segunda-feira, novembro 19, 2007

LCD Soundsystem

O norte-americano James Murphy (foto) é um dos ícones da mistura rock-eletrônica que surgiu com força no início dos anos 2000. Além de ser cantor, multiinstrumentista, produtor e dono da gravadora DFA Records, Murphy é o grande nome por trás do sucesso do grupo LCD Soundsystem, representante do gênero, que tocou na semana passada em São Paulo.

A casa de shows Via Funchal estava praticamente vazia quando subiu ao palco o DJ e produtor Axel Willner, responsável pelo live de techno The Field, que abriria para o grupo. Um globo espelhado era o único elemento cenográfico, e anunciava que a noite seria de festa.

Willner consegue aliar as batidas secas do techno à melodias emocionantes, que preenchem o ambiente, e com isso confere uma linguagem muito interessante às músicas. O estilo não faz o meu gosto, mas não posso deixar de reconhecer a qualidade musical do sueco.

Com uma hora de apresentação, The Field recebeu os aplausos de uma pista modesta, porém mais numerosa. O Via Funchal não preenchera sequer 50% de sua capacidade, o que foi bom para dançar e circular com tranquilidade pela pista.

Em pouco tempo, o LCD Soundsystem começou a se posicionar. O grupo possui grandes talentos em sua composição, entre eles Nancy Whang, que além de cantar comanda os sintetizadores e teclados, e o guitarrista e percussionista Al Doyle, que também integra o Hot Chip.

Com uma disposição estrategicamente diferenciada (bateria na parte da frente, ao lado do vocalista, que conferiu mais força e destaque para as batidas punk), a banda começou o show às 23h15. Vestindo uma camiseta com as cores do arco-íris - a mesma que usou no Skol Beats do ano passado - James Murphy mostrou que sua voz não é das mais afinadas, mas as técnicas que trabalha na hora de cantar, juntamente com sua presença de palco e a harmonia arquitetada entre os membros da banda, proporcionou um dos melhores shows do ano.

Grande parte das músicas apresentadas compõem o último álbum do grupo, "Sound of Silver". A música de abertura, "Us v Them", foi uma delas, assim como a seqüência "Time To Get Away", "North American Scum" e "All My Friends", que teve ótima recepção do público. Mesmo assim, o LCD não deixou de tocar outros sucessos que marcaram sua carreira. "Daft Punk Is Playing At My House" e "Yeah", tocada no bis, foram alguns dos clássicos hits da banda.

Algumas faixas lembram os pioneiros do Kraftwerk, outras mostram clara influência do New Order, mas o importante é que o grupo imprime personalidade em cada canção. Murphy cantava de olhos fechados, com emoção exacerbada, e chegou a tocar alguns instrumentos de percussão para dar ainda mais força à bateria de Pat Mahoney.

Para acalmar os ânimos depois de quase uma hora e meia de apresentação, o grupo fechou com a belíssima "New York, I Love You, But You´re Bringing Me Down", música que possui altos e baixos até culminar em um final emocionante.

Foto: PH Schneider

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Sinta-se em casa