quarta-feira, outubro 15, 2008

Trancendence, 9 a 14 de julho (e o fim das férias)

Com Paulo Henrique Schneider (texto e fotos)

Após três anos de muita saudade e boas lembranças, os núcleos Solar Flares e Tranceformation se uniram para realizar a sexta edição da Trancendence, um dos principais festivais alternativos do Brasil.

Cerca de 4 mil pessoas (incluindo a produção e convidados) participaram do evento. Ônibus escolares foram utilizados para levar as pessoas do estacionamento/portaria até a entrada da festa (foto acima). O público tinha duas opções de camping: um deles ficava ao lado da pista alternativa e o outro, com maior volume de barracas, ficava próximo à Oca (chill out da festa).

Todos os campings estavam equipados com chuveiros e banheiros que contavam com equipes de limpeza 24 horas por dia. Próximo ao segundo camping, passava o belo rio Macaco (foto), que oferecia um banho refrescante e silencioso para aqueles que procuravam escapar do agito.

Um local que certamente recebeu uma atenção especial foi a Oca, uma construção circular de madeira e palha com uma abertura no centro, decorada com tecidos, painéis e uma grande borboleta mecânica que parecia ter vida própria. No centro, uma fogueira queimava durante as noites, trazendo uma atmosfera ainda mais especial.

Destaque para a tarde memorável em que tocou o trio Yagé, quando um grupo de artistas vestidas de azul realizava coreografias e convidava os participantes para a formação de uma grande roda no centro da oca (foto).

Com suas lojas coloridas, repletas de roupas e artesanato do Brasil e do mundo, a Feira Mix ficava entre a Oca e Pista Alternativa, que além da diversidade de produtos, contava com um guarda volumes eficiente, uma loja de conveniência e uma exposição em homenagem póstuma ao fotógrafo Carlos Levistrauss.

A consciência ambiental também estava presente neste “corredor artístico”. A organização disponibilizou o Espaço Fotossíntese, idealizado por um grupo de Uberlândia, em que era possível criar mandalas com sementes coloridas gratuitamente (foto à direita). Crianças e adultos se divertiram no espaço, onde também foram distribuídas sementes nativas para plantio.

Havia mais dois espaços culturais em pleno funcionamento no festival: o Espaço Hoffman de Artes Integradas, em que ocorreram diversas oficinas, e o Zen-Dô Multicultural, que durante o dia contava com atividades como pilates, meditação e palestras, e à noite oferecia mostra de filmes.

A Pista Alternativa possuía um design diferenciado, com uma grande lycra branca instalada em formato de serpente, e as inusitadas árvores prateadas (foto à esquerda), que contavam com uma decoração magnética interativa – ímãs permitiam que se mudassem alguns elementos de lugar.

O espaço foi dedicado a vertentes do house, techno e electro. Por ser uma experiência inédita em uma Trancendence, a pista não funcionou o tempo todo e em poucos momentos ficou “lotada”.

Após uma subida, avistavam-se os enormes leques feitos com bambu e estopa do Main Floor, que formavam um círculo perfeito. A arquitetura oferecia bastante sombra e espaço para dançar, além de um palco central no formato de uma estrela em que foram vistas performances artísticas incríveis, que mesclaram artes cênicas e circenses (fotos).

No local, esteve presente o bom trance psicodélico em suas mais variadas vertentes, do progressive ao dark. Foi feito um bom trabalho por parte tanto dos artistas quanto da equipe de som – foram raros os problemas técnicos – e as apresentações reuniram, sem dúvida, um dos melhores line ups do ano.

Assim como em 2005, neste ano o evento foi alvo de mais uma ação da Polícia Civil de Goiás. Surpresa para alguns, previsível para outros, o fato gerou um clima de tensão entre os participantes e houve uma série de “enquadros” nas pistas de dança e campings. Houve relatos de muitas pessoas que haviam sido indiciadas como usuários de drogas.

Mesmo com esta repressão, sem dúvida a Trancendence será lembrada como uma celebração respeitosa, bonita e integrada de forma harmônica ao cerrado. Quase não se via lixo no chão (com exceção das bitucas de cigarro) e os resíduos produzidos foram devidamente separados para reciclagem. Sem dúvida, uma experiência memorável.

3 comentários:

  1. ai que saudades do Trancendence, bons momentos que sempre serão lembrados!

    Um beijo Mari.
    :)

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  2. Anônimo4:01 PM

    Uma experiência única, compartilhar ao seu lado todos os momentos desta inesquec[ivel aventura pelo cerrado brasileiro!

    bjos,

    P.H.

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  3. como chamava a fazenda da festa e o rio de frente

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