Na última segunda-feira, tive o prazer de conhecer a maravilhosa Sala São Paulo, espaço para concertos que fica na Praça Júlio Prestes, atrás da Estação da Luz.
Passear pela região não é lá das experiências mais agradáveis. Você encontra tanta miséria, tantos tipos esquisitos e tanta sujeira, que parece uma miragem quando se depara com aquela imensa construção que é o Complexo Cultural Júlio Prestes, onde está a Sala.
Construído onde antigamente era uma estação da Estrada de Ferro Sorocabana, o lugar consegue mesclar tradição e modernidade. A antiga construção mantém as colunas trabalhadas e o teto altíssimo e rebuscado. A modernidade aparece nos detalhes, como as cadeiras do café e o estrondoso forro móvel, responsável pela acústica da casa.
Estive lá para assistir, pela primeira vez na vida, a um concerto da Osesp. Em uma apresentação exclusiva para assinantes da Folha de São Paulo, o evento contou com a regência de Cláudio Cruz, que também é violinista, e teve em seu repertório “As Bodas de Figaro”, de Mozart; “Danças Eslavas”, de Dvorák; e “Sinfonia nº5 em mi menor”, de Tchaikovski.
Foi uma cena belíssima: todos entrando, elegantes, as mulheres de longo preto e os homens de fraque, e assumindo seus postos diante dos instrumentos. Com a entrada do maestro, as palmas enérgicas do público e o início de uma apresentação emocionante.
Parecia que estava passando um filme da minha vida. Talvez, em minha memória, a música clássica estivesse muito ligada a desenhos animados e filmes da Disney, não tenho certeza. Só sei que, de repente, me veio uma vontade de sair dançando, como num baile de princesas, a deslizar pelo enorme salão imaginário com lustres de cristal.
De repente, eu queria ser aquelas batutas do maestro, a correr pelo ar, ordenando quem tocaria a que momento, e com qual intensidade.
Eu queria ser aquelas melodias que saíam cantaroladas das bocas das pessoas após o espetáculo, e que certamente ficaram em suas mentes durante dias e dias, a contar suas histórias, assim como ficaram na minha.
Faça um tour virtual pela Sala São Paulo aqui.
Foto de Luiz Carlos Felizardo
Realmente inesquecível!! sem dúvida o melhor lugarpara ouvir música que já estive !!!
ResponderExcluirbjo
PH
"Só sei que, de repente, me veio uma vontade de sair dançando, como num baile de princesas, a deslizar pelo enorme salão imaginário com lustres de cristal".
ResponderExcluirJá tive essa sensação tb. Meio gay, mas fz oq?!?
Você, contagia ( como sempre ) quem lê os seus textos!
ResponderExcluirNa frente da Sala São Paulo tem a ULM Tom Jobim. Às quintas feiras, no auditório interno, 8 da noite tem o que se chama "O Som da Casa". Alunos e alunas motivadérrimos fazendo um som ao vivo, muito competente e de indiscutível qualidade. E é de graça ! Não deixem de experimentar as saltenhas da cantina que fica ao lado. Também imperdíveis. Beijos
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