quarta-feira, março 28, 2007

See you at the bitter end

Já era minha banda preferida, desde que, em 2003, o Marcelo apareceu com o "Black Market Music" e falou: "escuta isso. É muito bom."
Eu nunca duvidei do bom gosto do Marcelo pra música, e sempre acolhi suas indicações. Mas não imaginei que, naquele momento, seria atingida de verdade pelos efeitos de um Placebo*.
O show de ontem, no Credicard Hall, serviu para confirmar minhas expectativas: Brian Molko é um dos mais talentosos músicos da atualidade. Ele brinca com a voz, grita sem desafinar uma nota, e mesmo com todos os cigarros fumados ao longo de sua vida, não perdeu a potência vocal que me encantou desde o início.

O show, anunciado para as 21h30, começou com quase meia hora de atraso... quando, enfim, os músicos subiram ao palco, o êxtase foi geral: abriram com "Infra-Red" e, enquanto Molko anunciava: "someone call the ambulance/there's gonna be an accident", meu coração saía pela boca de tanta emoção. Talvez fosse mesmo preciso chamar uma ambulância naquele momento.

Grande parte das músicas tocadas foram lançadas em "Meds", álbum de 2006. A faixa que dá nome ao CD foi tocada logo depois, além de "Drag", "Song to say goodbye", "One of a kind", e com destaque "Because I want you" - que não saiu da minha cabeça até agora - e "Space Monkey", quando Molko cantou os primeiros com um aparato que fez com que sua voz parecesse falada através de um rádio, até o refrão, onde "limpou" a voz para gritar "We're sown together/She's born mesmer/Beside astride her/I die inside her"...

Diferentemente da apresentação no Rio de Janeiro, o trio resgatou mais dos grandes hits, que, como não poderia deixar de ser, empolgaram o público: "Every you, every me" já era esperada, assim como "Special Needs" e "20 years". "Bitter end" era muito aguardada, justamente por ter sido tocada no Rio, mas mesmo assim a platéia delirou ao som das batidas aceleradas de Steve Hewitt e da guitarra perfeita de Stefen Olsdal.

O que eu não esperava escutar, e fiquei surpresa, foram as clássicas "Special K", "Taste in men" e "Without you I'm nothing", mesmo que (gente, eu amo todas, é uma questão de preferência) trocaria estas por "Pure Morning", "Black-eyed" e "This Picture". Ok, já que toquei no assunto, do "Meds" eu queria escutar "Blind", "Broken Promise" e "In the cold light of morning", que acabaram ficando de fora.

Mas é aquela coisa: eu queria um show de pelo menos 5 horas. Não, na verdade eu queria uma apresentação tipo a do mestre Goa Gil, de 12 horas seguidas... aí sim, talvez o show terminaria sem que eu ficasse pensando: "humm, mas e se eles tivessem tocado aquela"...

O melhor de gostar do Placebo é que, mesmo com 10 anos de carreira, o grupo ainda se mantém no underground até certo ponto. A platéia do Credicard Hall estava tranquila para dançar, pular, gritar, enfim! Inesquecível, emocionante. Perfeito.
EM TEMPO: óbvio, achei alguns vídeos no YouTube. Óbvio, estão péssimos, mas arrepiam quem estava lá: Drag (tremidíssimo, mas o som ficou bom), Infra-Red (boa visualização, mas som péssimo), I know (legal pra escutar o efeito de eco que colocaram na voz do Molko, o som está bom, mas a visualização, digamos, é "alternativa"), Meds (som bom, imagem mais ou menos) e, finalmente, Special K (tudo mais ou menos).
* Pra quem não sabe, na medicina, placebos são aquelas pílulas de açúcar usadas no tratamento de doenças psicossomáticas.

Um comentário:

  1. Anônimo10:35 AM

    Realmente um show de 5 horas seria perfeito .....mas o set list foi muito bom....adorei todas as músicas....principalmente as mais antigas..... mais uma vez foi perfeito estar ao seu lado neste momento....TE AMO "SOULMATES NEVER DIE"

    ps:infelizmente terei que contentar com as baquetas do show de 2005, este ano tava mais difícil de pegar...rs..sem contar os egurança querendo vender a palheta, que quase, quase eu pego...

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