segunda-feira, março 23, 2009

Honey’s Island

Acabei não finalizando meu relato de viagem para a Ilha do Mel. Na verdade, fiquei pensando no melhor jeito para fazê-lo...

Não queria ficar contando dia por dia, porque já entendi que este é um formato um tanto cansativo – para mim e para os leitores. Também não tinha muitos causos interessantes para descrever. Então, decidi resumir as atrações do local, assim, quem estiver curioso já conhece tudo de cara por aqui:

Roteiro Gruta – Farol
Para quem está na Praia de Encantadas, é possível fazer este trajeto a pé ou de barco. O barquinho custa R$ 5,00 (preço fixo) e sai a toda hora, mas eu recomendo fazer o percurso a pé mesmo, assim você vai conhecendo as maravilhosas praias pelo caminho. A Gruta das Encantadas é a primeira parada, e é chamada assim porque, segundo a lenda, sereias encantavam os navegantes para dentro dessa gruta. Seguindo pela costa, você passará por praias extensas e praticamente desertas, até que começará a avistar um farol lá longe, no alto de um morro. “Siga aquele farol!”, era o que pensávamos. E seguimos caminhando, o sol forte queimando as costas, até chegar à Praia de Brasília, outro local em que é possível ficar hospedado na ilha. De lá, mais uma trilha até que se abre um clarão e o vento forte anuncia uma paisagem inédita pra mim: uma passagem por cima de um morro, e praia dos dois lados. Aquela água esverdeada, o sol batendo no farol imponente e muito bem conservado (datado de 1870), tudo era um conjunto de belezas que gritava aos olhos. Subimos uma escadaria até chegar ao farol, e a vista à esquerda dispensa comentários.

Roteiro Fortaleza – Baía dos Golfinhos
O dia estava um pouco nublado e ficamos com receio de não encontrar os golfinhos por causa do mau tempo. “Fiquem tranquilos, é até melhor para conseguirmos enxergá-los”, afirmou a bióloga Ana Carla, responsável pelo barco Sea Calm (entendeu o trocadilho? rs), o mais conhecido para este passeio. Saímos às 10h00 rumo à Fortaleza Nossa Senhora dos Prazeres (à direita), construída por volta de 1800 pelos portugueses como uma forma de demarcar território. Dizem que, na época, havia muitos piratas espanhóis à procura de terra e, caso passassem por ali, aquela área já teria donos. Donos muito bem armados, por sinal, para atingir a quem fosse necessário. Segundo a bióloga, houve apenas um combate, em 1850, quando os ingleses buscavam navios com escravos e se deparou com um, bem ali. Pela primeira e única vez, os canhões seriam utilizados num combate, não fosse o fato de que... bem, eles não funcionaram. A batalha foi perdida – neste caso, felizmente, já que os portugueses continuavam praticando a extinta escravatura. O que se diz por lá, entretanto, é o oposto: não faltam menções honrosas aos combatentes que resistiram à luta. Hoje, o local está restaurado e aberto à visitação. É interessante (e cansativo!) seguir pela trilha que leva aos corredores de pedra que abrigam os canhões.

De lá, partimos para a segunda parte do passeio: a esperada Baía dos Golfinhos. Já no caminho para a Ilha das Peças (que recebeu este nome porque era um ponto de comercialização de escravos, chamados de “peças”), os simpáticos mamíferos aquáticos começaram a dar o ar da graça. A bióloga explicou que, antes de tudo, iríamos almoçar e, em seguida, pararíamos o barco onde os botos costumavam se exibir. Não tivemos dúvida: trocamos o almoço por algumas braçadas no mar, perto dos bichinhos. Eles são realmente sociáveis: nadam em grupos, se exibem, e teve até um que resolveu dar um salto cinematográfico para as câmeras! A reação foi unânime: aplausos emocionados ao acrobata do mar.

Fotos: PH Schneider

sexta-feira, março 20, 2009

Descoberta bacanuda na web

Eu sou péssima para lembrar nomes de músicas. Muitas vezes, me pego procurando no Google por trechos de canções que gosto, para conhecer o nome delas. Foi aí que descobri o Just hear it, um site que promete encontrar todas as músicas disponíveis na web com a palavra que você digitar.

Muito simples de navegar, o site encontra todas as músicas que tenham no título, letra ou artista a palavra procurada. E o melhor: você pode escutá-las na íntegra.


E viva a internerd!

terça-feira, março 17, 2009

Sala São Paulo

Na última segunda-feira, tive o prazer de conhecer a maravilhosa Sala São Paulo, espaço para concertos que fica na Praça Júlio Prestes, atrás da Estação da Luz.

Passear pela região não é lá das experiências mais agradáveis. Você encontra tanta miséria, tantos tipos esquisitos e tanta sujeira, que parece uma miragem quando se depara com aquela imensa construção que é o Complexo Cultural Júlio Prestes, onde está a Sala.

Construído onde antigamente era uma estação da Estrada de Ferro Sorocabana, o lugar consegue mesclar tradição e modernidade. A antiga construção mantém as colunas trabalhadas e o teto altíssimo e rebuscado. A modernidade aparece nos detalhes, como as cadeiras do café e o estrondoso forro móvel, responsável pela acústica da casa.

Estive lá para assistir, pela primeira vez na vida, a um concerto da Osesp. Em uma apresentação exclusiva para assinantes da Folha de São Paulo, o evento contou com a regência de Cláudio Cruz, que também é violinista, e teve em seu repertório “As Bodas de Figaro”, de Mozart; “Danças Eslavas”, de Dvorák; e “Sinfonia nº5 em mi menor”, de Tchaikovski.

Foi uma cena belíssima: todos entrando, elegantes, as mulheres de longo preto e os homens de fraque, e assumindo seus postos diante dos instrumentos. Com a entrada do maestro, as palmas enérgicas do público e o início de uma apresentação emocionante.

Parecia que estava passando um filme da minha vida. Talvez, em minha memória, a música clássica estivesse muito ligada a desenhos animados e filmes da Disney, não tenho certeza. Só sei que, de repente, me veio uma vontade de sair dançando, como num baile de princesas, a deslizar pelo enorme salão imaginário com lustres de cristal.

De repente, eu queria ser aquelas batutas do maestro, a correr pelo ar, ordenando quem tocaria a que momento, e com qual intensidade.

Eu queria ser aquelas melodias que saíam cantaroladas das bocas das pessoas após o espetáculo, e que certamente ficaram em suas mentes durante dias e dias, a contar suas histórias, assim como ficaram na minha.

Faça um tour virtual pela Sala São Paulo aqui.

Foto de Luiz Carlos Felizardo