terça-feira, agosto 23, 2011

Ação!

Poucas coisas me estimulam tanto quanto a sede por conhecimentos novos. Desde pequena, sempre fui muito curiosa - em vez de brincar com as bonecas, arrancava seus braços e pernas para saber como eram feitas, e intrigava meus pais, tirando as teclas do controle remoto e da calculadora pra olhar ali dentro e saber como era - e vira-e-mexe era surpreendida num cantinho, lendo algum livro, com 6 anos de idade.

Essa busca me levou a uma série de atitudes ao longo da vida. Uma delas foi estudar jornalismo, onde eu aprendi a questionar ainda mais as coisas, e mais do que isso: aprendi a formular as perguntas certas para descobrir o que eu queria saber. O jornalismo me tornou uma pessoa ainda mais curiosa e sedenta por informações sobre os mais variados temas. Informações e experiências novas, que me mantiveram viva e ativa durante durante esta fase.

A curiosidade, aliada à busca por estas novas experiências, também foi o que me fez deixar a Neotix, cerca de 2 meses atrás, e 5 anos depois de ter começado a caminhada junto aos meninos. Hoje temos quilômetros de histórias pra contar, os quais eu guardo com carinho em um capítulo muito importante da minha vida.

Em junho de 2011, comecei uma nova experiência junto à Energy - Y&R. Estava ali o desafio que eu queria: o de estar em uma agência grande, com estrutura de empresa e flexibilidade (leia-se: entrar não muito tarde e sair muito muito tarde) de agência. Foi novidade atrás de novidade desde este turbulento começo. Sim, turbulento porque eu acabava de deixar a zona máxima de conforto para entrar num mundo totalmente novo, com novos colegas, clientes e projetos. No início, mal sabia o nome e as funções das pessoas, e aos poucos fui identificando os papéis e perfis dali.

Neste final de semana, pela primeira vez, acompanhei as filmagens de uma campanha que estou fazendo. Mesmo com o frio que estava e a chuva que insistia em cair, acompanhamos as gravações no sábado, domingo e segunda-feira. Fiquei maravilhada de verdade com o trabalho da produtora, com a quantidade de profissionais envolvidos em uma produção relativamente simples como essa, e o mais incrível - como as coisas funcionam bem! É engraçado pensar que tanta gente pode se entender tão bem: basta que cada um saiba o seu papel e o execute corretamente. Não tem segredo.

Eu não tinha a obrigação profissional de acompanhar as filmagens. Claro, era de bom tom que eu desse pelo menos uma olhada em como estavam indo as coisas. Mas fiz questão de estar presente todos os dias. Cada grito de "Ação!" ou "Corta!" do diretor me traziam pra um mundo totalmente novo até então. A sensação de gravar no meio da 23 de Maio, bem em frente ao Obelisco, ou ainda de encher a Hot Hot com equipamentos e criar um restaurante lindo lá dentro, me trouxeram um vigor diferente.

Uma sensação nova, a percepção de que o mundo lá fora é tão grande, cheio de possibilidades e pessoas interessantes, e que às vezes a gente fica fechado numa bolha sem nem imaginar que certas coisas são possíveis. É preciso se mexer um pouco nesta busca por novidades, experiências, e consequentemente, crescimento.

AÇÃO!

segunda-feira, agosto 15, 2011

Às margens do Ipiranga

Sábado foi dia de levar meu carro para colocar acessórios. Sim, ele tem um ano e eu ainda tinha que abrir os vidros na “manivela” (o do banco do passageiro então, era aquela manobra) e conferir todos os dias se as quatro portas estavam fechadas, além de não ter alarme, o que não impede nada hoje em dia, mas pelo menos ajuda a dificultar o roubo.

Mas não é sobre isso que eu quero falar. Acontece que o fato de eu ter ficado sem carro durante um dia todo praticamente me obrigou a andar a pé pelo bairro do Ipiranga, onde fica não só a oficina, mas também alguns dos lugares mais interessantes da cidade. Sem que eu soubesse disso!



