Três horas e meia de vôo depois, desembarcamos no aeroporto de Manaus. O bafo quente que aquele lugar possui é algo que jamais vou conseguir descrever por aqui, um calor e umidade incomparáveis. Mas a sensação não durou muito: logo entramos no ônibus com ar condicionado e com uma guia muito simpática de nome Isa, que foi nos explicando um pouco do que nos esperava.
Contou que o hotel ficava num canal, lá chamado de Igarapé, e que nesta época da seca era preciso pegar um barco menor pra chegar até lá. As chuvas duram de maio a setembro, mais ou menos, e nesta época o rio Amazonas chega a subir mais de 13 metros. O hotel, no caso, sobe junto.
Pouco mais de uma hora neste barco, e finalmente avistamos o hotel Amazon Jungle Palace. Os funcionários guiaram cada pessoa à sua suíte, e nos preparamos para um almoço delicioso, oferecido por um chef paulista do qual também não me recordo o nome. Todos os dias, muitas opções de saladas, carne, frango e, como não poderia deixar de ser, peixes de várias espécies e feitos de diversas formas.
A primeira noite foi dedicada à focagem de jacarés. Saímos em canoas pelo meio da escuridão, cada uma com um guia na frente, possuindo uma grande lanterna ou holofote. Os olhos dos jacarés brilham à noite, e não era difícil avistar aqueles pequenos pontos brilhantes por causa do escuro. Confesso que fiquei com um pouco de medo, menos dos jacarés em si, mas principalmente de surgir alguma coisa do rio em meio à escuridão. Como os peixes-voadores, por exemplo, que davam cada susto nas pessoas que a guia falava: gente, cuidado! Senão vai ser peixe pra dentro e vocês pra água! Enfim, sobrevivemos, após conhecer mais de perto um jacaré filhote.
Na manhã seguinte, fizemos a caminhada na mata, saindo às 7h da matina (pode acreditar: já estava muito quente). Foram quase duas horas de mata fechada, explorando árvores, flores, frutas e insetos e, é claro, tomando o maior cuidado com os espinhos e possíveis animais nocivos dali. Isa nos mostrou o breu branco e breu preto, árvores cuja seiva é altamente inflamável, usada pelos índios pra fazer o fogo e aquecer a chamada maloca. Mostrou também uma outra árvore, da qual não lembro o nome, usada para comunicação entre os índios. Quando se bate nela com um pedaço de pau, faz um barulho alto, que ecoa pela floresta. Assim, os índios podem chamar os outros quando pegaram uma caça ou se há alguém ferido. Lindas paisagens, mas acho que nunca suei tanto na vida.
Um churrasco na cobertura do hotel fechou a noite e a viagem. Um encontro fantástico, com muito sol, calor, batidas de coco deliciosas à beira da piscina, banhos noturnos nesta mesma piscina, natureza exuberante (mariposas, muitas!) e, o principal: levo deste encontro pessoas incríveis e lembranças que jamais vou esquecer.
Valeu, ESPN!
Nascer do sol, só boas lembranças...