sábado, abril 28, 2007

desconfiança crônica

Sabe quando você escuta uma fita com a sua voz, e parece que não é você quem está falando?

Tenho essa sensação com os textos, também. Aquilo que escrevo, quando vou ler um tempo depois me parece estranho, parece que não fui eu quem escreveu aquilo.

É uma sensação meio de "nossa, que nada a ver isso".

Se leio novamente algo que alguém escreveu há dias ou semanas, parece que não reconheço como sendo a pessoa também. Será que tem a ver com o fato de, ultimamente, eu conviver com a sensação de que não conheço mais as pessoas?

quinta-feira, abril 26, 2007

A sua parte

Todo mundo sabe que o mundo está próximo do fim. A partir do momento em que o homem colocou a sua individualidade acima do bem comum, o nosso planeta começou a morrer aos poucos. E vieram as guerras, e a poluição, e as desgraças.

As abelhas, que vieram à Terra para ensinar aos homens como viver em sociedade, estão nos deixando. Não há mais flores puras para elas, o homem não aprende a viver em sociedade, e então elas estão desistindo de viver e diminuindo suas colméias progressivamente. A cada ano, milhares de espécies de plantas e animais são extintas.

Originalmente, a Terra possuía um total equilíbrio energético. Com a evolução do homem, entretanto, esse equilíbrio passou a dar lugar ao caos, e, como já podemos ver, o planeta se manifesta contra a humanidade. E contra a pacha mama, meu bem, não podemos ir. Não por muito tempo. Segundo o Trigueirinho, o planeta já passou por este desequilíbrio outras três vezes, desde o surgimento do universo. Nas três, acabou tudo, para depois recomeçar do zero.

Ou seja, pode esperar que logo mais o mundo acaba de vez. Dizem que vai ser por volta de 2080. Muito provavelmente, você que está lendo este texto não estará vivo até lá. Mas por favor, não tome isso como um foda-se. Faça a sua parte. Você não é somente este corpo físico. O seu corpo espiritual precisa passar por uma série de evoluções, e é por isso que você morre e reencarna como uma outra pessoa: para evoluir!

Portanto, se você consegue deitar a cabeça no travesseiro com a certeza de que a sua parte está sendo feita, ótimo. Com ou sem planeta, sua alma estará em paz.

segunda-feira, abril 23, 2007

Paul van Dyk finalmente no Brasil

PvD e sua parafernalha. Por P.H. Schneider


Depois de freqüentar durante anos festas super bem organizadas como a XXXperience, com direito a amendoins, sofás e cadeira de massagem no backstage, acho que fiquei um pouco chata com relação a eventos.
O alemão Paul van Dyk, considerado durante dois anos consecutivos o melhor DJ do mundo, chegou a marcar apresentações em todo o Brasil no mês passado, mas devido a problemas de pagamento acabou não vindo para nenhuma.
Um tempinho depois, aparece a confirmação de uma apresentação única de PvD... em São Bernardo do Campo. Nada contra a cidade, mas o local escolhido - o Espaço Anchieta - foi o pior possível.
Eram três pistas de dança, incluindo a principal, uma menor e outra que funcionava dentro do espaço considerado "camarote". Acontece que o lugar era pequeno demais para comportar três pistas, e o som se misturava o tempo todo. As caixas de som eram poucas, e dava pra conversar sem muito esforço mesmo estando literalmente "na grade", a poucos metros do DJ.
Paul entrou por volta das 2h30, depois de um long set de electro house ministrado por Edgard Fontes. Encontrou sua mesa de equipamentos totalmente montada, com três sintetizadores e três notebooks. Eu estava só imaginando o que ia sair daquele equipamento todo.
E foi bom, sabe? Acho que a expectativa de ver o melhor do mundo era grande, talvez grande demais, mas mesmo assim ele agradou. Não dá pra negar a versatilidade e o talento do alemão, que realiza uma seqüência musical com altos e baixos e influências de diversas vertentes da música eletrônica.
Melodias típicas do trance, de vez em quando um breakbeat e um pouco de electro house...
Mas quando começava os trechos "panela de pressão", eu pude ratificar que não sou chegada em techno. O que ele toca pode ser chamado de "tech trance", e definitivamente não é o tipo de som que faz minha cabeça.
A "techneira" me fez lembrar dos tempos de adolescente, quando frequentava as baladinhas da Vila Olímpia. O público do show, aliás, também remetia a isto. Bombados e patricinhas desfilavam pelo Espaço Anchieta, fazendo com que eu me sentisse um tanto quanto deslocada.
Paul van Dyk veio, tocou e agradou. Eu gostei da oportunidade, já que a "estrela" não deve voltar tão cedo ao solo tupiniquim. Mark Team Pro, vocês conseguiram, trouxeram o cara. Mas pelamordedeus, o público e o DJ mereciam um pouco mais de respeito.