Logo ao lado da oficina, na Av. Nazaré, me deparei com um globo grande e prateado. Mostrava a posição do sol em relação à Terra e eu, curiosa que sou, fiquei lendo as explicações daquele globo até que, de repente, resolvi olhar pra dentro do local e avistei um grande esqueleto de dinossauro. Sim, isso mesmo! Sem saber, estava em frente ao Museu de Zoologia da USP, um casarão lindo e superinteressante que abriga milhares de exemplares de animais. Na entrada, fósseis e explicações sobre como eles se formam. Em seguida, diversos animais empalhados, aves, mamíferos e insetos. Me senti no filme “Uma noite no museu”, afinal era pouco mais de 8h da manhã e eu estava sozinha no local. Apesar de receber excursões de escolas todos os dias, era cedo demais e elas ainda não haviam chegado.

Quase duas horas de passeio pelos mais variados itens da nossa fauna, uma verdadeira viagem por todos os continentes, segui o passeio. Esqueci de comentar que, ao comprar o ingresso para o Museu de Zoologia (a inteira custa R$ 6,00), você ganha uma entrada para o Museu Paulista, popularmente conhecido como Museu do Ipiranga, e vice-versa. Logo, eu tinha agora um ingresso para conhecer um pouco mais sobre a história da nossa cidade neste outro museu.

Descendo um pouco pela própria Avenida Nazaré, chega-se ao Parque da Independência, onde fica o famoso Monumento ao Centenário da Independência, de 1922. O parque é maravilhoso, e mais ainda é o Museu Paulista, que fica bem no alto. Lá, podemos encontrar muito da história do Brasil e principalmente de São Paulo, uma linha do tempo que começa com os Bandeirantes e a formação da Vila de São Vicente, passando pela transformação dos serviços públicos e ofícios na cidade até os principais itens do cotidiano doméstico dos paulistanos no século XIX, como os utensílios para banho e até a curiosa escarradeira, usada nas casas das pessoas mais ricas para que os convidados pudessem – isso mesmo! – retirar o excesso de saliva e catarro do organismo.



Eu havia me esquecido do quanto gostava de história. Viajei pelos quadros, objetos, bustos de ex-presidentes e anúncios de lojas divulgando serviços e produtos que hoje não se vê mais. Bateu uma esperança gostosa ao ver algumas crianças realmente interessadas no que estava sendo mostrado ali, anotando em seus caderninhos para o trabalho de escola e discutindo entre si sobre como devia ser aquela época. Dava pra sentir a energia daquelas coisas antigas, que fazem a gente imaginar tudo o que já se passou nesse mundo antes de a gente existir.

Era hora de pegar o carrinho de volta. Voltei à loja e, para meu espanto, ainda levaria cerca de 2 horas a mais para ficar pronto. Isso me obrigou a seguir o passeio pelo bairro...

Vários quarteirões depois (debaixo do sol quente do meio-dia), me deparo com o Aquário de São Paulo. É simplesmente o maior aquário da América Latina, com cerca de 3 mil espécies de animais. Lá, encontra-se não só peixes, mas também cobras, jacarés, aves e até macacos! Alguns tanques são realmente grandes – como o do lobo marinho e do peixe-boi gigantesco que mora lá – e as crianças ficam absolutamente hipnotizadas com a performance dos animais, principalmente o tanque dos tubarões e raias. Curiosamente, lá também se encontram morcegos gigantes, pinguins, e até lontras, que oferecem um espetáculo de acrobacias.


Muitas horas de passeio depois, com as pernas já dormentes, retorno ao ponto inicial, tendo conhecido alguns dos principais pontos turísticos da cidade, praticamente sem querer. Um passeio incrível, sempre tão ao meu alcance e que nunca havia reservado um tempo para ir.

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Serviço
 
Museu de Zoologia da USP
Avenida Nazaré, 481 – Ipiranga
Ingressos: R$ 6,00
(11) 2065-8100

Museu Paulista
Parque da Independência, s/n – Ipiranga
Ingressos: R$ 6,00
(11) 6165-8000

Aquário de São Paulo
R. Huet Bacelar, 407 – Ipiranga
Ingressos: R$ 30,00 (adultos)
(11) 2273-5500