pedi as famosas "patatas bravas" - cubinhos de batata frita com um molho levemente apimentado e delicioso - e também meia porção de tiras de frango à milanesa com molho de mostarda e mel. Ah, uma cerveja pra acompanhar. 10 euros foi o que paguei em tudo isso.

Voltei rolando pro hostel e sentei na sala de convivência, relaxando um pouco. Logo, chegou um carioca marrento (o que é quase um pleonasmo) falando alto: "TU É BRASILEIRA, NÃO É?" E sentou pra conversar.

Harry é do Rio, mas mora em Fortaleza, onde tem um canil. Ex-viciado em tudo quanto é tipo de coisa, ele encontrou a paz no espiritismo depois de alguns meses em uma clínica, e hoje não bebe, fuma ou usa mais nada. Viajou à Europa não só para passear, mas principalmente para comprar cachorros. Uma fêmea de buldogue francês, uma das raças que cria, custa cerca de mil euros e é usada para reprodução.

Papo vai, papo vem, fiz a digestão do franguinho com batatas e resolvi provar os churros com
San Gínes e a fórmula de seu sucesso
chocolate no lugar mais famoso de Madri: San Gínes, já que não teria pique pra ir pra balada mesmo. Harry resolveu ir comigo, e fomos de metrô até a estação Opera, em que fica a chocolateria.

Um chocolate quente com 6 churros sai por 6 euros, e vale cada centavo. Os churros, sequinhos e sem recheio, devem ser mergulhados no chocolate quente, que tem consistência semelhante à de um fondue. Boca cheia d'agua só de lembrar =P

Rolando parte II, voltamos para o hostel, onde encontrei Donna, a israelense, e os americanos do dia anterior. Em seguida, mais dois caras se juntaram a nós: John, que tinha muita cara de brasileiro, mas era americano, e Munib, que nasceu no Paquistão mas mora no Canadá há alguns anos.

John acabava de chegar de uma viagem de quase 6 meses, entre a Índia e a Grécia. Munib se formou recentemente em engenharia e estava comemorando, para depois voltar pro Canadá e arrumar um emprego. Conversamos bastante, principalmente sobre futebol, e adivinha? Um amistoso entre Real Madrid e Málaga havia sido adiantado, e seria no dia seguinte! Fiquei de tentar comprar, caso ainda tivesse ingresso disponível.

Saí com Donna e compramos mais uma garrafa do vinho gostoso de 3 euros do dia anterior, do qual aguentei só duas tacinhas e fui dormir, quase 3 da manhã, de novo. Ainda não consegui entrar no fuso, então, apesar do cansaço, só consegui dormir neste horário.

Em tempo: muita comida boa mas, 10 dias depois, só conseguia pensar no arroz com feijão da minha mãe.