sexta-feira, dezembro 21, 2012

It's the end of the world, and I feel fine.


Lembro de estar sentada numa praia, o céu todo encoberto, muito carregado. Não era uma praia comum, nem um dia comum, a atmosfera estava estranha, como se o mundo fosse mesmo acabar. O ar era tão denso que se podia pegá-lo com as mãos.

Eu gritava: olha o sol! Eu consigo ver o sol! As pessoas não conseguiam vê-lo, mas eu sim. Era um buraco no meio das nuvens, de onde era possível ver o sol, bem pequenininho, como se mostrasse sua luz só pra mim. O céu estava mais longe do que de costume, e o sol continuou a me olhar e me chamar pra perto dele.

Fechei os olhos e estava voando. Não consegui saber se era uma nave, um avião ou se estava sozinha voando mesmo. Só sei que viajei pelo mundo, desviando de aviões, foguetes e outros transportes aéreos, fazendo acrobacias no ar e voando baixo nos países que escolhi, sem sair da cápsula em que estava. Lembro de um espetáculo de rua em Paris, um musical a céu aberto em NY, aquela mesma praia densa e escura, agora vista do alto, e consigo lembrar do quão maravilhosa era aquela sensação, a felicidade que eu sentia ao desbravar o mundo, em experimentar a liberdade de voar para onde quisesse.

Que lindo, que lindo! Gritava, e me emocionava, e agradecia. O mundo estava acabando, mas nada iria mudar aquela sensação.

Um beijo feliz pra você que sonhou com o fim do mundo e, contraditoriamente, voltou a se sentir viva.