segunda-feira, outubro 26, 2009

Flores! Flores!

Não tem como não começar a semana feliz, quando todas as plantas da sua casa resolvem florescer no mesmo dia!



Orquídea de Jardim - era uma mudinha tão pequena...



Amarílis - dois anos depois, renasceu.



Flor de Cera - vários pequenos e charmosos buquês

Uma excelente semana a todos!

sexta-feira, outubro 16, 2009

Hoje dei início ao Projeto Carona.

Desde que passei a vir pro trabalho de carro, passo pelos pontos de ônibus lembrando das muitas horas que perdi ali, em pé ou sentada, sujeita à chuva, ao frio, aos perigos dessa cidade (óóóin) e ainda correndo o risco de, ao passar, o veículo estar tão cheio que o motorista nem faz questão de parar, simplesmente vira pro outro lado e finge que não tem ninguém ali.


Ao reparar nos pontos de ônibus, outro dia, pensei: mas que egoísmo, eu sozinha neste carro, podendo levar mais 4 pessoas! E decidi que, quando tivesse coragem, pararia e perguntaria se alguém estaria indo para a região da Berrini. Claro que o medo também era grande, de entrar alguém mal intencionado, de acontecer alguma coisa...

Foi então que hoje cedo, ao passar devagarzinho por um ponto de ônibus, reparei que não tinha nenhuma pessoa com pinta de maldosa. Duas meninas, uma senhora e uma mulher. Encostei: "ALGUÉM VAI PRA BERRINI??" Elas me olharam muito assustadas, como se nunca ninguém tivesse oferecido uma carona a elas (no ponto de ônibus? É bem possível que não mesmo). A mulher, ainda um pouco receosa, disse que estava indo para aquela região sim, e entrou no carro.

Ficou com medo até de dizer seu próprio nome, mas eu compreendi. Ela me contou que nunca tinha visto isso antes na vida, e que eu estava correndo riscos ao fazer isso. Papo vai, papo vem, ela finalmente me contou que seu nome era Elza e que trabalhava bem ali, ao lado da delegacia. Ou seja: no mesmo prédio que eu! Veja só como são as coisas!

Desceu do carro agradecida, ainda sem entender muito bem o que tinha acontecido. Subi de elevador meio extasiada, rindo da loucura e da bondade que, na mesma proporção, tomaram conta de mim nesta manhã.

sábado, outubro 10, 2009

Chororô

Locais e situações que me emocionaram em 4 países diferentes, sem ordem cronológica, alfabética ou de grandeza.

Catedral de Notre Dame - Paris
Olhando de fora, ela é essa monstruosidade ao lado. Em estilo gótico, a igreja
foi construída em homenagem à mãe de Jesus - Notre Dame = Nossa Senhora - e me fez lembrar na hora do documentário "O equilibrista", em que Phillipe Petit se aventura atravessando estas duas torres aí (ao vivo parecem ainda mais altas). Mas o que realmente me impressionou foi o interior dela, sombrio e ladeado por enormes vitrais coloridos, contrastando com o fundo escuro. Lágrimas vieram instantaneamente e
compulsivamente. O cheiro e a energia daquele lugar são inexplicáveis, mas acredito que dê para ter uma ideia no vídeo abaixo.



Regina Spektor - Amsterdam
Paradiso é uma casa de shows e balada que ocupa as construções de uma antiga igreja em Amsterdam. Os donos mantiveram toda a estrutura e os vitrais, transformando apenas o altar em um palco que, durante as temporadas, recebe os mais diversos artistas. Tive a sorte de pegar dois shows neste lugar mágico que, por si só, já é um programa interessante; e mais sorte ainda de um deles ter sido o da Regina Spektor. A russa, que além de linda tem uma voz impecável, tocou, cantou, brincou com a platéia, falou besteira e me fez chorar várias vezes, como em "Laughing with" e "Fidelity":



Igreja ao lado da Kaiser-Willhelm-Gedächtniskirche
Esta igreja de nome tipicamente alemão - e impronunciável - é esta aí da foto. Ela foi semi-destruída na Segunda Guerra Mundial, e mantida assim, como uma forma de mostrar as atrocidades de que uma guerra é capaz. Foram celebradas algumas missas no local,
mas por falta de segurança pararam e houve uma reforma que procurou manter a estrutura antiga o mais fielmente possível. Para que se pudesse continuar celebrando missas ali, foi construído ao lado um 'caixote octogonal' (infelizmente não me lembro de ter visto o nome), com vitrais azuis e um jesus dourado que parece flutuar. Aquela atmosfera de dor e resignação, o silêncio, tudo isso me emocionou demais.



Arte de rua - parte II (ou Músico em Veneza)
Com o calor infernal que fazia em Veneza (apesar da brisa, as temperaturas certamente estava em torno de 40ºC), sentamos em frente à igreja Santa
Maria Gloriosa dei Frari, em Veneza, para descansar. Um senhor, aparentando seus 60 anos, tocava alguns clássicos do rock, acompanhado de um instrumento X amarrado ao seu pé. Resolvemos não entrar na igreja - até porque pagava-se 3 euros e dava para ver o interior através de uma janela grande - e ficamos ali, aproveitando a sombra e a boa música. Lembrando da família, já no final da viagem, e repassando tudo o que acontecera nos quase 30 dias anteriores, não contive a emoção mais uma vez.

Porque tem horas que a gente não consegue (nem precisa) se conter.

Fotos: Paulo Henrique Schneider