segunda-feira, outubro 15, 2007

A (qualidade de) vida na roça

- Você já foi lambida por um bezerro?
- Não que eu me lembre.
- Então vem.

E me levou pra apanhar amoras ao lado de onde ficam as vacas. A amoreira estava carregadinha, os pequenos frutos caindo ao chão de tão doces. Delícia. Mãos e bocas vermelhos da tinta da fruta, caminhamos rumo aos bezerrinhos curiosos que se aproximaram. "Faz carinho nele." E então o bezerro mais bonitinho da região achou que poderia mamar em meus dedos. E senti na mão, pela primeira vez, a língua áspera que esses ruminantes têm. Eita, nem parece que tem raiz caipira, sô!

- Gosta de jaboticaba?
- Muito.
- Então vem.

Mas os passarinhos tinham chegado antes, e nos deixaram poucas unidades daquela bolinha preta e adocicada. Mesmo assim, deu pra lembrar bem da infância, quando pegávamos bacias e bacias de jaboticaba na casa de minha tia em Minas.

- Já pegou um carneirinho no colo?
- Não.
- Então vem.

E fui conhecer os reprodutores, as matrizes e seus filhotes. Engraçado como, ao vivo, as ovelhas realmente parecem ser bichos burros! E gritam, nossa! Precisa ver. Escolhi um peludinho, coisa mais fofa, as orelhas ainda maiores do que a cabeça, e peguei no colo. Me senti como a Felícia amassando um de seus bichinhos! Aí brinquei no chão com os dois filas e com a São Bernardo, até cansar.

- Isso é qualidade de vida - disse o tio.

Depois cheguei a São Paulo e não vi nem um passarinho. Mas recebi um vídeo engraçado:


Animais, por aqui, só no YouTube mesmo.

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