Quando soube que ia pra NY, a primeira coisa que fiz foi comprar ingressos com antecedência. Decidi que iria assistir a um clássico e outro de rock e, depois de pesquisar entre amigos e sites, resolvi assistir "The Phantom of the Opera", o mais antigo de todos, e "A night with Janis Joplin", que me atraiu mais do que o "Rock of Ages". Não peguei os melhores lugares, mas comprei no mezanino e paguei US$ 90 em cada.
Primeiro foi o da Janis, numa segunda-feira. O Lyceum Theatre estava relativamente cheio e o palco não parecia trazer grandes inovações tecnológicas. Sentei entre um senhor muito alinhado, de gravata borboleta, e uma senhora gordinha que logo puxou papo. Eu disse que estava amando a cidade e que o único problema era o frio: "não me dá vontade de fazer nada!" E ela então me disse aos risos que era por isso mesmo que gostava tanto do frio: "o que eu mais gosto na vida é ficar sem fazer nada, querida."
Quando o espetáculo começou, vi que não teria grandes cenários. Era um ambiente como uma sala, com móveis antigos, um palco no centro e outro no fundo, onde ficava a banda. Era relativamente pequeno e todo iluminado com abajures espalhados. Muito simples e muito bonito.
O espetáculo inteiro é muito emocionante. Janis conta a história de sua vida e repassa todas as suas principais influências no blues. Subiram ao palco Aretha Franklin e Nina Simone, também muito bem caracterizadas e com vozes arrepiantes. E Janis tocou todos os seus principais sucessos, convidando a todos a se levantarem pra dançar. E eu viajei com ela e chorei do início ao fim, copiosamente.
Depois de tanta emoção, imaginei que dificilmente "O Fantasma da Ópera" poderia superar o que havia passado ali. E estava certa.
Ambas as experiências foram lindas e muito válidas, mas percebi que não precisa de nenhum palco giratório ou lustres voadores pra gente se emocionar a noite inteira.
Tudo depende de como cada som toca você.
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