terça-feira, abril 17, 2007

10 coisas que eu odeio em mim

1. ODEIO ser impulsiva.
2. ODEIO ser chorona.
3. ODEIO ser briguenta.
4. ODEIO ser ansiosa.
5. ODEIO ser distraída.
6. ODEIO ser insegura.
7. ODEIO ser mandona.
8. ODEIO me preocupar demais com o que os outros vão pensar.
9. ODEIO esperar dos outros o que eu faria por eles.
10. ODEIO, mais do que tudo, ser perdida. Não ter nenhum senso de direção.

Mas eu me amo, gente. Acreditem.

segunda-feira, abril 16, 2007

EU sou outro VOCÊ. Respect!

Imagine-se no final da década de 80, em Goa, Índia. Um extenso gramado com panos psicodélicos pendurados, enfeites, tendas e, à frente, uma cabine em formato de chapéu de bruxa. À direita, um lago iluminado com lâmpadas coloridas. Do outro lado, artesãos expõem seus trabalhos aos visitantes.

Com bastante espaço livre para dançar, as pessoas iam chegando conforme o cair da tarde, e armavam suas barracas no gramado próximo à entrada. Quem comandava a música era o Dj Swarup, e a lista de artistas que iria se apresentar já anunciava a proposta diferente que este encontro trazia.

Pois é. Neste sábado, foi possível presenciar um encontro que remeteu às antigas celebrações de música eletrônica de Goa, onde poucas pessoas se reuniam em nome da união, do respeito e da paz.

A Respect, que aconteceu em Embu-Guaçu, é o tipo de festa que não pode deixar de existir. Um encontro onde as pessoas podem acampar sem medo, com espaço o suficiente para dançar e artistas que só aparecem nos maiores festivais do mundo, mas que no Brasil são vetados por não atraírem milhares de pessoas.

Nenhum DJ considerado da veia “comercial” das festas foi incluso no line-up, dando lugar a alguns dos responsáveis pela disseminação da cultura psicodélica no Brasil, como Thomas (Daime Tribe) e Chicodélico (Flip Out). Thomas, aliás, foi quem projetou a decoração extremamente psicodélica do lugar.

O “dark”, estilo de trance mais acelerado (chega a atingir mais de 160 batidas por minuto) predominou na festa, agradando a quem realmente aprecia as origens da música eletrônica psicodélica e causando certo temor àqueles que não estão acostumados. Extremamente ruidoso, o dark originou o que hoje se chama psy trance (ou trance psicodélico), e não deve ser excluído das festas, mas sim, valorizado. As pessoas que hoje dançam ao som de músicas eletrônicas precisam saber de onde tudo isso veio!

E não foi apenas na música que a festa inovou: as intervenções artísticas nortearam todo o evento, com a participação dos grupos Lumiar, Companhia Teatral Manicômicos e Biolumini, que realizou apresentações de malabares com fogo e luz e encantou a noite.

Estes fatos fizeram da Respect uma das melhores festas em que já estive. Soma-se a isso o fato de estar ao lado de uns trinta amigos, e comemorando o aniversário da minha melhor amiga... Foi tanta felicidade que hoje dá até um vazio.

O fim de semana foi especial, encontrei pessoas queridas, matei a saudade de outras, conversei, dancei. Mas principalmente, estou feliz por descobrir que, no Brasil, existem pessoas que respeitam e valorizam a verdadeira essência das festas rave. Ainda há esperança, afinal.

