sexta-feira, dezembro 15, 2006

O dia em que meu ídolo me reconheceu na balada

Pixel na Tribe de Julho. Foto by PH Schneider

Na Tribe do dia 08 de julho, tive a oportunidade de (tentar) entrevistar o israelense Eli, responsável pelo projeto Pixel, referência mundial em trance psicodélico. Ele tinha acabado de tocar na festa e, pela primeira vez, eu havia me emocionado ao escutar uma música de psytrance ao vivo.

A música era "Face it", uma versão que ele fez versus o Gabe (Wrecked Machines), que por uma série de motivos virou a trilha sonora de uma importante fase da minha vida. Bom, ele tocou, eu me emocionei, e lá estava eu poucos minutos depois, com gravador em punho - e tremendo um pouco - para falar com o Eli.

Confesso que a decepção foi grande. Eu lá, superempolgada, desenvolvendo perguntas profundas e carregadas de emoção, e ele, monossilábico. A conversa começou mais ou menos assim:

- Eli, no que você pensa quando está produzindo?
- (Silêncio)
- Você imagina a pista de dança, o público, a energia?
- Claro!
- E o que você acha sobre as parcerias, como forma de aprimorar ainda mais os projetos?
- Acho ótimo!

E por aí foi, ou melhor, não foi. Ao escutar a fita, constatei que simplesmente não seria possível colocar no ar uma exclusiva com o Eli. O papo se transformou em um grande monte de informações vagas, sem nenhum conteúdo nem nada de interessante. Cheguei a pensar que ele havia feito isso só de birra, porque não gosta de imprensa, sei lá.

Massss.... como o mundo dá voltas, ontem finalmente tive a oportunidade de mudar minha opinião sobre o Eli, ou então recuperar a tietagem e o interesse pelo trabalho desse cara.

Estávamos na D-Edge, vendo um dos grandes nomes do house mundial discotecar com maestria: o alemão D-Nox. A casa, como sempre, estava ótima, não muito cheia, com sua decoração de luzes coloridas que já ganhou até prêmio de melhor decoração de club da América Latina.

Dançávamos bem próximos ao palco, o D-Nox como sempre dando aula de house progressivo, quando comecei a avistar alguns dos principais artistas de psytrance do mundo. Como a Tribe 6 anos vai ser no próximo sábado (16/12), todos os djs do line-up já se encontravam no Brasil ontem, e resolveram dar o ar de sua graça na baladinha da Barra Funda.

O Pixel foi o primeiro que vi, parado, também próximo ao palco. Passava despercebido entre as pessoas que dançavam, ainda mais porque estava escuro, mas eu não tinha como não reconhecê-lo. Ele deu uma 0lhadinha para mim e para o PH, acenou, sorriu, e eu fiquei contente em pensar que ele talvez tivesse lembrado de nós, da entrevista.

Pouco tempo depois, encontramos toda a patota que iria tocar na Tribe: Black & White (um dos dois hehe), Tristan, Edoardo, DUVDEV do Infected Mushroom (com o qual inclusive tiramos uma foto histórica), Du Serena, Marcelo V.O.R. (que não vai tocar mas resolveu ir aproveitar a baladinha), enfim, só a "nata", rs.

Estávamos eu e PH passando, quando senti uma mão me puxando: era o Eli!! ele abriu um sorriso e disse, em seu inglês de israelense: "I remember you! You did an interview with me!"

Óxente. Minha perna ficou até mole.

Ele me reconheceu!! Conversamos sobre a Tribe, viagens, Universo Paralello... eu percebi que ele não havia respondido à minha entrevista daquele jeito por birra. O cara fala "pra dentro" mesmo! ele é tímido, recatado, o famoso "homem de poucas palavras". Percebi que ele realmente havia gostado de conversar comigo naquela festa - mesmo que eu tenha entendido pouca coisa -, e me senti lisonjeada por ter sido reconhecida por um dos meus maiores ídolos do psytrance.

Tem coisas que só o seu ídolo pode fazer por você.

Um comentário:

  1. Anônimo3:31 PM

    Lala...
    q orguuuulho de vc minha linda...
    a cada dia mais, vc será reconhecida, porque você merece... porque o trabalho que vc faz é digno de mto respeito e reconhecimento!!!!
    te amoo

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