Acabei não finalizando meu relato de viagem para a Ilha do Mel. Na verdade, fiquei pensando no melhor jeito para fazê-lo...
Não queria ficar contando dia por dia, porque já entendi que este é um formato um tanto cansativo – para mim e para os leitores. Também não tinha muitos causos interessantes para descrever. Então, decidi resumir as atrações do local, assim, quem estiver curioso já conhece tudo de cara por aqui:
Roteiro Gruta – Farol

Para quem está na Praia de Encantadas, é possível fazer este trajeto a pé ou de barco. O barquinho custa R$ 5,00 (preço fixo) e sai a toda hora, mas eu recomendo fazer o percurso a pé mesmo, assim você vai conhecendo as maravilhosas praias pelo caminho. A Gruta das Encantadas é a primeira parada, e é chamada assim porque, segundo a lenda, sereias encantavam os navegantes para

dentro dessa gruta. Seguindo pela costa, você passará por praias extensas e praticamente desertas, até que começará a avistar um farol lá longe, no alto de um morro. “Siga aquele farol!”, era o que pensávamos. E seguimos caminhando, o sol forte queimando as costas, até chegar à Praia de Brasília, outro local em que é possível ficar hospedado na ilha. De lá, mais uma trilha até que se abre um clarão e o vento forte anuncia uma paisagem inédita pra mim: uma passagem por cima de um morro, e praia dos

dois lados. Aquela água esverdeada, o sol batendo no farol imponente e muito bem conservado (datado de 1870), tudo era um conjunto de belezas que gritava aos olhos. Subimos uma escadaria até chegar ao farol, e a vista à esquerda dispensa comentários.
Roteiro Fortaleza – Baía dos Golfinhos
O dia estava um pouco nublado e ficamos com receio de não encontrar os golfinhos por causa do

mau tempo. “Fiquem tranquilos, é até melhor para conseguirmos enxergá-los”, afirmou a bióloga Ana Carla, responsável pelo barco Sea Calm (entendeu o trocadilho? rs), o mais conhecido para este passeio. Saímos às 10h00 rumo à Fortaleza Nossa Senhora dos Prazeres (à direita), construída por volta de 1800 pelos portugueses como uma forma de demarcar território. Dizem que, na época, havia muitos piratas espanhóis à procura de terra e, caso passassem por ali, aquela área já teria donos. Donos muito bem armados, por sinal, para atingir a quem fosse necessário. Segundo a bióloga, houve apenas um combate, em 1850, quando os ingleses buscavam navios com escravos e se deparou com um,

bem ali. Pela primeira e única vez, os canhões seriam utilizados num combate, não fosse o fato de que... bem, eles não funcionaram. A batalha foi perdida – neste caso, felizmente, já que os portugueses continuavam praticando a extinta escravatura. O que se diz por lá, entretanto, é o oposto: não faltam menções honrosas aos combatentes que resistiram à luta. Hoje, o local está restaurado e aberto à visitação. É interessante (e cansativo!) seguir pela trilha que leva aos corredores de pedra que abrigam os canhões.
De lá, partimos para a segunda parte do passeio: a esperada Baía dos Golfinhos. Já no caminho para a Ilha das Peças (que recebeu este nome porque era um ponto de comercialização de

escravos, chamados de “peças”), os simpáticos mamíferos aquáticos começaram a dar o ar da graça. A bióloga explicou que, antes de tudo, iríamos almoçar e, em seguida, pararíamos o barco onde os botos costumavam se exibir. Não tivemos dúvida: trocamos o almoço por algumas braçadas no mar, perto dos bichinhos. Eles são realmente sociáveis: nadam em grupos, se exibem, e teve até um que resolveu dar um salto cinematográfico para as câmeras! A reação foi unânime: aplausos emocionados ao acrobata do mar.
Fotos: PH Schneider