Sala das CopasLogo na entrada, um saguão com fotografias e lembranças de colecionadores de todas as torcidas anuncia que a emoção não vai ser pouca. Flâmulas, miniaturas, bandeiras... Tudo é memória na chegada ao Museu do Futebol.
Suba a primeira escada rolante, e você vai se deparar com a imagem do Rei Pelé, em vídeo e tamanho pouco maior que o real, saudando os visitantes em português, inglês e espanhol. Um corredor escuro te levará ao salão dos anjos barrocos, em que grandes ícones do futebol de todos os tempos pairam no ar em projeções e tecidos que rodeiam os visitantes até a chegada da primeira área sobre gols.
De um lado, algumas personalidades como Galvão Bueno e Nelson Motta falam sobre seus gols prediletos, permeados por imagens marcantes; do outro, cabines com estações de rádio permitem que você escolha narrações de gols desde 1900 e as escute bem de perto, como num radinho de pilha, enquanto o que está sendo narrado passa numa tela à sua frente em legendas frenéticas.
Quando você já está achando tudo aquilo uma experiência super divertida, é levado para outra sala escura: a parte de baixo da arquibancada do Pacaembu, com perfis cravados na terra e um clima misterioso. De repente, um jogo de painéis, projeções e caixas de som criam uma sinfonia de gritos de guerra e comemorações de gols de várias torcidas, permitindo que os visitantes se sintam totalmente inseridos naquele ambiente e envolvidos na emoção daqueles apaixonados. É de arrepiar.
A partir daí, começa a parte mais histórica do museu. Quadros com imagens que associam a história do país à chegada do futebol me fizeram lembrar meu avô, que iria adorar tudo aquilo (ainda vou levá-lo). Um corredor mostra grandes heróis de nossa história, das artes à política, passando pela música, arquitetura e, é claro, futebol. Uma verdadeira aula em grandes painéis também com projeções.
Mais um corredor, dessa vez com Arnaldo Antunes narrando a fatídica final da copa de 1950, no Maracanã, em que o Brasil perdeu para o Uruguai por 2 a 1. Uma narração sofrida, acompanhada pelas batidas aflitas de um coração brasileiro. Este é o chamado “Rito de passagem”, que leva os visitantes à super colorida Sala das Copas. São vários totens, representando diversas copas e seus respectivos momentos históricos, políticos, econômicos e artísticos. Dá pra passar horas só olhando as fotos e assistindo aos vídeos.
Após uma breve passagem por dois monumentos, que homenageiam as histórias de Pelé e Garrincha, chega-se ao grande almanaque interativo do futebol. Tudo o que você pode imaginar está ali. São regras, curiosidades, números, recordes, chuteiras e bolas desde a chegada do esporte ao Brasil até os dias de hoje, frases e apelidos famosos, réplicas do cartão e apito do juiz, e até as divertidíssimas mesas de pebolim, trazendo diferentes esquemas táticos!
Para finalizar, um pouco mais de diversão em outro andar. Primeiro, alguns campinhos de futebol projetados no chão são a alegria da criançada, que disputa a bola virtual. Em seguida, uma salinha em que, com óculos 3D, você confere de pertinho a habilidade de um grande jogador. E, por fim, teste a velocidade do seu chute com o goleiro virtual, e ainda tire uma foto que poderá ser encontrada no site do museu.
Não é à toa que o Museu do Futebol já está entre os 5 mais visitados da cidade (segundo levantamento da Revista da Folha), mesmo tendo sido inaugurado em setembro do ano passado. A tecnologia é usada de uma forma muito inteligente, atraindo a atenção de pessoas de todas as idades, e permitindo que elas aprendam sem perceber sobre a história do nosso país e este esporte, incorporado de forma tão natural à nossa cultura.
Reserve um dia todo e se entregue a essa paixão. Garanto que vai valer a pena.
Museu do FutebolEstádio do Pacaembu – Praça Charles Miller, s/nº
Ingressos: R$ 6,00 (estudantes pagam R$ 3,00)
Funcionamento: de terça a domingo, das 10h às 17h
Não funciona em dias de jogo no Pacaembu. Confira agenda em: http://museudofutebol.org.br/