Foto por P.H. Schneider

quinta-feira, abril 12, 2007

NeoFriends

Felipão já dizia que toda equipe, pra dar certo, deve ser encarada como uma família. Há cerca de um ano, pela primeira vez, consegui encontrar esta teoria aplicada a um ambiente de trabalho.

Em 5 de abril de 2006, começava a minha história na Neotix, agência web onde passei a conviver com alguns dos melhores profissionais de internet do Brasil. Este ano voou, mas se parar pra pensar na quantidade de projetos realizados, conhecimento aprendido, troca de experiências e amizade... Realmente, neste primeiro ano de Neotix já tenho muita história pra contar.

É incrível poder fazer parte de uma equipe de amigos de verdade, que se ajudam e se respeitam, buscando sempre o melhor para a empresa. Incrível poder ter o exemplo do chefe que orienta e ensina como um professor, mas sem a autoridade de um superior, pelo contrário! Com a igualdade de um amigo.

Aqui, são todos iguais. Todos juntos em nome desta família que é a Neotix. E é por isso que o sucesso dos projetos é cada vez maior. Por isso, meninos, que eu adoro e admiro cada um de vocês, de coração.

Obrigada por tudo.

quarta-feira, abril 04, 2007

O belo e a fera

Na balada, meu irmão Ricardo... o da direita dispensa apresentações.

Êta buniteza!

O caos mora em São Paulo

Minha família, na noite de ontem:

- Meu pai pega metrô, sorte. Chegou em casa praticamente no tempo normal, e encontrou minha irmã em casa com medo (no escuro).

- Minha irmã estava em casa, sorte. Porém, assistiu a cenas de horror, como a tela da nossa janela se despregando da parede e a minha tia ligando pra avisar que o maior vaso dela - o qual possuía uma árvore plantada - rodopiou no ar e se estilhaçou no chão.

- Minha mãe teve a infeliz idéia de ir ao supermercado, azar. Duas árvores caíram na rua do supermercado, e mais três na avenida Indianópolis, caminho de casa. Resultado: ficou mais de duas horas para percorrer um trajeto que demoraria no máximo 20 minutos (com trânsito).

- Eu. Não acabou a luz no escritório, sorte. Cheguei no ponto de ônibus por volta das 18h30 e consegui pegar o primeiro "Metrô São Judas", que passou às 18h50. Fui em pé, no ônibus lotado, e pude sentir que "por mais triste que seja a sua situação, sempre pode haver algo pra piorar". Subiu uma senhora no ônibus e perguntou: "motorista, quanto tempo até o São Judas?" E ele: "só Deus sabe, senhora. Com todos os faróis do caminho apagados e árvores caídas na Indianópolis!" Ótimo. Vi mesmo que estava demorando muito pra chegar até a Santo Amaro. Todos os faróis estavam realmente apagados, e a cidade, um caos. Pra variar.

Em meio ao empurra-empurra, consegui visualizar o ônibus "Metrô Conceição" passando ao lado do que eu estava. Vazio, nossa. Como uma miragem. A esse ponto eu nem sei mais qual a minha referência do que é ter sorte, mas sei que pulei do São Judas e consegui alcançar o Conceição, que estava à frente. Claro, com tudo parado dava pra eu ir engatinhando que conseguiria alcançar.

Cheguei no ponto perto da minha casa às 20h19, e meu pai foi me encontrar no ponto porque estava tudo realmente muito escuro. E essa Pedro Bueno à noite, bem, eu já sei como é.

Só depois me dei conta de que fiz a melhor coisa do mundo.... o São Judas pegaria simplesmente as avenidas que estavam em maior caos: BANDEIRANTES (nóóssa), WASHINGTON LUÍS (sim, na altura do Aeroporto) e INDIANÓPOLIS (a das árvores caídas).

Ao final da noite, só conseguia pensar em "que bom, estamos todos em casa", e mais uma vez articular meus planos de fugir daqui o mais rápido possível.

Sorte do meu irmão que está bem longe. Ontem, enquanto estávamos todos apavorados, ele curtia uma balada. Encheu a lata e tirou uma foto com o Ronaldinho Gaúcho.

Apalpa o terreno que eu tô indo, Ri!